terça-feira, 28 de setembro de 2010

down in mexico

Ele pediu um hamburguinho e uma coca. Ela pediu um sanduiche natural e um suco de laranja sem açúcar. Ele já tava no segundo hamburguinho, quando ela parou de comer, deixou quase um quarto do lanche. Ele comeu o resto do lanche dela, comeria mais um, mas ficou com vergonha.

- O Lino chamou a gente pra ir na casa dele fazer um som, vamo? - ele perguntou.
- Claro que não, hoje tem Barcelona e Real Madrid.
- Ainda acho engraçado você gostar de futebol.
- Eu só assisto porque acho o Cristiano Ronaldo um gato - falou rindo.
- Eu sei que ele não faz seu tipo.
- Depois do ensaio, você cola em casa?
- Colo.
- Leva cerveja.

Buscou o baixo e foi pra casa do Lino, o Mário chegou atrasado.

- Mano, tirei Down in Mexico, vamo ensaiar? - perguntou o Lino.
- Ah, já assistiu À Prova de Morte?
- Já, gostosissíma a mina do filme.
- Deliciosa, vamo ensaiar sim.
- O Mário já começou a tirar a guitarra, disse que faz a segunda voz.
- Beleza, já passou pro Celcinho?
- Já, mas ele não vem hoje.

O ensaio terminou por volta das nove, ele passou no mercado pra comprar cerveja e foi pra casa dela.

- E aí, tocaram as músicas de sempre?
- Não, ensaiamos Down in Mexico.
- Hum, a música que aquela vadia dança no filme?
- Essa mesmo.
- Tinha cerveja gelada?
- Não, vou por no congelador.
- Coloca essa carne na geladeira.
- E o jogo?
- 3 x 0 pro Barça, Mascherano colocou o C. Ronaldo no bolso.
- E o Messi?
- Jogou pra caralho, fez um gol e deu passe pros outros dois.
- Quem fez os outros?
- Xavi e Villa. Vamo jogar WE enquanto a cerveja gela?
- Não sei, você só vai me pegar depois que começar a beber?
- Só.
- Então eu sou Argentina.
- Espanha.

qaul o rolê?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

acadmia

A gente vai andando por aí. As pessoas na faculdade gritam pelos corredores. Uns escrevem nas paredes: Que SWU que nada, eu vou é pro Interunesp. E as pessoas andam por aí levantando suas bandeiras.

Quando eu mudei pra Araraquara foi tudo bem engraçado e bem rápido. Eu fui dividir o quarto com o cara que eu conheci no ponto de ônibus no mesmo dia que tava conhecendo a cidade. Na verdade, no segundo dia, se não to enganado. Era uma república de uns 6 ou 7 caras. No primeiro dia que eu voltei da faculdade pra lá jogaram umas cervejas na minha mão e eu tava achando tudo muito simpático. Até que meu preconceito subiu na cabeça e eu não enxergava nada além de uns playboys. Não quiseram cortar meu cabelo nem nada. Mas na primeira semana um cara que não era morador da casa apareceu lá com toda a ideologia de veterano gritando na minha orelha. Eu falei que ele não ia cortar meu cabelo. Não que eu achasse meu cabelo muito legal nem que tivesse muita estima por ele. Mas não podia deixar aquele otário encostar em mim. Eu que nunca briguei, tava mesmo disposto a quebrar a cara daquele maluco caso ele tentasse alguma coisa pra cima de mim. Mas esse cara não morava lá e então eu não precisei brigar/apanhar de ninguém no final das contas. Então eu segui chegando em casa e achando aqueles caras todos uns playboys. A cerveja de garrafa do lado de casa custava R$2,10 e olha que não era nenhum bar de putas de rodoviária. E isso era tudo bem legal. O tempo passou e eu montei outra república com outros caras, um pouco antes daquela acabar, e o lugar virar um estabelecimento comercial. A verdade é que hoje eu me arrependo de umas coisas. Aqueles caras, apesar de playboys, eram bem de boa com a vida. Topavam uma cerveja todo dia e nunca me enchiam o saco, com exceção do não-morador, que merecia mesmo umas porradas. Um virou pai, outro passou num concurso público nível médio por aí, o outro ainda faz jornalismo e tem uma banda, e o resto eu não sei, enfim...

A merda toda é que a eu vivo nesse mundinho de faculdade onde quase todo mundo acredita nas mentiras que eles próprios contam, e quando eu vou falar mal disso me sinto um revoltadinho de 14 anos. Mas algumas coisas compensam. Algumas pessoas compensam. E uns goles com elas compensam também. E a gente vai levando

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Aperta o 9 aí pra mim, mano

Caralho, to alucinado. A coisa me mais me irrita na minha chapadez é que ando rápido pra caralho. Não é uma andadinha comum, são uns passos largos e apressados, as vezes tropeço em mim mesmo. E pressa pra que? Sei la. Chego no prédio, passo pela gaiola louca da portaria (com dois porteiros loucas)e chamo o elevador. Tá no décimo terceiro, eita, vai demora pra porra, q merda. Chega um japa, muitíssimo gente boa, Boa noite, Boa noite. O japa entra e mete um 13, e eu que era apenas pra bater no 9, tropeço e escorrego a mão no painel, apertando também o 5 e 7. Caralho, desculpa ae mano. Ele ri, um riso bem tranqüilo, Relaxa cara, isso é comum. Pára no 5, aperto o botaozinho de fechar várias vezes, em vão, pois o elevador respeita sua monótona rotina de demorar pra caralho nos andares. O japa continua rindo, acho que ele já sacou. Para no 7 e enfim no 9. Peço desculpas mais uma vez pro japa, viro de costas e arrebento minha testa na porta. Ele não se agüenta e mija de rir. Bêbado é uma merda.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

minha namorada marxista

Minha namorada era marxista. A miha indiferença perante suas ideologias era sempre o maior de nossos problemas. Na verdade, dos problemas dela. Ela fazia faculdade e eu trabalhava numa loja de informática. Vendia dvds virgens e formatava uns computadores.

Teve um dia que resolvi fazer o almoço. Claro que eu nao era um cozinheiro experiente. Não que ela fosse uma. Ela tava pegando dois pratos no armário quando disse:

- o que me deixa puta é a sua indiferença. Não quer saber sobre o que eu pesquiso, sobre o que realmente me dá vontade de viver.

- você quer que eu preste vestibular e vire marxista pra gente ser feliz?

- não é isso. Você sabe que nao é isso. Eu só queria que você vibrasse com alguma coisa...

- Não tem nem como amor, cê sabe que eu acredito em Deus e Marx ficaria bravo comigo

- Vai se fudê, cê sabe que eu to falando de qualquer coisa de verdade. Cê sabe que eu to falando do seu jeito

- o futebol não conta?


Nesse momento os pratos já tavam na mesa. O arroz e a linguiça prontos. Tinha um tomate por ali também

- porra amor, que arroz mais papa

- foi intencional. Afinal vai falar que você queria grãos idependentes, indivudualistas tal qual a filosofia lockeana típica dos burgueses liberais?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tu És o MDC da Minha Vida

Saímos da aula loucos pra tomar uma breja. UMA breja. A gente não queria se embebedar, nem queríamos trocar idéia, apenas não agradava a nós a idéia de beber sozinho. O brother sugeriu a vet. Não havia mesas disponíveis (na verdade não existem mesas convencionais por lá), apenas uma s mesonas abandonadas no canto. Ficamos por lá ate aparecer uma rodinha de estudantinhos engomadinhos. Uns caras típicos idiotas carregando um violão num case gigante. Depois disseram que ninguém tocava, o violão era de um amigo que foi embora de ônibus mais cedo. Eles preferiam jogar tênis. La pras tantas chega uma mina desconhecida, de buenas, procurando uma roda pra conversar. Aí, como sempre acontece nesses casos, um idiota resolve tocar. Começa um Wonderwall, horrível. Ruim ate mesmo pros padrões uguianos. Ai um deles fala Alguém sabe tocar? Meu muy brother fala “Ele aqui sabe”. Jogam a viola na minha mão e termino o Wonderwall. Na verdade eu não sei tocar, mas o nível tava tão baixo que me passei pelo violeiro da roda. E então um dos idiotas vira “ Sabe a musica tal do Guns? Ou então um Kiss”. Claro que não, todo mundo odeia Kiss, pensei. Sorte que a mina interrompe “Ah não, Toca algo mais conhecido”. Mandei um Pink Floyd pra agradar gregos e troianos. É sempre uma boa saída, porque é fácil de tocar, e não há indícios de gente de bem que não goste de Pink Floyd. E as musicas vão rolando, e a gente trocando uma ideinha no intervalo entre elas. As vezes ela sugere uma, as vezes eu emendo outra. Passamos pro nível nacional, cada vez mais longe do Kiss. Lá pras tantas ela me olha e diz “Toca Raul”. Raul? “É, adoro Raul”. Porra, eu não sei tocar nada do Raul, na verdade sei o Maluco Beleza, que foi a primeira gravação da gloriosa (sem sucesso), mas nem virava. Aí lembrei de tu és o mdc da minha vida, muito popular nos churras nos tempos que o Thiago rondava pelos trópicos até entrar de vez no repertório do Dezão. Começo a cantarolar e vejo que ela curte, ao contrario da roda, cada vez mais distante. Os caras começaram a não me curtir muito. E eu alimentava a recíproca. E assim fomos indo, eu tocando, ela sorrindo e a galera com preguiça. Aí chega no refrão, na merda do refrão. É comum esquecer alguns os acordes quando não toca a musica por muito tempo, e eu esqueci a porra do fá sustenido. Não lembrava de jeito nenhum, e não dava pra enganar tocando sem ele. Tentei G, E, D e C#m, em vão. Ela, que antes sorria, passou a rir de verdade, um pouco demais até. “porra, tu não disse que sabia?”. É, sabia, deveria saber ou pensava que sabia. “na verdade é a única que achava que sabia”. Ela ri de novo e diz: “entendo...mas foi melhor assim, porque to atrasada, meu namorado tá me esperando na cje, prazer em conhece-lo”. Os idiotas riram com aquele prazer de vitória. E eu, bem, acho que a cena é bem imaginável. Nada mais lixo que e sentir lixo assumindo a lixeza pruns playboys que curtem Kiss.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

não to na zeladoria

nem sou o Lucão, mas to postando da facul. Intervalinho da aula do professor gringo, eu não sei de onde ele é. Lá embaixo tá um frio da porra e eu não trouxe blusa, a sala dos computadores tá mais quente, apesar do ar condicionado meio desnecessário no momento. Eu tinha que resolver uma coisa na secretaria, mas deixa pra amanhã. Eu ia fazer a barba ontem, mas deixa pra depois de amanhã. O professor gringo ainda não corrigiu as provas. Agora há pouco, ele perguntou como se chamava aquele pão com salsicha que vendem em carrocinhas. Manja o cachorro quente? Eu não trouxe blusa, porque a mochila tava cheia, dois livros grandes que eu esqueci de entregar na quinta passada, agora eu só possso pegar algum livro no dia 2 de outubro. Chegou um email falando sobre a abertura das inscrições para fiscal do vestibular da unicamp, mas eles só informam a remuneração quando sair o resultado dos escolhidos. Eles não pegam alunos do primeiro ano.

domingo, 19 de setembro de 2010

Eu não quero mais reclamar

É comum não fazer o que planejou, Todo mundo é vagabundo. Sempre tem que ter um motorista da rodada. Um time sempre tem q perder e Meu time é sempre esse, pura coincidência. Toda semana tem seu fim, e todo fim tem seu domingo, hoje, por acaso. Todo mundo tem humor e preguiça, variáveis. Todo mundo ouve o que não quer. Todo violão tem suas cordas, e elas estouram. Reclamar também é natural, mas dispendioso. Melhor é Alucinar. Delirar com as coisas reais. Ou com pinga mesmo...

casal da mesa do lado, peça uma porçao de frango pra noite acabar bem

Os casais nos bares são fenômenos bem interessantes. É o cara que dirige e é ela que pede a swep citrus. Não tem coisa mais sociavel do que beber dois dedos de vodka durante uma noite toda, diluídos num refrigerante diferente. Eu acho que swep é simplesmente o refrigerante do bar. Alguma coisa do tipo, se você não bebe, pede uma Sweps que fica tudo bem. Uma porção de frango nao é nada sexy, e é claro que vai sobrar, bom pra gente. Mas ei, você ta pegando o frango e nem tem certeza se tem gente ali. Isso vai acabar em merda. Acho que não. Ypioca Ouro. Isso sim acaba em merda. Se meu pai me visse roubando um frango, isso nao ia ser bom. Mais uma vez eu acordo estupidamente cedo num domingo. É a velhice dando oi pros meus 21 anos? Cadê o lixo daquela camisinha? Pai, você fez vazectomia mas eu não sei oque essa camisinha ta fazendo aqui. Mas ela ta fechada. Menos mal pra esse momento. Porra. Porque essa camisinha ta fechada? Que merda Mortadelinha.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mirto

Sorte todo mundo tem um pouco, mas é preciso trabalhar pra ela chegar, não dá pra você ficar em casa coçando o saco o dia todo até porque se você for o capitão gancho aí fudeu.

é hora de descongelar a geladeira

nao é mais o seu zé que ta na portaria.
nao e mais a marlene que tá no xerox.

a gente vai ficando mais velho e as pessoas vao morrendo, tudo uma merda.

eu devia ta estudando muitas coisas inúteis pra semana que vem. mas vou almoçar uma marmita e ir pra locadora.

Eu acabei de receber e meu dinheiro já ta acabando, e eu preciso aguentar mais duas semanas com o resto dele. eu tenho um cofrinho cheio mas prometi que só quebro ele quando puder usar o dinheiro pra fazer merda, e não pra pagar uma conta de luz. Vamo ve...



minha esposa meire e meu filho mortadelinha com 1 mês









vamo pro nosso boteko

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

rodoviária

Acordei, olhei no relógio, 11:05, caralho, faltei do trabalho, tá todo mundo fazendo "curso de recilclagem" naquela merda, eles dependiam de mim hoje. Que merda. Que merda imensa. Depois de um minuto lembro que hoje nao era dia de trabalhar, que alívio. Puta que pariu.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

loco abreu

Fiz o que eu tinha que fazer na faculdade. O Dézao comenta sobre o Botafogo x Goiás que vai rolar às 7:30 Olhei no relógio: 7:28. Me despedi do Thiago, do Moleza e do Dézão. Botafogo e Goiás é uma bom pra ver no bar. Por toda a brotheragem com o Dézao é claro que criei uma simpatia pelo time do Loco Abreu durante esses anos. Também é claro que a recíproca não pode ser verdadeira, afinal eu torço pro São Paulo e o presidente e o goleiro do meu time já expliquem por si só tudo isso. E também seria uma idiotice sem tamanho querer mudar isso.

Desci pro bar e o jogo que estava passando era Palmeiras x Goiás, e não o jogo do Botafogo. Um bom jogo pra ser ver também. O telão tava ligado, ótimo. Golaço de falta do Marcos Assunção, 1 x 0 Palmeiras.

Numa mesa de sinuca dois caras e uma mina. Os dois queriam pegar a mina, e isso era bem claro. A mina fazia par com um cara, que jogava contra o outro. A dupla ganhou. A dupla se abraçou. Mas como ninguém pegava a mina ainda, os três começaram a se abraçar simultaneamente. Claro que isso não vai acabar bem. Mas boa sorte pros três.

nunca fui esfaqueado

o solo de guitarra mais foda do mundo, o livro mais foda do mundo, a banda mais foda do mundo, o gol mais foda do mundo, a mina mais foda do mundo, a brisa mais foda do mundo, sei lá. manja aquele olhar de desprezo? manja aquela vontade de morrer? saca quando voce sabe que fez merda? manja aquele silencio? e quando quer se esquecer de tudo isso? e quando quer se lembrar do que ja se esqueceu? e quando a música é foda mas te lembra uma merda? e quando a música é uma merda mas te lembra uma coisa foda? e quando a música é uma merda e você só quer pedir pra trocarem o disco? se o juiz tivesse marcado aquele penalti... se eu tivesse ficado quieto.. se eu ficasse em são paulo.. se eu colocasse uma foto nesse post.. se eu ligasse na hora certa.. se ela tivesse sorrido.. as vezes acho que é tudo mentira. eu jogava freekick fusion. achei isso na net: Treinador é esfaqueado por irmão na Turquia. As vezes acho que quem apanhou mereceu apanhar, não que eu queira que todo mundo leve facadas ou capacetadas, mas sei lá, acho que quem bateu deve tido um motivo grande. vai dizer que vc nunca quis bater em ninguém? sei lá. o treinador esfaqueado disse que o irmão tinha problemas mentais e que eles não se falavam ha sete anos. as vezes acho que é tudo mentira. ontem, ouvi dizer que os gandulas ganham 50 reais por jogo, imagina viver de gandula, descolar umas camisas dos jogadores e vender, pagar aluguel, comida e cerveja.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

One more cup of coffee

O Éder lá do trampo, além de assistente administrativo II, é vendedor de DVDs pirateados. Ele faz no capricho, compra os DVDs virgens printables e tem toda a aparelhagem pra imprimir todas as paradas. Mas o problema é que ele diz que seu público não curti nada legendado, e por isso na hora de copiar o DVD ele tira o áudio original e só deixa o dublado, razão pela qual eu nunca comprei nenhum DVD dele. Mas teve uma vez que ele copiou o anthology dos Beatles pra mim. Não tinha dado tempo pra copiar em casa porque a Carol tava saindo fora, e como em Araraquara meu PC não presta, ele fez uma cópia pra mim e outra pro Thiago. Voltando ao Éder, ele é um cara chato pra cacete, mas eu sempre acabo conversando com ele. Conversando não, ouvindo suas idéias singulares, superiores a qualquer pessoa do mundo. É isso que ele parece querer passar usando a entonação que usa. Hoje por exemplo, discursava:

- “Eles” tavam querendo colocar a impressora nova aí mesmo, mas aí eu disse que como ela é muito grandona por ser impressora e Xerox ao mesmo tempo,essa mesinha tava muito alta, e que se cortasse os pés, deixando ela com uns 60cm, seria perfeito! Afinal quem é que vai ficar erguendo o braço pra tirar Xerox, não é memo?

- É verdade Éder, afinal tem muita gente pequena assim como eu e você não é verdade? Nem todo mundo é um Dito assim.

Ele riu sem achar graça. E sem graça por provavelmente se imaginar mais alto do que eu. Mas nada que justificasse uma pausa nos grandes feitos daquele homem

- A Zuleica me pediu o filme dum samurai. Aproveitei e trouxe esse aqui dos ninjas também, quem sabe ela não fica com os dois.

Depois de breves ensinamentos a Zuleica apareceu e realmente ficou com os 2 DVDs. Pra acabar ele lembrou que eu não era seu cliente pelo fato do áudio e disse:

- Tem uma turma de funcionários fazendo aula de espanhol aqui. Então eu peguei esse filme em espanhol e mantive o áudio original. Ganhou o melhor filme estrangeiro de 2010, olha só.

- Tem dono esse aqui Éder?

- Não

- Então deixa ele comigo, amanhã eu te pago os 5 conto

- Não tem erro não

O filme chama “O Segredo dos seus olhos”, cheguei em casa, dei uma arrumada nas coisas, comemorei que hoje não vai ter aula. Comemorei que não vai ter aula a semana inteira. Comi uma comida congelada. Achei tudo uma merda. Lamentei por passar a semana sozinho. Decidi não ver a cara de ninguém por aqui essa semana. Vi o filme. Achei o filme daora. Escrevi isso aqui. Dei play em “one more cup of coffee” porque a casa ta melancólica assim como a voz do Bob Dylan.

amanhã tem prova

Hoje, o Caio roubou a bola do Cajá (os dois jogam no mesmo time), o Cajá ficou puto, mas a jogada quase resultou em gol. Uma vez eu roubei a bola do cara do meu time na escola, driblei uns três e fiz o gol. Difícil eu driblar 3 e fazer o gol, mas as vezes acontece. Não sei se fiquei mais orgulhoso pelo gol ou por roubar a bola do Siri. O Siri era um babaca que conhecia aquela mina de araraquara, sempre falo dele, né? Ele era tão idiota que eu tinha que ter estudado com ele na facu e não no colegial. Depois do gol o Kauê virou pra mim rindo e falou "tá fominha pra caralho, hein". O Kauê era gente boa, jogava bem, chutava forte pra caralho, eu até tinha medo do chute dele, tinha uma época que ele metia gol e comemorava imitando o Donizete Pantera, mas não durou muito. Nunca mais falei com ele. Pra quem não lembra, o Donizte comemorava os gols assim, ó



Escrevi Donizete Pantera no google imagens pra postar aqui e apareceu a capa do primeiro disco do Raul, ó



Hoje, eu tava ouvindo Led Zeppelin, fazia tempo que eu não ouvia, não tenho mais muita paciencia pra eles. Eu ainda sabia cantar o solo de Black Dog e Stairway, alias eu ainda sei cantar o solo de varias músicas que eu não ouço faz tempo, fico meio impressionado quando acontece.
A mina do bar mostrou as fotos do filho dela, se chamava Rian, eu tinha um amigo lá no Rio que se chamava Rian também, lembrei dele, nunca mais vi, ele era um dos moleques que tavam gritando "tetracampeão" comigo em 94.

sábado, 11 de setembro de 2010

rico em vitaminas

- que horas você vai sair fora?

- quando o bar fechar, é sempre assim

- você se orgulha disso?

- não

- eu sei que tem toddynho na sua geladeira

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

trampo, cachorros e rocknroll

Semana passada, eu cheguei do almoço e o Cristiano e o Rogério estavam conversando, o Cristiano falou Stratovarius. Eu tive certeza que sabia o que era, fiquei uns cinco segundos tentando lembrar até que ele falou que Stratovarius é parecido com Black Sabbath. Lembrei, é uma daquelas bandas chatas de metal, que os meus amigos metaleiros do colegial ouviam. E não... não se parece com Black Sabbath. Hoje, eu cheguei do almoço e os dois também estavam conversando, o Rogério falou que gostava de cachorro grande, pensei na bandinha gaúcha, mas os caras tavam falando sobre cachorros de verdade. Pelo menos não ouvi alguém dizer que a voz do vocal do Cachorro Grande se parece com a voz do Ozzy. A voz do Ozzy é muito foda. A voz do Morrissey é muito foda. E apesar de quase ninguem curtir a voz do Chico, eu também acho ela foda. Ontem eu escrevi Belles & Sebastian no google imagens e achei essa foto aí embaixo, pansudissíma.

domingo, 5 de setembro de 2010

domingo

O Office me avisa que a minha cópia não é original. Eu respondo: é obvio que não, afinal é uma cópia, como ele mesmo disse. Flamengo e Santos jogam pelo campeonato brasileiro e ta passando na televisão. Dou uma olhada na programação na sportv e descubro que o São Paulo vai passar às 18:30. Legal. Tomei 2 cervejas e não tem mais nenhuma na geladeira. A brisa de 2 latinhas é muito peculiar. É difícil de acontecer, só duas latinhas. David do Flamengo corta o zagueiro fora da área. Um belo drible. Se empolga e chuta pro gol. Na lua. É bem comum isso, se empolgar e querer fazer mais do que sabe. Isso me lembra o Mineiro no São Paulo de 2005. Ele tinha noção plena de suas limitações, e por isso era um volante monstro. Com muita justiça fez aquele gol na final do mundial, contra os ingleses otários. Penso em ir no mercado atrás de mais cerveja. Penso nas minhas limitações e talvez seja melhor ficar aqui pro domingo durar mais. Melhor trocar o segundo tempo do jogo pelo Arturo Bandini e voltar a beber no jogo das 18:30.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

quase isso

Acordou com a mesma vontade de não se levantar de sempre. Foi pra faculdade com a mesma vontade que ele tinha de se levantar. Dormiu na aula da professora tonta, combinou de ver o jogo de quarta no bar, encontou um brother na fila do bandejão:

- Gostosa essa gabi, né?

- Sensacional, namora aquele babaca. Semana passada ele arranjou treta com o Mário, o Mário chamou pra porrada e o viadinho arregou.

- Assina a lista pra mim!

- Beleza.

Pegou um livro na biblioteca. Voltou pra casa, tentou ler, tentou estudar, tentou ver TV, tentou beber, só conseguiu dormir.
Acordou. Não teria aula, o professor inventou um congresso. Decidiu que ia começar a beber as 11 e 30 da manhã e que só ia parar depois do jogo. Não aguentou, quando o jogo começou já tava dormindo ha algum tempo. No dia seguinte nem se importou, era aquele jogo do meio do Brasileirão e nem era do time dele.
Sexta-feira ele foi pra aula, nunca ia pra aula na sexta, a Renatinha perguntou o que ele tava fazendo na faculdade, ele a chamou pra ir na DAC.

- Oi, eu queria cancelar a minha matrícula.

- Preenche essa ficha.

- Que porra é essa mano, tá maluco? - perguntou Renatinha.

- Maluca é você, que curte essa merda de curso.

À noite foram no pico na rep do Claudinho, não tomaram nem duas cervejas ela ja tava sentada no colo dele. Ele sempre achou a garota bonitinha, mas ela só pegava os caras que usavam camisa do Che."Só falta arranjar briga com algum idiota", pensou, e tinha idiota de todos os tipos, os que usavam regata e óculos escuro, os que usavam boina, e até um professor que pagava de malandrão fumando um beck com a garotada. Sabia que apanharia de qualquer um, resolveu não brigar com ninguém.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

um dia besta

Esse mundo é meio besta. Tão besta que o Corinthians fez 100 anos ontem e se viu no direito de não deixar ninguém dormir. Uma hora ininterrupta de fogos. A veiarada já tava puta na janela. E eu tentando ler o On The Road. Acabou que eu não li nem dormi. Aí acordei tarde e cheguei 1h atrasado na aula. Veio um esporro do professor: hoje eu não pude começar no horário porque só tinham 2 alunos aqui. Mal professor, desculpa, hoje eu posso botar a culpa no timão. Tanto q dormi a aula inteira. Ele fingiu que não ligou, mas dispensou todo mundo bem mais tarde, quase perdi a hora do almoço. Tá loco professor, larga mão de ser besta, arrombado. Sem tempo, tive que apelar pro bandejão da física, porque esse bandejão possui logística perfeita. Lá existem poucas cadeiras e muita gente querendo comer, e mesmo assim nunca há confusão. Sempre as pessoas saem quando outras chegam, ninguém fica moscando depois de comer, mas sempre se dá um jeitinho e ninguém se fode. Mas num mundão besta nem tudo é assim. Pra voltar pra casa no circular é uma loucura. A galera se amontoa nas janelas, pé sobre pé, crianças gritando com suas lancheiras, estudantes com mochilas gigantes, motoristas que não respeitam as lombadas. E o mais engraçado é que ambos os serviços são prestados pelo Coseas, ambos param quando o sintusp entra em greve, e a galera fica mais puta com a falta do... circular. Esse mundo é besta mesmo. Tão besta que vou ter que beirar o ridículo hoje. A professora da materia do jornalismo decidiu levar um candidato a deputado estadual do PSDB para a gente entrevistar, incluído na lógica de “exercitar a entrevista como gênero jornalístico”. Aí eu to aqui lendo o site do cara, um tal de Marcus Peçanha, pra colher informações e acabo de ver um depoimento sensacional do FHC: “Conheci Marcus quando ele estudava Relações Internacionais na PUC e desde então ele é um frequentador constante dos eventos do Instituto Fernando Henrique Cardoso”. Belo depoimento, presidente. Tô até vendo o sono que a entrevista vai dar...

*completando

A entrevista foi legal. Porque o cara, como eu já supunha, era bem lixo. A idéia básica dele é inserir o estado de SP internacionalmente, com umas propostas do tipo vender suco de laranja na Noruega e chamar Harvard pra instalar um campus em SP. Ah, e ele falou que o governo fere a liberdade de imprensa e anuncia muito. Aí a platéia, formada por estudantes de jornalismo (eu e uns borsa da naval éramos exceções, ‘optativandos’), não engoliu o trololó e partiu pro embate. A sensação final foi de que o cara agüentou bem o rojão, mas não conseguiu nenhum voto. Normal. Ótimo pro Estado de São Paulo, ahahahah