quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Sobre o texto de baixo ter a ver com o texto abaixo do texto de baixo

Amo a música O Conto do Sábio Chinês do Raul!!!

Bom...”Se pá” o texto de baixo tem a ver com o texto abaixo do de baixo?
Sim e não! Mais para não!
Vamos por partes...
Sonho Lúcido é uma coisa que induz a rígida divisão entre realidade=vigília / sonho = mundo onírico, o não saber se a gente é a personagem que é no sonho ou se a gente é o que é na vida real (ou se a vida real é sonho e o sonho pode ser real) é outra coisa! Isso me lembra o grande dramaturgo espanhol Caldéron de La Barca (1600), com a sua eminente peça A vida é sonho (vale a pena ler)!
A música do Raul foi baseada na história do sábio chinês Chuang-Tsu, ele existiu - 350 a.c aproximadamente. Quando ele acordou não sabia realmente se era um homem que tinha sonhado que era uma borboleta ou se era uma borboleta sonhando que era um homem!
É como na peça do Calderón onde quando o personagem Jeppe acorda na cama luxuosa ele pensa estava sonhado que era um pobre camponês, e depois, quando acorda na vala da estrada pensa que estava sonhando que era um burguês.
Agora, em relação ao mundo onírico lúcido, o interessante não é se confundir entre duas personalidades. Um bom exemplo é a Alice, do Lewis Carroll, que tinha dúvida se sonhava suas aventuras que lhe pareciam tão reais sem nunca deixar de ser Alice (não sonhava, por exemplo, que era uma girafa, ou a Xuxa, ou, até mesmo, como o chinês, uma borboleta). Não obstante, ela crescia, diminuía, caí, esticava, comia cogumelos, e também mudava de personalidade, como ela disse ao gato que perguntou quem era ela: "Quem sou eu? Eu já não sou! mudei tanto desde hoje de manhã!!!"
O inconsciente é outra personalidade sim! Maaaas isso só está ligado com o mundo onírico lúcido se relacionarmos a música como uma metáfora para a borboleta do chinês ser o próprio inconsciente do chinês e não na crença real onde o chinês poderia realmente ser uma borboleta enquanto sonhava (e Chuang-Tsu, acreditava deveras na segunda citação, e não na metáfora).
O estudo de Carl G. Jung não tem a ver com o “não saber quem ser” do sábio chinês ou com o Jeppe de Calderón e sim com o de Alice perdida no seu mundo inconsciente: “Não há como evitar, tudo aqui é maluco!”.
E é mesmo! O abaixo do limiar da nossa consciência é tão distante do nosso entendimento que alguns psicólogos admitiam, perplexos, que falar sobre algo não tangível ao consciente seria falar sobre a existência de outra personalidade dentro do mesmo indivíduo. Em O Homem e seus Símbolos, Jung escreve que: “E estão inteiramente certos: é exatamente isso o que a existência do inconsciente implica. É uma maldição do homem esta divisão de personalidade”.
Essa divisão descreve, na verdade, Eu X Meu inconsciente e não Eu X Borboleta!

2 comentários:

Anônimo disse...

hum, entendi, mas a música é boa.

Unknown disse...

Podes crer...