Minha namorada era marxista. A miha indiferença perante suas ideologias era sempre o maior de nossos problemas. Na verdade, dos problemas dela. Ela fazia faculdade e eu trabalhava numa loja de informática. Vendia dvds virgens e formatava uns computadores.
Teve um dia que resolvi fazer o almoço. Claro que eu nao era um cozinheiro experiente. Não que ela fosse uma. Ela tava pegando dois pratos no armário quando disse:
- o que me deixa puta é a sua indiferença. Não quer saber sobre o que eu pesquiso, sobre o que realmente me dá vontade de viver.
- você quer que eu preste vestibular e vire marxista pra gente ser feliz?
- não é isso. Você sabe que nao é isso. Eu só queria que você vibrasse com alguma coisa...
- Não tem nem como amor, cê sabe que eu acredito em Deus e Marx ficaria bravo comigo
- Vai se fudê, cê sabe que eu to falando de qualquer coisa de verdade. Cê sabe que eu to falando do seu jeito
- o futebol não conta?
Nesse momento os pratos já tavam na mesa. O arroz e a linguiça prontos. Tinha um tomate por ali também
- porra amor, que arroz mais papa
- foi intencional. Afinal vai falar que você queria grãos idependentes, indivudualistas tal qual a filosofia lockeana típica dos burgueses liberais?
2 comentários:
sensacional
nossa, que post mais mongoloide
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