Gosto muito de composições musicais feitas em poemas esdrúxulos, ou seja, em que a última palavra de cada verso é uma proparoxítona!
Aliás, tenho certa paixão pelas proparoxítonas. Já repararam que geralmente são as palavras mais interessantes do dicionário?
E são as mais raras! Dizem que elas fazem parte de aproximadamente 15% da totalidade das palavras que usamos. Será que é verdade?
Vejamos: nesse monte de palavras quantas delas há?
Esdrúxulos, última e proparoxítona!
Três! Só três! Acho que são até menos que 15%!!!
Mas isso já é outra história, comecei falando sobre composições musicais em versos esdrúxulos e era sobre isso que eu queria falar:
Avarenga e Ranchinho, com a música O Drama de Angélica;
O grande Chico Buarque, com a música Construção;
E Skank, com a música Formato Mínimo.
Eis um pequeno trecho de cada uma delas:
O Drama de Angélica:
“...Poesia épica,
Em forma esdrúxula
Feita sem métrica,
Com rima rápida
Amei Angélica,
Mulher anêmica
De cores pálidas
E gestos tímidos...
Em noite frígida,
Fomos ao lírico
Ouvir o músico
Pianista célebre
Soprava o zéfiro,
Ventinho úmido
Então Angélica
Ficou asmática...”
Construção:
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima...”
E agora que vem um grande mistério! É o seguinte: vejam a música esdrúxula do Samuel Rosa:
Formato Mínimo:
“Começou de súbito
A festa estava mesma ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Beijos de tiram o fôlego
Tímido transaram trôpegos
E a ávidos gozaram rápido...”
E por aí vai. Não vou escrever a música toda. A coisa quente está no final:
“Para ele uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão a rúbrica”
Rúbrica??? Isso não existe! O certo é ruBRIca! NÃO tem acento e é uma PAROXÍTONA!
Eis o mistério: Samuel Rosa não sabe disso ou escreveu errado por alguma razão especial????
E porque será que as proparoxítonas são tão raras e interessantes?
Ou vocês não acham?
(Paula Cicolin)
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
2 fatos sem importância e 1 teoria da conspirção sem fundamento
Ontém, quando voltava pra casa, vi as primeiras luzes de natal aqui em Limeira. Tive uma sensação estranha, parecia que eu estava de férias, sempre nessa época do ano eu estou de férias, mas em 2007, não.
Meus óculos já não estão mais dando conta, creio que terei que trocá-los, tenho que ir a um oftalmologista.
Teoria
Todo mundo que eu conheço que usa óculos, quando volta ao oftalmologista, o grau aumentou. Minha teoria é que quanto mais voce usa os óculos, mais voce precisa deles, e que os óculos têm algum poder, mágico, místico, científico ou sei lá o que, que fazem a sua visão piorar. Acho que é uma grande conspiração dos fabricantes de óculos.
Minha mãe, com 17 anos, descobriu que tinha miopia e usou óculos, mal e porcamente, durante um tempo. Só usava de vez enquando, até que parou de usar. O grau dela nunca aumentou e ela não sente falta dos óculos.
Meus óculos já não estão mais dando conta, creio que terei que trocá-los, tenho que ir a um oftalmologista.
Teoria
Todo mundo que eu conheço que usa óculos, quando volta ao oftalmologista, o grau aumentou. Minha teoria é que quanto mais voce usa os óculos, mais voce precisa deles, e que os óculos têm algum poder, mágico, místico, científico ou sei lá o que, que fazem a sua visão piorar. Acho que é uma grande conspiração dos fabricantes de óculos.
Minha mãe, com 17 anos, descobriu que tinha miopia e usou óculos, mal e porcamente, durante um tempo. Só usava de vez enquando, até que parou de usar. O grau dela nunca aumentou e ela não sente falta dos óculos.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Ole, ole, ole, olaaaa, Lulaa, Lulaa.
Bem educados
Sírio Possenti
Mas a notícia política da semana foi certamente o pronunciamento de FHC no encerramento do congresso do PSDB. As matérias destacaram que ele atacou Lula sem dizer seu nome, especialmente no quesito educação. Foi mais do que claro que FHC estava qualificando Lula de ignorante, especificamente pela alusão a seu modo de falar. Muita gente escreveu que FHC revirou um velho preconceito, independentemente da avaliação que se fizesse da educação de Lula.
Mas FHC foi atacado também porque, criticando o português de Lula, também teria cometido um erro (em casa de ferreiro, espeto de pau). A passagem de sua fala que mereceu críticas foi, curiosamente, editada - isto é, corrigida - em mais de uma publicação. Uma delas foi:
Queremos brasileiros bem educados, e não liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria.
FHC deve ter dito "melhor educados", já que foi por esta construção que foi criticado. A transcrição "bem educados" mostra bastante que há várias maneiras de a mídia não ser neutra quando "informa": se quem "erra" é um figurão, sua fala já sai corrigida; se for alguém do povo, ela sai destacada com aspas ou negrito, como faz especialmente a TV Globo, sempre que transcreve falas do morro em documentários ou notícias. Feito o registro, vamos adiante.
Achei curiosas duas posições, por razões diferentes. Artigo do professor Pasquale na Folha de 25/11/2007 faz uma avaliação geral da questão, que pode ser resumida assim: que Lula fala como fala não é novidade, mas será que os tucanos também não escorregam? Seu argumento para sustentar que sim é exatamente "melhor educados", que ele analisa como a professora Nicoleti, citada logo antes, em reportagem: as gramáticas mandariam dizer "mais bem educados", portanto, FHC escorregou.
Eduardo Graeff, competentíssimo assessor especial de FHC na presidência, dizem, escreveu carta ao Painel do leitor dizendo que FHC disse "melhor educados" não porque não soubesse que deveria dizer "mais bem educados", mas para evitar que fosse interpretado como se dissesse "mais bem-educados", que quer dizer outra coisa, e porque neste caso sim poderia parecer preconceituoso. Acho que Graeff foi mais realista do que o rei (o cordão dos puxa-sacos... etc.). Temos um novo Adilson Laranjeira na praça?
Aliás, Graeff errou duas vezes (não são dois erros, é um erro cometido duas vezes, o que faz uma boa diferença a favor dele) ao acrescentar "(sic)" a "taxar" e a "mal-criado", como quem avisa que quer mesmo escrever "taxar" e não "tachar", e "mal-criado" e não "mal criado". Acontece que não se usa a expressão sic para chamar atenção para uma forma correta, mas para informar que determinado erro é de outro, ou está na citação, não é um erro do autor do texto.
Um bom exemplo de emprego adequado de sic seria "'Graeff diz que (FHC) seria criticado por taxar (sic)' (sic)". Ou seja, estou dizendo que o sic de Graeff está no texto dele, não é meu. Meu é o segundo sic, e significa "está assim mesmo no texto dele e eu acho que ele errou ao incluir sic".
Veja-se o que diz sobre a expressão o dicionário Houaiss, já que foi nele que Graeff se baseou para informar quais são os sentido de "bem-educado": "sic: assim (Palavra que, entre parênteses ou colchetes, se intercala numa citação ou se pospõe a esta para indicar que o texto original está reproduzido exatamente, por errado ou estranho que possa parecer)".
Pasquale, por sua vez, aproveitou a oportunidade para cometer mais um erro de análise: informa que Lula, há dias, disse "os empresários espanhol". E acrescenta: "Que os falsos defensores dos fracos e oprimidos não venham dizer que Lula apenas empregou a variedade de língua dominante no Brasil. Pura balela, já que a maioria dos brasileiros diria "os empresário espanhol". A língua coloquial dispensa o plural redundante (no caso, a flexão da totalidade dos elementos que se referem ao substantivo".
Qualificar os analistas da língua que sustentam teses básicas, já dignas de almanaque, sobre a estrutura das variedades de todas as línguas de defensores dos fracos e oprimidos é grossa bobagem, mas é coisa que não adiante discutir. Ele já deveria saber que lingüistas e dialetólogos adotam essa posição por razões profissionais - apenas porque conhecem o objeto que analisam - e não por defenderem politicamente os grupos x ou y, sejam eles indígenas, iletrados ou jovens. É uma questão de saber olhar a analisar fatos, de ser profissional.
O verdadeiro erro de Pasquale está em transformar de novo em categórico um tipo de análise que as teorias variacionistas criaram e que se funda exatamente na concepção de que as regras são variáveis e que as variáveis são tantas quantas houver. Segundo essa forma de escrever gramáticas, considerados os fatos, uma seqüência como a que Lula proferiu pode "sofrer" três tipos de marcação de plural:
os empresários espanhóis
os empresários espanhol
os empresário espanhol
Não considerar a segunda forma é desconhecer ao mesmo tempo o cerne da teoria variacionista e os dados de várias línguas (inclusive a "nossa"), nas quais ocorrem as três formas. Aliás, ele próprio anota o dado, ocorrido na fala de Lula, para depois desconhecê-lo, dizer que não existe.
Um laboviano provavelmente explicaria uma forma como a empregada por Lula (a segunda do paradigma) como índice de insegurança, por um lado, e, por outro, como índice de que falantes como ele se descolam, pelo menos eventualmente, das construções tidas mais claramente como "erradas" - aquelas em que só aparece uma marca de plural.
Para que a coisa fique um pouco mais clara, vejamos o que ocorre em casos de concordância verbal. Na gramática de Pasquale, só haveria construções como
Ele vieram - Nós viemos
Eles veio - Nós veio
Acontece que há também construções como
Eles viero - Nós viemo
nas quais há concordância de terceira e primeira de plural, só que não se trata da concordância padrão (o ditongo "ão" (escrito -am) se reduz a uma vogal "o", num caso, no outro não ocorre "s" final do morfema -mos).
Dois requisitos são necessários a um (bom) analista: dominar uma teoria e saber observar os fatos. Nenhuma das duas estão presentes nas análises de Graeff e de Pasquale.
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2109302-EI8425,00.html
Sírio Possenti
Mas a notícia política da semana foi certamente o pronunciamento de FHC no encerramento do congresso do PSDB. As matérias destacaram que ele atacou Lula sem dizer seu nome, especialmente no quesito educação. Foi mais do que claro que FHC estava qualificando Lula de ignorante, especificamente pela alusão a seu modo de falar. Muita gente escreveu que FHC revirou um velho preconceito, independentemente da avaliação que se fizesse da educação de Lula.
Mas FHC foi atacado também porque, criticando o português de Lula, também teria cometido um erro (em casa de ferreiro, espeto de pau). A passagem de sua fala que mereceu críticas foi, curiosamente, editada - isto é, corrigida - em mais de uma publicação. Uma delas foi:
Queremos brasileiros bem educados, e não liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria.
FHC deve ter dito "melhor educados", já que foi por esta construção que foi criticado. A transcrição "bem educados" mostra bastante que há várias maneiras de a mídia não ser neutra quando "informa": se quem "erra" é um figurão, sua fala já sai corrigida; se for alguém do povo, ela sai destacada com aspas ou negrito, como faz especialmente a TV Globo, sempre que transcreve falas do morro em documentários ou notícias. Feito o registro, vamos adiante.
Achei curiosas duas posições, por razões diferentes. Artigo do professor Pasquale na Folha de 25/11/2007 faz uma avaliação geral da questão, que pode ser resumida assim: que Lula fala como fala não é novidade, mas será que os tucanos também não escorregam? Seu argumento para sustentar que sim é exatamente "melhor educados", que ele analisa como a professora Nicoleti, citada logo antes, em reportagem: as gramáticas mandariam dizer "mais bem educados", portanto, FHC escorregou.
Eduardo Graeff, competentíssimo assessor especial de FHC na presidência, dizem, escreveu carta ao Painel do leitor dizendo que FHC disse "melhor educados" não porque não soubesse que deveria dizer "mais bem educados", mas para evitar que fosse interpretado como se dissesse "mais bem-educados", que quer dizer outra coisa, e porque neste caso sim poderia parecer preconceituoso. Acho que Graeff foi mais realista do que o rei (o cordão dos puxa-sacos... etc.). Temos um novo Adilson Laranjeira na praça?
Aliás, Graeff errou duas vezes (não são dois erros, é um erro cometido duas vezes, o que faz uma boa diferença a favor dele) ao acrescentar "(sic)" a "taxar" e a "mal-criado", como quem avisa que quer mesmo escrever "taxar" e não "tachar", e "mal-criado" e não "mal criado". Acontece que não se usa a expressão sic para chamar atenção para uma forma correta, mas para informar que determinado erro é de outro, ou está na citação, não é um erro do autor do texto.
Um bom exemplo de emprego adequado de sic seria "'Graeff diz que (FHC) seria criticado por taxar (sic)' (sic)". Ou seja, estou dizendo que o sic de Graeff está no texto dele, não é meu. Meu é o segundo sic, e significa "está assim mesmo no texto dele e eu acho que ele errou ao incluir sic".
Veja-se o que diz sobre a expressão o dicionário Houaiss, já que foi nele que Graeff se baseou para informar quais são os sentido de "bem-educado": "sic: assim (Palavra que, entre parênteses ou colchetes, se intercala numa citação ou se pospõe a esta para indicar que o texto original está reproduzido exatamente, por errado ou estranho que possa parecer)".
Pasquale, por sua vez, aproveitou a oportunidade para cometer mais um erro de análise: informa que Lula, há dias, disse "os empresários espanhol". E acrescenta: "Que os falsos defensores dos fracos e oprimidos não venham dizer que Lula apenas empregou a variedade de língua dominante no Brasil. Pura balela, já que a maioria dos brasileiros diria "os empresário espanhol". A língua coloquial dispensa o plural redundante (no caso, a flexão da totalidade dos elementos que se referem ao substantivo".
Qualificar os analistas da língua que sustentam teses básicas, já dignas de almanaque, sobre a estrutura das variedades de todas as línguas de defensores dos fracos e oprimidos é grossa bobagem, mas é coisa que não adiante discutir. Ele já deveria saber que lingüistas e dialetólogos adotam essa posição por razões profissionais - apenas porque conhecem o objeto que analisam - e não por defenderem politicamente os grupos x ou y, sejam eles indígenas, iletrados ou jovens. É uma questão de saber olhar a analisar fatos, de ser profissional.
O verdadeiro erro de Pasquale está em transformar de novo em categórico um tipo de análise que as teorias variacionistas criaram e que se funda exatamente na concepção de que as regras são variáveis e que as variáveis são tantas quantas houver. Segundo essa forma de escrever gramáticas, considerados os fatos, uma seqüência como a que Lula proferiu pode "sofrer" três tipos de marcação de plural:
os empresários espanhóis
os empresários espanhol
os empresário espanhol
Não considerar a segunda forma é desconhecer ao mesmo tempo o cerne da teoria variacionista e os dados de várias línguas (inclusive a "nossa"), nas quais ocorrem as três formas. Aliás, ele próprio anota o dado, ocorrido na fala de Lula, para depois desconhecê-lo, dizer que não existe.
Um laboviano provavelmente explicaria uma forma como a empregada por Lula (a segunda do paradigma) como índice de insegurança, por um lado, e, por outro, como índice de que falantes como ele se descolam, pelo menos eventualmente, das construções tidas mais claramente como "erradas" - aquelas em que só aparece uma marca de plural.
Para que a coisa fique um pouco mais clara, vejamos o que ocorre em casos de concordância verbal. Na gramática de Pasquale, só haveria construções como
Ele vieram - Nós viemos
Eles veio - Nós veio
Acontece que há também construções como
Eles viero - Nós viemo
nas quais há concordância de terceira e primeira de plural, só que não se trata da concordância padrão (o ditongo "ão" (escrito -am) se reduz a uma vogal "o", num caso, no outro não ocorre "s" final do morfema -mos).
Dois requisitos são necessários a um (bom) analista: dominar uma teoria e saber observar os fatos. Nenhuma das duas estão presentes nas análises de Graeff e de Pasquale.
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2109302-EI8425,00.html
terça-feira, 27 de novembro de 2007
duas notícias
as duas na página principal da uol.
notícia número 1:
"Brasil entra para o grupo de alto desenvolvimento humano, aponta ONU"
notícia número 2:
"Morados de rua tem o corpo queimado em São Paulo"
notícia número 1:
"Brasil entra para o grupo de alto desenvolvimento humano, aponta ONU"
notícia número 2:
"Morados de rua tem o corpo queimado em São Paulo"
o velho meu vizinho era sozinho
motivo de fofoca pras vizinhas velhas
vizinhas velhas eram todas casadas
vizinhos velhos eram todos casados
(com exceção do meu vizinho velho)
vidas todas iguais na vizinhança
as velhas fofocavam na fila da padaria
os velhos fofocavam só dentro de casa
as velhas contavam que o velho sozinho era doido varrido
__________________________________________________________
ahahhahahaha..o moleza nem vai xingar o post não viu?
motivo de fofoca pras vizinhas velhas
vizinhas velhas eram todas casadas
vizinhos velhos eram todos casados
(com exceção do meu vizinho velho)
vidas todas iguais na vizinhança
as velhas fofocavam na fila da padaria
os velhos fofocavam só dentro de casa
as velhas contavam que o velho sozinho era doido varrido
__________________________________________________________
ahahhahahaha..o moleza nem vai xingar o post não viu?
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Um cara comum andava pela rua. Quando passou por uma vitrine que estava sempre em seu caminho, parou e olhou. Não se interessou. Nunca se interessava.
O homem comum continuou seu caminho pela rua quase vazia e fria, muito fria. Nem ele mesmo sabia para onde estava indo. Caminhava.
Os passos do cara comum resultavam em um som forte que marcava seu caminho e ecoava pela rua. Eram seus sapatos cravando na eternidade as marcas do seu caminho. Assim acreditava o homem. Caminhava.
Virou uma rua, virou outra. Tirou um volumoso molho de chaves do bolso e separou uma delas sem nem ao menos desviar o olhar de seu caminho, como se as conhecesse pelo toque. Mecânico.
Parou. Abriu a porta. Entrou. Fechou a porta.
Sentou-se em uma banqueta desconfortável. Pensou. Pensou. Pensou.
E o homem entendeu que o que queria era caminhar. Saiu.
Caminhou.
O homem comum continuou seu caminho pela rua quase vazia e fria, muito fria. Nem ele mesmo sabia para onde estava indo. Caminhava.
Os passos do cara comum resultavam em um som forte que marcava seu caminho e ecoava pela rua. Eram seus sapatos cravando na eternidade as marcas do seu caminho. Assim acreditava o homem. Caminhava.
Virou uma rua, virou outra. Tirou um volumoso molho de chaves do bolso e separou uma delas sem nem ao menos desviar o olhar de seu caminho, como se as conhecesse pelo toque. Mecânico.
Parou. Abriu a porta. Entrou. Fechou a porta.
Sentou-se em uma banqueta desconfortável. Pensou. Pensou. Pensou.
E o homem entendeu que o que queria era caminhar. Saiu.
Caminhou.
sábado, 24 de novembro de 2007
No limite, entre beirar e humilhar
Senador quer filho de político em escola pública
"Ninguém é obrigado a ser parlamentar", justifica Cristovam Buarque (PDT-DF)
Ex-ministro da Educação, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defende projeto de lei de sua autoria que obriga parlamentares e chefes do Poder Executivo em todo o Brasil a matricularem seus filhos em escolas públicas durante o ensino básico. E disparou:
- Um parlamentar, numa República em que ele representa o povo, tem que colocar os filhos nas escolas que tenham filhos do povo.
Pela proposta, deputados, senadores, vereadores, prefeitos, governadores e o presidente da República serão obrigados a matricular seus filhos em escolas públicas durante a vigência do mandato.
A matéria está sendo discutida na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, e lá recebeu parecer contrário do então relator Romeu Tuma (PTB-SP). Com a saída de Tuma da Comissão, o projeto será encaminhado novamente à relatoria da Casa.
O projeto do senador Cristovam, caso aprovado, entraria em vigor a partir de 2014. O parlamentar argumenta que se o Brasil terá condições de melhorar sua infra-estrutura até lá para receber a Copa do Mundo, também pode criar condições de boa educação.
Ele não acha que o projeto está ferindo o direito de escolha dos políticos que colocariam os filhos em escola particular. Mas admite que não sabe se teria sido candidato se a medida já vigorasse.
- Era capaz de eu não me candidatar com essa lei, teria de discutir isso com minha mulher e meus filhos. A lei não existia, por isso não tinha nenhuma obrigação.
Leia a entrevista do ex-ministro:
O senhor acha que os parlamentares só se sensibilizam com os problemas da sociedade quando são diretamente atingidos por eles?
O serviço médico do Senado é ótimo, é excelente. Por que temos um serviço médico excelente no Senado? Porque cuidamos da saúde dos senadores. Na Monarquia havia escolas só para os filhos dos aristocratas, mas a gente está numa República. Na Inglaterra, que é uma Monarquia, está se discutindo esse projeto de lei. Mas aí tem gente que vai dizer: "ah, mas lá a escola pública é boa". A gente precisa inverter isso.
O projeto não interfere no direito de escolha dos parlamentares?
Fere o direito do cidadão que quer ser parlamentar. Ninguém é obrigado a ser parlamentar. O que a gente está fazendo é acrescentando uma obrigação ao parlamentar, e isso só entraria em vigor em 2014. É o tempo que o Brasil tem para fazer uma Copa do Mundo. Por que não é o prazo para se fazer uma boa escola?
Mas ainda assim ele acaba tendo suas liberdades constitucionais restringidas...
A Constituição diz que o cidadão é livre, mas que cada cidadão tem que cumprir suas obrigações. Eu não sou livre a ponto de, por exemplo, estar agora na praia. É uma obrigação profissional. A questão é saber se essa obrigação é ou não é justa. Eu acho que é mais que justa. E um parlamentar, numa república em que ele representa o povo, ele tem que colocar os filhos em escolas que tenham filhos do povo.
O senhor matriculou seus filhos em escolas públicas?
Não, porque na época eu não era nem parlamentar. Era capaz de eu não me candidatar com essa lei, teria de discutir isso com minha mulher e meus filhos. A lei não existia, por isso não tinha nenhuma obrigação. Hoje o parlamentar não deve fazer isso, porque a lei não existe.
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2088257-EI6578,00.html
"Ninguém é obrigado a ser parlamentar", justifica Cristovam Buarque (PDT-DF)
Ex-ministro da Educação, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defende projeto de lei de sua autoria que obriga parlamentares e chefes do Poder Executivo em todo o Brasil a matricularem seus filhos em escolas públicas durante o ensino básico. E disparou:
- Um parlamentar, numa República em que ele representa o povo, tem que colocar os filhos nas escolas que tenham filhos do povo.
Pela proposta, deputados, senadores, vereadores, prefeitos, governadores e o presidente da República serão obrigados a matricular seus filhos em escolas públicas durante a vigência do mandato.
A matéria está sendo discutida na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, e lá recebeu parecer contrário do então relator Romeu Tuma (PTB-SP). Com a saída de Tuma da Comissão, o projeto será encaminhado novamente à relatoria da Casa.
O projeto do senador Cristovam, caso aprovado, entraria em vigor a partir de 2014. O parlamentar argumenta que se o Brasil terá condições de melhorar sua infra-estrutura até lá para receber a Copa do Mundo, também pode criar condições de boa educação.
Ele não acha que o projeto está ferindo o direito de escolha dos políticos que colocariam os filhos em escola particular. Mas admite que não sabe se teria sido candidato se a medida já vigorasse.
- Era capaz de eu não me candidatar com essa lei, teria de discutir isso com minha mulher e meus filhos. A lei não existia, por isso não tinha nenhuma obrigação.
Leia a entrevista do ex-ministro:
O senhor acha que os parlamentares só se sensibilizam com os problemas da sociedade quando são diretamente atingidos por eles?
O serviço médico do Senado é ótimo, é excelente. Por que temos um serviço médico excelente no Senado? Porque cuidamos da saúde dos senadores. Na Monarquia havia escolas só para os filhos dos aristocratas, mas a gente está numa República. Na Inglaterra, que é uma Monarquia, está se discutindo esse projeto de lei. Mas aí tem gente que vai dizer: "ah, mas lá a escola pública é boa". A gente precisa inverter isso.
O projeto não interfere no direito de escolha dos parlamentares?
Fere o direito do cidadão que quer ser parlamentar. Ninguém é obrigado a ser parlamentar. O que a gente está fazendo é acrescentando uma obrigação ao parlamentar, e isso só entraria em vigor em 2014. É o tempo que o Brasil tem para fazer uma Copa do Mundo. Por que não é o prazo para se fazer uma boa escola?
Mas ainda assim ele acaba tendo suas liberdades constitucionais restringidas...
A Constituição diz que o cidadão é livre, mas que cada cidadão tem que cumprir suas obrigações. Eu não sou livre a ponto de, por exemplo, estar agora na praia. É uma obrigação profissional. A questão é saber se essa obrigação é ou não é justa. Eu acho que é mais que justa. E um parlamentar, numa república em que ele representa o povo, ele tem que colocar os filhos em escolas que tenham filhos do povo.
O senhor matriculou seus filhos em escolas públicas?
Não, porque na época eu não era nem parlamentar. Era capaz de eu não me candidatar com essa lei, teria de discutir isso com minha mulher e meus filhos. A lei não existia, por isso não tinha nenhuma obrigação. Hoje o parlamentar não deve fazer isso, porque a lei não existe.
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2088257-EI6578,00.html
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
e o vovô dele?
Para ACM Neto, venezuelanos não sabem votar
O deputado ACM Neto (DEM-BA), que lamenta a aprovação, na CCJ da Câmara, da entrada da Venezuela no Mercosul
Para o deputado Antonio Carlos Magalhãos Neto (DEM-BA), o povo venezuelano não sabe escolher seus presidentes. Categórico, o parlamentar baiano vai além:
- Eu não posso jamais aplaudir ninguém que é capaz de dar um voto em Hugo Chávez.
Indiretamente, ACM Neto corrobora a famosa declaração de Pelé, que na década de 1970 disse que "brasileiro não sabe votar".
O deputado critica a aprovação, pela CCJ, da entrada da Venezuela no Mercosul. A matéria, relatada pelo deputado Paulo Maluf (PP-SP), passou por 44 votos a 17 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Ele alega que o governo se utilizou de mecanismos "pouco republicanos" para conseguir aprovar a matéria na Casa.
- A bancada do governo ontem dormiu reclamando e hoje acordou votando. O que nós presenciamos foi uma entrada muito forte do Planalto e dos seus articuladores com métodos pouco republicanos. Isso acabou manipulando o resultado final da votação na CCJ.
Em entrevista a Terra Magazine, ACM Neto fala da posição do DEM a respeito do ingresso da Venezuela no Mercosul e expõe seu ponto de vista sobre a situação no país vizinho.
Terra Magazine - O DEM foi contra a admissão da Venezuela no bloco por considerar o país "pouco democrático". O partido não levou em conta o peso econômico da Venezuela ao tomar essa posição?
Antonio Carlos Magalhães Neto - É claro que sim. Contudo, as questões econômicas são tratadas através das relações bilaterais. Nós não estamos defendendo nenhum tipo de sanção econômica contra a Venezuela, pelo contrário, nós queremos incrementar o comércio exterior com a Venezuela. Contudo, quando se discute um mercado comum se vai para muito além das questões econômicas. Por ter assinado o protocolo de Ushuaia, o Brasil é impedido de aceitar no Mercosul qualquer país onde a democracia não seja plena. E no caso da Venezuela, o ditador de plantão é Hugo Chávez.
Desde 1998, o presidente Chávez venceu 6 pleitos. Ele pode ser chamado de ditador mesmo assim?
Com certeza. São pleitos manipulados, afinal de contas ele criou um instrumento de perpetuação no poder, ele utiliza a população mais carente da Venezuela como massa de manobra através de políticas populistas. Não existe Judiciário independente na Venezuela, não existe um Legislativo independente, não existe liberdade de imprensa. Por que ele pode se reeleger quantas vezes quiser? Porque não tem liberdade de manifestação e de expressão.
A lisura desses pleitos foi garantida por observadores internacionais, inclusive o ex-presidente americano Jimmy Carter. Ainda assim o senhor afirma que essas eleições foram manipuladas?
Com certeza sim, porque a manipulação não é no dia da eleição, não é mexer na urna. Os observadores internacionais ficam atentos apenas ao pleito durante a campanha, na reta final de campanha e no dia da eleição. Nós não estamos falando disso; estamos falando de um presidente que criou um modelo de perpetuação no poder que parte da supressão de direitos e garantias fundamentais, que controla a economia e impede a livre iniciativa privada de intervir na educação pública, doutrinando a população da Venezuela. A manipulação dele não é na eleição propriamente, é uma manipulação permanente.
O que caracteriza uma democracia, considerando que Hugo Chávez venceu 6 pleitos, entre eleições e referendos? Pela óptica da reeleição indefinida, o presidente americano Franklin Roosevelt ficou 16 anos no poder e nem por isso teve sua legitimidade contestada.
Pelo amor de Deus, não vamos comparar a Venezuela nem aos Estados Unidos nem à França, onde também há possibilidade de diversas reeleições. Nesses países a economia é desenvolvida, há liberdade de imprensa. Nesses países há alternância de poder e, principalmente, a população é instruída. A liberdade de cada cidadão se dá a partir da educação, coisa que não existe na Venezuela. Não tem como se comparar nem aos Estados Unidos nem à França. O que existe na Venezuela é opressão dos estudantes, é opressão e perseguição da oposição. Veja que coisa absurda: a nova Constituição proposta pelo senhor Hugo Chávez diz claramente que o estado venezuelano tem que ter vocação socialista! Meu Deus do céu! Como é que a Constituição, a carta jurídica mais importante de um país pode estabelecer a vocação político-ideológica das pessoas? O senhor Hugo Chávez não pode ter uma carta branca, não pode ter um cheque em branco do Brasil, que seria a aceitação no Mercosul.
O povo venezuelano não sabe o que é melhor para ele, independentemente das críticas que porventura se tenha contra o presidente daquele país?
Hoje a população venezuelana não tem os instrumentos para julgar o que pode ser melhor para sua representação interna e principalmente representação externa. Eu não tenho nenhuma dúvida que hoje o povo venezuelano está suprimido, tolhido pelo próprio Hugo Chávez dos meios adequados para ter a melhor escolha e a consciência crítica devida.
O povo venezuelano sabe escolher seus presidentes?
Eu acho que não. Infelizmente foi criada uma grande bomba interna na Venezuela, uma armadilha que se criou para a população a partir de um viés totalitário do presidente Hugo Chávez. O povo venezuelano precisa ter meios que o conscientizem de que não se pode ter à frente um chefe de Estado como Hugo Chávez com as práticas que ele tem.
O senhor já foi à Venezuela?
Olha, eu acho que você tem uma procuração para defender Hugo Chávez.
O senhor já foi à Venezuela?
Não. Mas tenho outros relatos e outras fontes de informação sobre o país. O meu mecanismo de análise é a partir do que é bom para o Brasil. Esse é meu dever, e é isso que eu estou fazendo. Eu leio jornal, eu leio revista, eu leio livros, eu acompanho todo dia o noticiário e tenho plenas condições de fazer a consciência crítica devida com relação à postura do senhor Hugo Chávez. Agora se alguém está querendo ser advogado de defesa do senhor Hugo Chávez é melhor vir aqui pro parlamento e vir debater conosco no ambiente certo.
O deputado ACM Neto (DEM-BA), que lamenta a aprovação, na CCJ da Câmara, da entrada da Venezuela no Mercosul
Para o deputado Antonio Carlos Magalhãos Neto (DEM-BA), o povo venezuelano não sabe escolher seus presidentes. Categórico, o parlamentar baiano vai além:
- Eu não posso jamais aplaudir ninguém que é capaz de dar um voto em Hugo Chávez.
Indiretamente, ACM Neto corrobora a famosa declaração de Pelé, que na década de 1970 disse que "brasileiro não sabe votar".
O deputado critica a aprovação, pela CCJ, da entrada da Venezuela no Mercosul. A matéria, relatada pelo deputado Paulo Maluf (PP-SP), passou por 44 votos a 17 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Ele alega que o governo se utilizou de mecanismos "pouco republicanos" para conseguir aprovar a matéria na Casa.
- A bancada do governo ontem dormiu reclamando e hoje acordou votando. O que nós presenciamos foi uma entrada muito forte do Planalto e dos seus articuladores com métodos pouco republicanos. Isso acabou manipulando o resultado final da votação na CCJ.
Em entrevista a Terra Magazine, ACM Neto fala da posição do DEM a respeito do ingresso da Venezuela no Mercosul e expõe seu ponto de vista sobre a situação no país vizinho.
Terra Magazine - O DEM foi contra a admissão da Venezuela no bloco por considerar o país "pouco democrático". O partido não levou em conta o peso econômico da Venezuela ao tomar essa posição?
Antonio Carlos Magalhães Neto - É claro que sim. Contudo, as questões econômicas são tratadas através das relações bilaterais. Nós não estamos defendendo nenhum tipo de sanção econômica contra a Venezuela, pelo contrário, nós queremos incrementar o comércio exterior com a Venezuela. Contudo, quando se discute um mercado comum se vai para muito além das questões econômicas. Por ter assinado o protocolo de Ushuaia, o Brasil é impedido de aceitar no Mercosul qualquer país onde a democracia não seja plena. E no caso da Venezuela, o ditador de plantão é Hugo Chávez.
Desde 1998, o presidente Chávez venceu 6 pleitos. Ele pode ser chamado de ditador mesmo assim?
Com certeza. São pleitos manipulados, afinal de contas ele criou um instrumento de perpetuação no poder, ele utiliza a população mais carente da Venezuela como massa de manobra através de políticas populistas. Não existe Judiciário independente na Venezuela, não existe um Legislativo independente, não existe liberdade de imprensa. Por que ele pode se reeleger quantas vezes quiser? Porque não tem liberdade de manifestação e de expressão.
A lisura desses pleitos foi garantida por observadores internacionais, inclusive o ex-presidente americano Jimmy Carter. Ainda assim o senhor afirma que essas eleições foram manipuladas?
Com certeza sim, porque a manipulação não é no dia da eleição, não é mexer na urna. Os observadores internacionais ficam atentos apenas ao pleito durante a campanha, na reta final de campanha e no dia da eleição. Nós não estamos falando disso; estamos falando de um presidente que criou um modelo de perpetuação no poder que parte da supressão de direitos e garantias fundamentais, que controla a economia e impede a livre iniciativa privada de intervir na educação pública, doutrinando a população da Venezuela. A manipulação dele não é na eleição propriamente, é uma manipulação permanente.
O que caracteriza uma democracia, considerando que Hugo Chávez venceu 6 pleitos, entre eleições e referendos? Pela óptica da reeleição indefinida, o presidente americano Franklin Roosevelt ficou 16 anos no poder e nem por isso teve sua legitimidade contestada.
Pelo amor de Deus, não vamos comparar a Venezuela nem aos Estados Unidos nem à França, onde também há possibilidade de diversas reeleições. Nesses países a economia é desenvolvida, há liberdade de imprensa. Nesses países há alternância de poder e, principalmente, a população é instruída. A liberdade de cada cidadão se dá a partir da educação, coisa que não existe na Venezuela. Não tem como se comparar nem aos Estados Unidos nem à França. O que existe na Venezuela é opressão dos estudantes, é opressão e perseguição da oposição. Veja que coisa absurda: a nova Constituição proposta pelo senhor Hugo Chávez diz claramente que o estado venezuelano tem que ter vocação socialista! Meu Deus do céu! Como é que a Constituição, a carta jurídica mais importante de um país pode estabelecer a vocação político-ideológica das pessoas? O senhor Hugo Chávez não pode ter uma carta branca, não pode ter um cheque em branco do Brasil, que seria a aceitação no Mercosul.
O povo venezuelano não sabe o que é melhor para ele, independentemente das críticas que porventura se tenha contra o presidente daquele país?
Hoje a população venezuelana não tem os instrumentos para julgar o que pode ser melhor para sua representação interna e principalmente representação externa. Eu não tenho nenhuma dúvida que hoje o povo venezuelano está suprimido, tolhido pelo próprio Hugo Chávez dos meios adequados para ter a melhor escolha e a consciência crítica devida.
O povo venezuelano sabe escolher seus presidentes?
Eu acho que não. Infelizmente foi criada uma grande bomba interna na Venezuela, uma armadilha que se criou para a população a partir de um viés totalitário do presidente Hugo Chávez. O povo venezuelano precisa ter meios que o conscientizem de que não se pode ter à frente um chefe de Estado como Hugo Chávez com as práticas que ele tem.
O senhor já foi à Venezuela?
Olha, eu acho que você tem uma procuração para defender Hugo Chávez.
O senhor já foi à Venezuela?
Não. Mas tenho outros relatos e outras fontes de informação sobre o país. O meu mecanismo de análise é a partir do que é bom para o Brasil. Esse é meu dever, e é isso que eu estou fazendo. Eu leio jornal, eu leio revista, eu leio livros, eu acompanho todo dia o noticiário e tenho plenas condições de fazer a consciência crítica devida com relação à postura do senhor Hugo Chávez. Agora se alguém está querendo ser advogado de defesa do senhor Hugo Chávez é melhor vir aqui pro parlamento e vir debater conosco no ambiente certo.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
se deus é brasileiro, o diabo é o que?
Prefeito diz que foi abduzido pelo diabo e renuncia
Políticos deixam suas funções o tempo todo para passar mais tempo com a família ou por outras diferentes razões. Mas, numa cidade do Estado de Arkansas (EUA), o prefeito renunciou alegando uma razão inusitada: adoradores do satanás fizeram-lhe uma lavagem cerebral. A informação é do site Metro.
Ken Willians deixou seu cargo alegando que o diabo o havia abduzido há quase 30 anos. Prefeito desde 2001, ele afirmou que passou a usar o nome pelo qual é conhecido a partir de 1980.
O ex-prefeito afirma que era um pregador da Igreja Batista chamado Don LaRose, que vivia em Indiana em meados dos anos 70, mas foi abduzido pelo diabo e esqueceu-se de sua vida até então.
Recentemento, Willians diz que tomou uma injeção que o fez lembrar seu passado. Ele lembrou-se então que tinha uma mulher e dois filhos como LaRose e que tinha decidido mudar sua identidade para protegê-los. Em 1980, ele teria então assumido a identidade de Ken Willians, morto em um acidente de carro em 1958.
Willians tornou público o caso na semana passada quando sua antiga família descobriu o que acontecia. Desde fevereiro ele mantém um site sobre o desaparecimento de LaRose.
O ex-prefeito diz que planeja continuar a viver como Williams, e que a sua atual mulher o apóia. Ao se demitir, ele assinou como Ken Williams, 69 anos, e Don LaRose, 67 anos.
Políticos deixam suas funções o tempo todo para passar mais tempo com a família ou por outras diferentes razões. Mas, numa cidade do Estado de Arkansas (EUA), o prefeito renunciou alegando uma razão inusitada: adoradores do satanás fizeram-lhe uma lavagem cerebral. A informação é do site Metro.
Ken Willians deixou seu cargo alegando que o diabo o havia abduzido há quase 30 anos. Prefeito desde 2001, ele afirmou que passou a usar o nome pelo qual é conhecido a partir de 1980.
O ex-prefeito afirma que era um pregador da Igreja Batista chamado Don LaRose, que vivia em Indiana em meados dos anos 70, mas foi abduzido pelo diabo e esqueceu-se de sua vida até então.
Recentemento, Willians diz que tomou uma injeção que o fez lembrar seu passado. Ele lembrou-se então que tinha uma mulher e dois filhos como LaRose e que tinha decidido mudar sua identidade para protegê-los. Em 1980, ele teria então assumido a identidade de Ken Willians, morto em um acidente de carro em 1958.
Willians tornou público o caso na semana passada quando sua antiga família descobriu o que acontecia. Desde fevereiro ele mantém um site sobre o desaparecimento de LaRose.
O ex-prefeito diz que planeja continuar a viver como Williams, e que a sua atual mulher o apóia. Ao se demitir, ele assinou como Ken Williams, 69 anos, e Don LaRose, 67 anos.
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Pego o controle, ligo a televisão, geralmente está na Globo, começo a mudar de canal em busca de algo interessante. Rapidamente passo pelos 30 canais de minha modesta TV a cabo (sim modesta, as Nets e cia. tem mais de 100 canais) e vejo que não há nada "assistível". O normal seria desligar a televisão e procurar o que fazer, mas continuo apertando aquele botãozinho com o sinal de mais e logo completo a segunda volta. Completo a terceira, a quarta, a quinta... Após um tempo nem olho mais para a televisão, olho para a janela, pro ventilador, umbigo, fecho os olhos, sei lá, mas o meu dedo continua a realizar o mesmo movimento. Uns 10 minutos depois percebo que já estou há um bom tempo fazendo isso e que quero parar, até conseguir parar de apertar o botãozinho com o sinal de mais e apertar o power demora mais uns 5 minutos.
Desligo a TV, resta o computador (com apenas alguns cliks estou conectado com o mundo inteiro). Entro no orkut, nenhuma novidade, leio algumas notícias, nem sou tão engajado assim, abro o MSN, ninguém para conversar, entro nesse blog. Os primeiros 15 minutos até que são divertidos, mas depois não há mais nada o que fazer no computador. Fico cerca de uma hora, ou mais, mexendo o mouse e olhando para a tela do PC, é praticamente impossível desligá-lo e me levantar da cadeira. Ai, ai... essa técnologia...
Desligo a TV, resta o computador (com apenas alguns cliks estou conectado com o mundo inteiro). Entro no orkut, nenhuma novidade, leio algumas notícias, nem sou tão engajado assim, abro o MSN, ninguém para conversar, entro nesse blog. Os primeiros 15 minutos até que são divertidos, mas depois não há mais nada o que fazer no computador. Fico cerca de uma hora, ou mais, mexendo o mouse e olhando para a tela do PC, é praticamente impossível desligá-lo e me levantar da cadeira. Ai, ai... essa técnologia...
terça-feira, 20 de novembro de 2007
O Lula é legal, mas é um brincalhão
Lula diz que "Deus é brasileiro" em cerimônia no Palácio
Jeferson Ribeiro
Direto de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta terça-feira que "Deus é brasileiro". A declaração foi dada durante a assinatura de um protocolo de intenções entre Companhia Vale do Rio Doce e a empresa coreana Dongkuk Steel Mill para construção até 2010 de uma siderúrgica no distrito de Pecém no Ceará.
"Eu tenho dito sempre, desde da descobertas da Petrobras, que está ficando provado que Deus é brasileiro", disse Lula ao desejar que Deus permitisse que ele inaugurasse a nova usina, que terá sua produção movida por um auto-forno de carvão, até o final de seu mandato.
A Vale de a Dongkuk assinaram um protocolo com a intenção de fechar os últimos estudos de viabilidade e construir a Usina Siderúrgica de Pecém. A unidade deve produzir cerca de 2,5 milhões de toneladas de placas de aço. O investimento previsto é de aproximadamente R$ 2 bilhões. Devem ser gerados dois mil empregos diretos na produção de aço e minério de ferro no local.
O investimento já havia sido anunciado pelo presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, na quarta-feira da semana passada. Durante a cerimônia, Lula incentivou também o aumento da produção de aço no País e fez uma comparação com a China. Segundo ele, os chineses produzem cerca de 450 milhões de toneladas de aço por ano e o Brasil apenas 30 milhões, tendo o mesmo potencial que a China.
"Não podemos ficar vendo os chineses aumentarem sua produção para 600 milhões de toneladas de aço e nós ficarmos nos 40 milhões. Temos que fazer mais investimentos para aproveitar o nosso potencial", disse.
O projeto da Siderúrgica de Pecém é antigo e não tinha sido viabilizado ainda porque havia pendências sobre o fornecimento de gás para o empreendimento por parte da Petrobras. A demora fez com que os investidores encontrassem outra forma de produção, usando o auto-forno de carvão.
fonte:
http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200711201408_RED_53323863
O que será que o Belchior acha disso?
Sujeito De Sorte
Belchior
Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Jeferson Ribeiro
Direto de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta terça-feira que "Deus é brasileiro". A declaração foi dada durante a assinatura de um protocolo de intenções entre Companhia Vale do Rio Doce e a empresa coreana Dongkuk Steel Mill para construção até 2010 de uma siderúrgica no distrito de Pecém no Ceará.
"Eu tenho dito sempre, desde da descobertas da Petrobras, que está ficando provado que Deus é brasileiro", disse Lula ao desejar que Deus permitisse que ele inaugurasse a nova usina, que terá sua produção movida por um auto-forno de carvão, até o final de seu mandato.
A Vale de a Dongkuk assinaram um protocolo com a intenção de fechar os últimos estudos de viabilidade e construir a Usina Siderúrgica de Pecém. A unidade deve produzir cerca de 2,5 milhões de toneladas de placas de aço. O investimento previsto é de aproximadamente R$ 2 bilhões. Devem ser gerados dois mil empregos diretos na produção de aço e minério de ferro no local.
O investimento já havia sido anunciado pelo presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, na quarta-feira da semana passada. Durante a cerimônia, Lula incentivou também o aumento da produção de aço no País e fez uma comparação com a China. Segundo ele, os chineses produzem cerca de 450 milhões de toneladas de aço por ano e o Brasil apenas 30 milhões, tendo o mesmo potencial que a China.
"Não podemos ficar vendo os chineses aumentarem sua produção para 600 milhões de toneladas de aço e nós ficarmos nos 40 milhões. Temos que fazer mais investimentos para aproveitar o nosso potencial", disse.
O projeto da Siderúrgica de Pecém é antigo e não tinha sido viabilizado ainda porque havia pendências sobre o fornecimento de gás para o empreendimento por parte da Petrobras. A demora fez com que os investidores encontrassem outra forma de produção, usando o auto-forno de carvão.
fonte:
http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200711201408_RED_53323863
O que será que o Belchior acha disso?
Sujeito De Sorte
Belchior
Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
E se eles jogassem?
Os gêmeos, Alan e Alex, jogavam demais, tinham a nossa idade e já estavam no pré-mirim (a gente era do fraldinha)."Nossa! Eles jogam com os muleques da terceeeira série." Uma vez fomos jogar um amistoso contra outra escola, não lembro o nome, e perdemos de 4 a 1, o Gabriel levou um frango histórico. Não joguei nem 5 minutos, mas o gol saiu quando eu estava em campo. Nosso time não era ruim, Kauê, Kelency e o Ali jogavam muito. Quando o jogo acabou o nosso professor marcou a revanche, seria em casa e os gêmeos jogariam no nosso time. Estávamos todos anciosos e confiantes na vitória, o Alex fechava o gol e o Alan era 10 e faixa. O jogo seria depois da aula, o sinal bateu, nos trocamos e fomos para a quadra. Depois de mais ou menos meia hora o professor sobe e fala que os adversários não iam jogar. Para não ficarmos tristes o professor deu um "coletivo". O jogo nunca foi remarcado e até hoje não sabemos se ganharíamos se os gêmeos jogassem.
postagem matinal
Eu tinha vinte anos e era um garotão maneiro e tudo o que eu fazia naqueles dias era ficar coçando o saco, enquanto pensava em sacanagem e estralava uma cerveja atrás da outra. Minha mãe vivia achincalhando meu brazilian way of life e fazendo novena pra eu mudar de vida. Na rua, as babies em flor sorriam serelepes pra moçada bronzeada da minha idade que praticava halterofilismo e jogava voleibol. Eu tinha uma pancinha precoce e proeminente e nenhum charme aparente e nenhuma disposição pra levantar o rabo da frente da geladeira onde repousavam doces cervejocas, a não ser pra comprar novas cervejocas ou pra trocar Gibi com o Chico da venda. De mais a mais, eu sempre achei esse negócio de puxar ferro e voleibol uma tremenda de uma viadagem. O meu melhor amigo era o Zulu, um crioulo macumbeiro, decididamente a versão black do ET. A gente saía junto e era um arraso. A cachorrada latia, as garotas xingavam, a rapaziada queria dar porrada e a velharada fazia o sinal da cruz. O Zulu e eu éramos a dupla de truco mais temida da vila, e de sinuca também. Pra falar a verdade, eu sempre fui meio malandro otário, jogador de sinuca e comedor de paçoquinha, mas era assim que eu era feliz. Mas também, fazer o que, né? O santo da mãe nunca foi muito forte. Mas aí pintou a Sandrinha, inteirada em literatura e rock and roll, e devoradora de rango natural. A casa dela era um verde só. Tinha samambaia até dentro da geladeira. A gente se cruzou numa quermesse que era pro padre arrecadar grana pra construir mais uma casa paroquial. Tava escalando uma montanha de batatinha frita ali pela quinta cerveja quando ela irrompeu no salão a tira colo com um japa mirradinho. Dei um toque no Zulu que tava parado numa neguinha de traseiro generoso. Ele sorriu dentes cariados e voltou a cuidar a crioula que tinha umas tranças afro charmosissimas. Então eu tava assim, bebendo cerveja e comendo batatinha frita, quando três desses sujeitos que andam com medalhões de ouro nos pescoços entraram numas de dizer gracinhas pra Sandrinha e eu, revoltado e indignado, resolvi dar um tempo da cerveja e das batatinhas e fui apertar o nariz dos caras. Mal cheguei perto e abri a boca, um anel de ouro veio pousar bem dentro dela acompanhado de um punho que eu jamais convidaria pra tratar dos meus mal cuidados dentes. Fiquei vendo constelações enquanto o japa mirradinho ceifava cabeças e fazia vôo rasante sobre as mesas. Quando acordei, estava num sofá verde, que ficava sobre um tapete verde em um apartamento verde. Sandrinha me serviu uma vitamina de abacate e eu fiquei esperando pintarem os marcianinhos ou a torcida organizada do Palmeiras. Sandrinha me explicou que o japa era faixa preta de uma dessas lutas orientais (por mim, tudo bem), e tinha dado um jeito nos caras antes de me trazer pra cá pra que ela tratasse de mim. Abençoei o japa e Sandrinha me mostrou gravuras pop e discos de rock and roll. Achei tudo muito muito e perguntei se ela não tinha uma cervejinha na geladeira. Me serviu com uma latinha que eu estralei na hora e tratei de dar sumiço no liquido. Sandrinha era um amor, e talvez por isso mesmo passou a me olhar como se eu fosse uma folha de alface, e então me convidou pra conhecer sua coleção de fotos de Audrey II, aquela plantinha simpática e canibal que cantava uns funks no filme "A Pequena Loja dos Horrores". Me confidenciou que o seu álbum com fotos de Audrey II estava no quarto, e foi na frente me mostrando o caminho. Me armei de mais uma atraente latinha de cerveja e a segui decididamente fascinado pela gata e pelas prováveis latinhas de cerveja no provável frigobar do quarto. Quanto entrei, notei que não havia frigobar, mas havia uma cama forrada com um lençol com baleiazinhas esguichando, o inevitável álbum com fotos de Audrey II e um pôster em alto relevo do Fernando Gabeira, além de um porta retrato no criado mudo com o Sting abraçando o Raoni. Sandrinha sentou-se na beirada da cama e maliciosamente natural, desabotoou a blusa, deixando a mostra dois suculentos peitinhos ornamentados com duas suculentas tetinhas pontudas. Dei um ultimo gole na cerveja e caí matando no leite, digo, nos peitos. Sandrinha me fez jurar que eu iria me filiar ao PV e só depois abriu as pernas. Fiz uma prece ao Mico Leão Dourado e fui fundo. Entre um beijo e outro, jurava fidelidade ao Gabeira. Sandrinha ficou possessa. Na verdade, Sandrinha vegetariana era uma antropófaga na cama. Começou a chupar meu pobre pau implacavelmente e eu comecei a rezar pra que a precoce não emplacasse desta vez. Todas aquelas adoráveis latinhas de cerveja na geladeira contavam com isso. Sob veementes protestos da canibal travestida de ecologista, arranquei meu pau da boca dela e tratei de tentar despi-la. Foi aí que ela me jogou na cara que eu era um desajeitado. Nunca fui bom pra tirar roupa de mulher, sempre me dei melhor abrindo garrafas. Sandrinha saltou da cama com os seios arfando e o zíper da calça aberto, colocou um bem vindo Rolling Stones no toca discos e deu início ao que eu chamaria de um Strip tease pós Salomé. Coloquei a cabeça do meu pau na bandeja pra baby que ficou de costas pra mim, e foi lentamente abaixando a calça, e qual não foi minha surpresa então, pois a tanga que ela estava usando não era verde como eu imaginava e até apostaria minha garrafa de Orloff nessa. Era lilás. A tanga era lilás. Mais tarde ela me confessaria entre gemidos que era uma simples e singela homenagem ao Gabeira. Ela se virou, e então eu vi, na tanga, ali onde a xoxota se esconde, uma doce foquinha com a sugestiva inscrição: "Toda a liberdade às focas". Sandrinha se livrou da tanga politiqueira e se atirou sobre mim. Acabou de tirar minha cueca no dente, e porra, eu não tô exagerando nem um pouco, me devorou. Lembrei a Sandrinha que o pôster do Gabeira tava de olho, ela resmungou qualquer coisa sobre sexo livre e continuou o seu ritual antropofágico. Meu pobre pau me olhou com cara de Danton a beira da guilhotina, devolvi a ele meu olhar de incapaz, e então foi terrível o que ela fez. Por sucessivas vezes colocou e tirou meu pau da sua xoxota. Comecei a imaginar delirantemente quantos paus já tinham entrado e saído daquela xoxota cruel. Sandrinha não passava de uma aliciadora de pobres garotos apolíticos e alienadões para o seu partido, e porra, como ela sabia ser convincente. Se virou de costas pra mim, ficou de quatro e gritou duas palavras de ordem tipo "Beterraba" e "Pimentão". A bunda da Sandrinha era redonda como uma bola de futebol de salão. Comi a bunda da Sandrinha, e o sol pintou na janela testemunhando a apoteose da sacanagem. O gozo saiu como um esguicho de uma daquelas baleiazinhas no lençol. Sandrinha desmaiou com a cara no travesseiro, cônscia do dever cumprido. Tirei meu pau e dei duas boas balançadas. Senti o sol nos olhos, coloquei um óculos escuro e fui pelado até a cozinha, abri a geladeira e peguei uma latinha de cerveja. Voltei pro quarto e fiquei parado na porta, pelado, olhando Sandrinha dormindo, nua. Ela era um bocado bonita. Me sentei na beirada da cama, estralei a cerveja e dei um gole, entediado. Sandrinha ronronou ao meu lado. Pensei na mãe e sorri.
Mario Bortolotto
Mario Bortolotto
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
dessa vez foi na finlândia...
Um estudante de 18 anos matou 8 pessoas de sua escola com uma pistolinha na Finlândia.
Ele era um darwinista-social assumido.
Isso mesmo. Acreditava que a seleção natural serve para os seres humanos.
palavras do assassino: "Estou preparado para lutar e morrer pela minha causa. Eu, como um seletor natural, eliminarei todos aqueles que considerar deficientes, vergonhas da raça humana e fracassos da seleção natural"
Herbert Spencer aplicou a teoria de Darwin às sociedades humanas.
Herbert Spencer nasceu em 1820.
O aluno finlandês em 1989.
O ganhador do prêmio nobel James Watson disse que os africanos são menos inteligentes em 2007.
Resquícios da teoria de Herbert Spencer estão aí até hoje.
Resquícios da teoria de James Watson vão frutificar por até quanto tempo?
postado por zé # haauhauhauh
Ele era um darwinista-social assumido.
Isso mesmo. Acreditava que a seleção natural serve para os seres humanos.
palavras do assassino: "Estou preparado para lutar e morrer pela minha causa. Eu, como um seletor natural, eliminarei todos aqueles que considerar deficientes, vergonhas da raça humana e fracassos da seleção natural"
Herbert Spencer aplicou a teoria de Darwin às sociedades humanas.
Herbert Spencer nasceu em 1820.
O aluno finlandês em 1989.
O ganhador do prêmio nobel James Watson disse que os africanos são menos inteligentes em 2007.
Resquícios da teoria de Herbert Spencer estão aí até hoje.
Resquícios da teoria de James Watson vão frutificar por até quanto tempo?
postado por zé # haauhauhauh
terça-feira, 6 de novembro de 2007
malhação
É impressionante.
A abertura da novelinha que foi feita pra representar a vida dos jovens na telinha se resume à um calçado, um skate e um estojo de maquiagem.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Até que é legalzinho.
Fazer o quê? A Copa é nossa
A Copa de 2014 é nossa!
Alguém talvez se recorde de que, antes do início da Copa na Alemanha, escrevi que estava próximo de cometer suicídio diante da tediosa, repetitiva e exaustiva carga de "informações" sobre a Alemanha. Todos os apresentadores do país foram para lá, assim como todos os jornalistas. Em alguns telejornais, os âncoras diziam: "E agora, vamos chamar o nosso correspondente que se encontra no Brasil. Fala, João; como vão as coisas por aí?" E João respondia: "Aqui não se fala em outra coisa a não ser sobre vocês aí."
Imagine o que será de nossa TV quando estivermos em 2012. Já viveremos um pré-inferno. Todos dirão: "Às vésperas da Copa..." e tome matéria besta tipo "Seu Joaquim faz banquinhos há 54 anos na pequena e pacata cidade de Muturum, vizinha de Mucupemba, onde está sendo construída uma das 567 Arenas Multiuso do país, nas quais acontecerão os jogos da maior Copa do Mundo do sistema solar. E então, seu Joaquim? Feliz com a Copa acontecendo aqui pertinho?" E ele sorri com timidez e responde: "Sim". E a moça (geralmente moças fazem essas matérias), num clássico do jornalismo nacional, pedirá: "Então mostra pra gente como se faz um banquinho." Em 2010, claro, é provável que o Galvão e outros patriotas -agora a emissora do bispo tá lotadinha deles; foram os campeões em patriotadas e histeria verde-amarela durante os jogos cariocas de inverno- já passem a se referir à nossa Copa durante as transmissões da Copa da África.
Exemplo: "Estamos aqui na pré-Copa do Brasil de 2014." Ou "Isso aqui nada mais é que um grande ensaio para aquela que será a maior, melhor, mais espetacular e sensacional Copa do Mundo de todos os tempos, a Copa do Brasil!"
Acredito que nem precisamos ficar preocupados em ganhar ou sequer jogar bem. O elegante Dunga poderá até sorrir e dizer que está poupando jogadores ou testando alguns para a Copa pra valer, a nossa Copa.
Outro aborrecimento seguro: a Copa de 50. O famoso jogo, a famosa derrota, a famosa tristeza, o famoso silêncio, o famoso sonho destruído. Mas 2014 será o ano da vingança. O ano em que iremos tirar da garganta aquele 2 X 1. O ano em que o Maracanã irá se redimir.
Não vai ser fácil.
Márcio Alemão
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2046443-EI6616,00.html
A Copa de 2014 é nossa!
Alguém talvez se recorde de que, antes do início da Copa na Alemanha, escrevi que estava próximo de cometer suicídio diante da tediosa, repetitiva e exaustiva carga de "informações" sobre a Alemanha. Todos os apresentadores do país foram para lá, assim como todos os jornalistas. Em alguns telejornais, os âncoras diziam: "E agora, vamos chamar o nosso correspondente que se encontra no Brasil. Fala, João; como vão as coisas por aí?" E João respondia: "Aqui não se fala em outra coisa a não ser sobre vocês aí."
Imagine o que será de nossa TV quando estivermos em 2012. Já viveremos um pré-inferno. Todos dirão: "Às vésperas da Copa..." e tome matéria besta tipo "Seu Joaquim faz banquinhos há 54 anos na pequena e pacata cidade de Muturum, vizinha de Mucupemba, onde está sendo construída uma das 567 Arenas Multiuso do país, nas quais acontecerão os jogos da maior Copa do Mundo do sistema solar. E então, seu Joaquim? Feliz com a Copa acontecendo aqui pertinho?" E ele sorri com timidez e responde: "Sim". E a moça (geralmente moças fazem essas matérias), num clássico do jornalismo nacional, pedirá: "Então mostra pra gente como se faz um banquinho." Em 2010, claro, é provável que o Galvão e outros patriotas -agora a emissora do bispo tá lotadinha deles; foram os campeões em patriotadas e histeria verde-amarela durante os jogos cariocas de inverno- já passem a se referir à nossa Copa durante as transmissões da Copa da África.
Exemplo: "Estamos aqui na pré-Copa do Brasil de 2014." Ou "Isso aqui nada mais é que um grande ensaio para aquela que será a maior, melhor, mais espetacular e sensacional Copa do Mundo de todos os tempos, a Copa do Brasil!"
Acredito que nem precisamos ficar preocupados em ganhar ou sequer jogar bem. O elegante Dunga poderá até sorrir e dizer que está poupando jogadores ou testando alguns para a Copa pra valer, a nossa Copa.
Outro aborrecimento seguro: a Copa de 50. O famoso jogo, a famosa derrota, a famosa tristeza, o famoso silêncio, o famoso sonho destruído. Mas 2014 será o ano da vingança. O ano em que iremos tirar da garganta aquele 2 X 1. O ano em que o Maracanã irá se redimir.
Não vai ser fácil.
Márcio Alemão
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2046443-EI6616,00.html
domingo, 4 de novembro de 2007
sábado, 3 de novembro de 2007
Chocolate, chocolate e chocolate...
Há algumas décadas atrás, numa cidadezinha do interior, havia um senhor que era dono de um bar. Seu bar ficava dentro do cinema, o único da cidade, palco de grandes agitações culturais.
Num certo sábado de aleluia (véspera de páscoa), o bar estava com um movimento diferente: dezenas de crianças apareciam chorando, acompanhadas de seus pais desesperados, procurando por ovos de páscoa. A razão do desabastecimento na cidade era desconhecida, e infelizmente o senhor do bar não tinha comprado um mísero ovo de páscoa para vender . Naquele ano, muitas crianças ficaram sem ovos, e o dono do bar ficou decepcionado por não poder atende-las em cima da hora.
No ano seguinte, faltando um mês para a páscoa, o senhor se precaveu: comprou centenas de ovos da marca PAN, esperando vender a todas criancinhas q aparecessem por lá.
O tempo ia passando, a páscoa ia chegando, e os ovos continuavam a enfeitar o bar. Na véspera da páscoa, não apareceu nenhuma criança chorando, apenas os tradicionais espectadores do cinema. De todos os ovos comprados, apenas 3 tinham sido vendidos, e curiosamente para o vizinho do bar.
Não podia ter sido mais catastrófico o desfecho. A páscoa tinha passado e os ovos não foram vendidos. O prejuízo foi enorme, e a quantidade de chocolate era assustadora. Tinham tantos ovos que o dono do bar teve q pedir para o padre da cidade, seu amigo, um espaço em seu porão para guardar uns ovos, já q não cabia tudo em sua casa.
E o que fizeram com tantos ovos? Comeram, é claro.
Todo dia a sobremesa era chocolate. Até no café da manha comiam chocolate, a família e o padre.
Os filhos dele levavam ovo de páscoa de lanche na escola até dezembro, e os amiguinhos deles morriam de inveja da quantidade de ovos que eles tinham ganhado.
Alguns deles até diziam “Como seu pai é legal, o meu só deu um ovo”.
Hoje, passados quase 30 anos do ocorrido, alguns dos filhos não suportam chocolate. A mulher dele então, quase bate em quer aparecer com chocolate (e se for da PAN então, ela mata).
Mas porque contei isso?
Vi os cigarrinhos de chocolate da PAN na foto do zé e lembrei dessa história.
Isso realmente aconteceu, o dono do bar em questão é ninguém mais que meu avô, e minha mãe é uma das filhas.
Num certo sábado de aleluia (véspera de páscoa), o bar estava com um movimento diferente: dezenas de crianças apareciam chorando, acompanhadas de seus pais desesperados, procurando por ovos de páscoa. A razão do desabastecimento na cidade era desconhecida, e infelizmente o senhor do bar não tinha comprado um mísero ovo de páscoa para vender . Naquele ano, muitas crianças ficaram sem ovos, e o dono do bar ficou decepcionado por não poder atende-las em cima da hora.
No ano seguinte, faltando um mês para a páscoa, o senhor se precaveu: comprou centenas de ovos da marca PAN, esperando vender a todas criancinhas q aparecessem por lá.
O tempo ia passando, a páscoa ia chegando, e os ovos continuavam a enfeitar o bar. Na véspera da páscoa, não apareceu nenhuma criança chorando, apenas os tradicionais espectadores do cinema. De todos os ovos comprados, apenas 3 tinham sido vendidos, e curiosamente para o vizinho do bar.
Não podia ter sido mais catastrófico o desfecho. A páscoa tinha passado e os ovos não foram vendidos. O prejuízo foi enorme, e a quantidade de chocolate era assustadora. Tinham tantos ovos que o dono do bar teve q pedir para o padre da cidade, seu amigo, um espaço em seu porão para guardar uns ovos, já q não cabia tudo em sua casa.
E o que fizeram com tantos ovos? Comeram, é claro.
Todo dia a sobremesa era chocolate. Até no café da manha comiam chocolate, a família e o padre.
Os filhos dele levavam ovo de páscoa de lanche na escola até dezembro, e os amiguinhos deles morriam de inveja da quantidade de ovos que eles tinham ganhado.
Alguns deles até diziam “Como seu pai é legal, o meu só deu um ovo”.
Hoje, passados quase 30 anos do ocorrido, alguns dos filhos não suportam chocolate. A mulher dele então, quase bate em quer aparecer com chocolate (e se for da PAN então, ela mata).
Mas porque contei isso?
Vi os cigarrinhos de chocolate da PAN na foto do zé e lembrei dessa história.
Isso realmente aconteceu, o dono do bar em questão é ninguém mais que meu avô, e minha mãe é uma das filhas.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
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