ultima da ONU: no ultimo dia 30, condenaram por 184 votos a 4 o bloqueio economico mantido pelos EUA a Cuba ha quase 50 anos.
detalhe: A ONU faz isso todo ano.
E o bloqueio é mantido ano após ano.
Vale lembrar que essa mesma ONU foi "radicalmente" contra a invasao estadunidense ao Iraque, e ainda a mesma ONU que critica duramente o trabalho escravo na China, entre outros.
Afinal, pra que serve a ONU?
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
A Corporação (Documentário)
Parte 1/16
Vou colocar só o link das outras partes para não poluir o Blog. São 16 partes, cada uma tem mais ou menos 9 min. Em uma semana dá para ver tudo.
Parte 02 http://br.youtube.com/watch?v=Jgx27zoFnck
Parte 03 http://br.youtube.com/watch?v=szgnEFidHT4
Parte 04 http://br.youtube.com/watch?v=jdNxoGKqXns
Parte 05 http://br.youtube.com/watch?v=cyG0l_SRL3g
Parte 06 http://br.youtube.com/watch?v=0N7ykZ9xtlw
Parte 07 http://br.youtube.com/watch?v=lAfiAb9jvtc
Parte 08 http://br.youtube.com/watch?v=H1MzJ7bRe2o
Parte 09 http://br.youtube.com/watch?v=wNaHr2LjTMA
Parte 10 http://br.youtube.com/watch?v=arXiv9KpPpg
Parte 11 http://br.youtube.com/watch?v=zprlhJZsFLw
Parte 12 http://br.youtube.com/watch?v=Xsca4WcdCa4
Parte 13 http://br.youtube.com/watch?v=bxauAZsurm8
Parte 14 http://br.youtube.com/watch?v=iB2jC7wtNBU
Parte 15 http://br.youtube.com/watch?v=WWg4oxM4v-M
Parte 16 http://br.youtube.com/watch?v=QkhvKp3MQ0E
Se a preguiça deixar assistam que deve ser legal, eu também vou tentar assistir
Ah, pra quem tem PC malandro, dá pra assitir pelo Google Video, que tá dividido em 2 partes de 1:12, demora mais pra carregar
Parte 1
http://video.google.com/videoplay?docid=1536249927801582119&q=the+corporation+portugues&total=16&start=0&num=10&so=0&type=search&plindex=1
Parte 2
http://video.google.com/videoplay?docid=-7123616269200477373
Comunidade no orkut
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=22224532
Vou colocar só o link das outras partes para não poluir o Blog. São 16 partes, cada uma tem mais ou menos 9 min. Em uma semana dá para ver tudo.
Parte 02 http://br.youtube.com/watch?v=Jgx27zoFnck
Parte 03 http://br.youtube.com/watch?v=szgnEFidHT4
Parte 04 http://br.youtube.com/watch?v=jdNxoGKqXns
Parte 05 http://br.youtube.com/watch?v=cyG0l_SRL3g
Parte 06 http://br.youtube.com/watch?v=0N7ykZ9xtlw
Parte 07 http://br.youtube.com/watch?v=lAfiAb9jvtc
Parte 08 http://br.youtube.com/watch?v=H1MzJ7bRe2o
Parte 09 http://br.youtube.com/watch?v=wNaHr2LjTMA
Parte 10 http://br.youtube.com/watch?v=arXiv9KpPpg
Parte 11 http://br.youtube.com/watch?v=zprlhJZsFLw
Parte 12 http://br.youtube.com/watch?v=Xsca4WcdCa4
Parte 13 http://br.youtube.com/watch?v=bxauAZsurm8
Parte 14 http://br.youtube.com/watch?v=iB2jC7wtNBU
Parte 15 http://br.youtube.com/watch?v=WWg4oxM4v-M
Parte 16 http://br.youtube.com/watch?v=QkhvKp3MQ0E
Se a preguiça deixar assistam que deve ser legal, eu também vou tentar assistir
Ah, pra quem tem PC malandro, dá pra assitir pelo Google Video, que tá dividido em 2 partes de 1:12, demora mais pra carregar
Parte 1
http://video.google.com/videoplay?docid=1536249927801582119&q=the+corporation+portugues&total=16&start=0&num=10&so=0&type=search&plindex=1
Parte 2
http://video.google.com/videoplay?docid=-7123616269200477373
Comunidade no orkut
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=22224532
Eles não sabiam o que queriam.
Gostavam de jogar bola. Tentaram montar uma banda, tentaram fazer um filme, de vez enquando tentavam escrever algo, não queriam a vida de seus pais. Alguns amigos participavam da brincadeira, mas não com o mesmo espírito, talvez por preguiça ou por terem mais o que fazer. Na hora de transformar a brincadeira em realidade eles sempre falhavam, às vezes nem eles mesmo se levavam a sério. Mas o que eles queriam? Eles sabiam o que queriam? Eles realmente não queriam ter a vida de seus pais? Seria utopia transformar a "brincadeira" em realidade? Não sei como essa história terminou.
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Admirável “Brasil Colônia” novo!
Nas últimas décadas, apesar de ter ocorrido o enrijecimento das instituições democráticas, a população brasileira ainda não foi capaz de traduzir tal palavra – democracia – como está descrita no dicionário Aurélio: “governo do povo; soberania popular”, “as classes populares; povo, proletariado”. Impera no inconsciente coletivo a falsa verdade de que política é instituição onde o esperado é apenas o favorecimento da classe com alto poder aquisitivo.
Não existe, atualmente, a lucidez do que seria o real exercício da democracia – e que ela, se exercida, poderia permitir o alcance do poder pelo proletariado – e tampouco o conhecimento de que o termo “política” deriva-se de “polita”= “cidadão” no grego, e o seu significado, expresso, também no Aurélio, pode ser: “habilidade no trato das relações humanas, com vista à obtenção dos resultados obtidos” e não, como se crê, que essas relações humanas sejam o instrumento para que o poder permaneça eternamente nas mãos da aristocracia.
Todas essas insciências são elementos contribuintes para a manutenção do sistema Neoliberal, que favorece a redução do estado na esfera social, e são evidências da imobilidade frustrante diante de atos de corrupção cometidos na câmara dos deputados e do enfraquecimento constante dos movimentos sociais e sindicatos. Isso garante a sobrevivência das relações de poder patrionalista, como no Brasil colônia, onde as instituições funcionam para quem tem patrimônio.
Dessa forma, a verdade impressa na mente da população é que fazer política não é defender o interesse da nação e sim dos grupos que se mantêm no poder em busca de favorecimento pessoal. E o sistema educacional do país, na intenção do enraizamento da estrutura da sociedade tal como ela é, gera cidadãos iletrados, inscientes, e com a aceitação de ser natural, numa sociedade, a divisão de classes em ricos e pobres.
Isso tudo é ambiente propício para a sobrevivência da ideologia liberal, que tão distante está de investir no social, continuar privilegiando as classes altas e para distanciar, cada vez mais, da lucidez da possibilidade do desmantelamento da cultura patrionalista que está na base da nossa formação histórica.
Obrigada pela atenção!
Muita paz, amor, liberdade e infinidade!
Paula Cicolin
Não existe, atualmente, a lucidez do que seria o real exercício da democracia – e que ela, se exercida, poderia permitir o alcance do poder pelo proletariado – e tampouco o conhecimento de que o termo “política” deriva-se de “polita”= “cidadão” no grego, e o seu significado, expresso, também no Aurélio, pode ser: “habilidade no trato das relações humanas, com vista à obtenção dos resultados obtidos” e não, como se crê, que essas relações humanas sejam o instrumento para que o poder permaneça eternamente nas mãos da aristocracia.
Todas essas insciências são elementos contribuintes para a manutenção do sistema Neoliberal, que favorece a redução do estado na esfera social, e são evidências da imobilidade frustrante diante de atos de corrupção cometidos na câmara dos deputados e do enfraquecimento constante dos movimentos sociais e sindicatos. Isso garante a sobrevivência das relações de poder patrionalista, como no Brasil colônia, onde as instituições funcionam para quem tem patrimônio.
Dessa forma, a verdade impressa na mente da população é que fazer política não é defender o interesse da nação e sim dos grupos que se mantêm no poder em busca de favorecimento pessoal. E o sistema educacional do país, na intenção do enraizamento da estrutura da sociedade tal como ela é, gera cidadãos iletrados, inscientes, e com a aceitação de ser natural, numa sociedade, a divisão de classes em ricos e pobres.
Isso tudo é ambiente propício para a sobrevivência da ideologia liberal, que tão distante está de investir no social, continuar privilegiando as classes altas e para distanciar, cada vez mais, da lucidez da possibilidade do desmantelamento da cultura patrionalista que está na base da nossa formação histórica.
Obrigada pela atenção!
Muita paz, amor, liberdade e infinidade!
Paula Cicolin
copa de 2014 no Brasil!
Agora está confirmado. O Brasil vai sediar a copa de 2014.
"A expectativa da Fifa em relação à construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil é que o país tenha um gasto em torno de US$ 1,1 bilhão. O cálculo foi feito pela comitiva de inspeção, que passou por cinco cidades brasileiras de 23 de agosto a 1º de setembro, em cima dos projetos apresentados."
1,1 bilhão é o que estão falando, restando 7 anos para o grande evento.
Daqui a 7 anos, quando o Galvão Bueno estiver narrando o desfile de abertura, algum camarada por favor poste nesse blog, o quanto de grana rolou na brincadeirinha.
"A expectativa da Fifa em relação à construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil é que o país tenha um gasto em torno de US$ 1,1 bilhão. O cálculo foi feito pela comitiva de inspeção, que passou por cinco cidades brasileiras de 23 de agosto a 1º de setembro, em cima dos projetos apresentados."
1,1 bilhão é o que estão falando, restando 7 anos para o grande evento.
Daqui a 7 anos, quando o Galvão Bueno estiver narrando o desfile de abertura, algum camarada por favor poste nesse blog, o quanto de grana rolou na brincadeirinha.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
só pra botar mais lenha na fogueira
Zeca Baleiro critica Huck por ter reclamado de roubo em jornal
O cantor Zeca Baleiro criticou o apresentador Luciano Huck, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira, por ter reclamado do roubo de seu relógio Rolex, há quase um mês, justamente em texto escrito para o mesmo jornal.
Baleiro afirma que não tem intenção de polemizar porque teme, "por ser público, parecer alguém em busca de autopromoção, algo que abomino". Mas diz não abrir mão de uma boa discussão e expõe o que pensa sobre o artigo de Huck.
"Eu também reclamaria caso roubassem algo comprado com o suor do rosto. Reclamaria na mesa de bar, em família, na roda de amigos. Nunca num jornal", escreve ele.
Ainda no artigo, Zeca Baleiro questiona a atitude de Luciano Huck de escrever o artigo somente depois de ter sido roubado e o acusa de aproveitar "privilégio dado a personalidades" e utilizar "um espaço de debates políticos e adultos para reclamações pessoais (sim, não fez mais que isso), escorado em argumentos quase infantis, como 'sou cidadão, pago meus impostos'".
Baleiro afirma, no entanto, não ter "nada pessoalmente" contra Huck, pelo contrário, diz que "alguém que conquista seu espaço à custa de trabalho me parece digno de admiração".
Para finalizar, o cantor defende o direito de expressão e diz que as pessoas públicas "não são blindadas (seus carros podem ser) e estão sujeitas a roubos, violências ou à desaprovação de leitores, especialmente se cometem textos fúteis sobre questões tão críticas como essa ora em debate".
Redação Terra
O cantor Zeca Baleiro criticou o apresentador Luciano Huck, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira, por ter reclamado do roubo de seu relógio Rolex, há quase um mês, justamente em texto escrito para o mesmo jornal.
Baleiro afirma que não tem intenção de polemizar porque teme, "por ser público, parecer alguém em busca de autopromoção, algo que abomino". Mas diz não abrir mão de uma boa discussão e expõe o que pensa sobre o artigo de Huck.
"Eu também reclamaria caso roubassem algo comprado com o suor do rosto. Reclamaria na mesa de bar, em família, na roda de amigos. Nunca num jornal", escreve ele.
Ainda no artigo, Zeca Baleiro questiona a atitude de Luciano Huck de escrever o artigo somente depois de ter sido roubado e o acusa de aproveitar "privilégio dado a personalidades" e utilizar "um espaço de debates políticos e adultos para reclamações pessoais (sim, não fez mais que isso), escorado em argumentos quase infantis, como 'sou cidadão, pago meus impostos'".
Baleiro afirma, no entanto, não ter "nada pessoalmente" contra Huck, pelo contrário, diz que "alguém que conquista seu espaço à custa de trabalho me parece digno de admiração".
Para finalizar, o cantor defende o direito de expressão e diz que as pessoas públicas "não são blindadas (seus carros podem ser) e estão sujeitas a roubos, violências ou à desaprovação de leitores, especialmente se cometem textos fúteis sobre questões tão críticas como essa ora em debate".
Redação Terra
JOGO DA VIDA
Ignorando a infância....
Um dia a gente escolhe uma profissão, por motivos quaisquer...(um médico recebe 50.000 e um professor 24.000)
Logo temos uma parada obrigatória: o casamento.
Podemos ter filhos ou não, se sim recebemos os presentes...
Temos seguro do carro, da casa, da vida, investimos em ações ($$$!!)
O mais importante é que no fim o vencedor é aquele que tem maior capital acumulado.
O perdedor vira filósofo...
Esse jogo parece mesmo a vida...
Ou a vida que é um jogo... e a gente só segue o caminho já trilhado e óbvio? o tabuleiro?
Penso: Que droga é essa?! não quero brincar assim...
Mas acabo pedindo: me passa os dados?
Um dia a gente escolhe uma profissão, por motivos quaisquer...(um médico recebe 50.000 e um professor 24.000)
Logo temos uma parada obrigatória: o casamento.
Podemos ter filhos ou não, se sim recebemos os presentes...
Temos seguro do carro, da casa, da vida, investimos em ações ($$$!!)
O mais importante é que no fim o vencedor é aquele que tem maior capital acumulado.
O perdedor vira filósofo...
Esse jogo parece mesmo a vida...
Ou a vida que é um jogo... e a gente só segue o caminho já trilhado e óbvio? o tabuleiro?
Penso: Que droga é essa?! não quero brincar assim...
Mas acabo pedindo: me passa os dados?
domingo, 28 de outubro de 2007
Domigos são muito chatos.
Obs: todos sabem disso, mas ninguém ainda escreveu sobre o domingo aqui, então, escrevo mesmo.
Domingos são realmente muito chatos. Tinha tudo para ser um dia alegre, ninguém faz nada, a tarde tem futebol na televisão, não sei o que acontece. Será que é só o medo da Segunda-feira? Ou será que é uma lenda urbana que alguém inventou e todos acreditaram? Sei lá. Eu sei é que depois do almoço de domingo, com ou sem a família, bate uma depressão enorme. O pior é que depois do domingo vem a segunda (tá bom, podem me aloprar) que também não ajuda muito. Tirando sexta e sábado, que todo mundo gosta, eu sempre gostei das quartas-feiras.
Domingos são realmente muito chatos. Tinha tudo para ser um dia alegre, ninguém faz nada, a tarde tem futebol na televisão, não sei o que acontece. Será que é só o medo da Segunda-feira? Ou será que é uma lenda urbana que alguém inventou e todos acreditaram? Sei lá. Eu sei é que depois do almoço de domingo, com ou sem a família, bate uma depressão enorme. O pior é que depois do domingo vem a segunda (tá bom, podem me aloprar) que também não ajuda muito. Tirando sexta e sábado, que todo mundo gosta, eu sempre gostei das quartas-feiras.
sábado, 27 de outubro de 2007
A verdadeira dívida externa
Um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, defendendo o pagamento da verdadeira dívida externa do seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Européia.
"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" só há 500 anos.
O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram.
O irmão financista europeu me pede o pagamento - ao meu país - com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.
Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.
Eu também posso reclamar pagamento de juros.
Consta no "Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais" que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Teria sido isso um saque?
Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!
Teria sido espoliação?
Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.
Teria sido genocídio?
Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas.
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos. Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia e de outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?
Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.
Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300, isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.
Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente e que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permitam entregar suas terras, como primeira prestação de dívida histórica..."
Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Européia, o Cacique Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Dívida Externa.
"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" só há 500 anos.
O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram.
O irmão financista europeu me pede o pagamento - ao meu país - com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.
Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.
Eu também posso reclamar pagamento de juros.
Consta no "Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais" que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Teria sido isso um saque?
Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!
Teria sido espoliação?
Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.
Teria sido genocídio?
Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas.
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos. Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia e de outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?
Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.
Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300, isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.
Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente e que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permitam entregar suas terras, como primeira prestação de dívida histórica..."
Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Européia, o Cacique Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Dívida Externa.
Paralamas: toca Vital pra Gloriosa!
Depois dum pedido daqueles, o trio não recusaria. E assim foi...
Minutos antes, falo no ouvido de Zé e Dzao, que estavam do meu lado:
-Vamos berrar ”Toca Vital”?!
Ambos me olharam com cara de “legal, mas preguiça. Berra vc”. Pois bem, a música acaba, e solto alto:
- TOCA VITAAAL!
Imediatamente, um maluco atrás reforça o coro e também berra “TOCA VITAAL”.
Berro novamente, em seguida o maluco de trás, e segundos depois uma multidão pedia:
- VITAL, VITAL, VITAL, VITAL....
Herbert olha pra Bi, que olha pra Jão... os três não hesitam:
“Vital andava a pé e achava que assim estava mal...”
E assim foi, os Paralamas tocaram Vital pra Gloriosa.
Minutos antes, falo no ouvido de Zé e Dzao, que estavam do meu lado:
-Vamos berrar ”Toca Vital”?!
Ambos me olharam com cara de “legal, mas preguiça. Berra vc”. Pois bem, a música acaba, e solto alto:
- TOCA VITAAAL!
Imediatamente, um maluco atrás reforça o coro e também berra “TOCA VITAAL”.
Berro novamente, em seguida o maluco de trás, e segundos depois uma multidão pedia:
- VITAL, VITAL, VITAL, VITAL....
Herbert olha pra Bi, que olha pra Jão... os três não hesitam:
“Vital andava a pé e achava que assim estava mal...”
E assim foi, os Paralamas tocaram Vital pra Gloriosa.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Charles Bukowski.
meu pai queria que eu fosse um projetista mecânico, mas
eu decidi ser escritor
é fácil
apenas me sento e tiro a crosta de antigas feridas e espinhas
da minha vida
até que surge algo.
quando o telefone toca e eu levanto e abaixo gentilmente o fone.
é tão fácil.
no andar de baixo minha namorada lê Scott e Zelda Fitzgerald.
“nós somos Scott e Zelda”, digo a ela.
e ela fica doida.
recebo cartas terríveis pelo correio.
as pessoas querem vir aqui e me ver.
eles mandam cartas sobre suas vidas e anexam poemas.
meu conselho para todos os jovens escritores é que parem de escrever como eu.
quero dizer, isso não vai ajudar.
os editores vão simplesmente dizer,
“nossa, esse cara escreve igualzinho ao Chinaski,
manda de volta!”
a melhor coisa na escrita é que ela nunca
te deixa mal.
pode deixar outras pessoas mal, mas não você.
tipo, você pode encontrar sua mulher fodendo seu melhor amigo
no sofá às três da manhã
e você pode correr para o andar de cima e escrever um poema e
ficar quite com os dois.
eu realmente nunca gostei de Scott ou Zelda pelo que escreveram.
era o que eles pensavam e como viviam livres.
é claro que eles conheciam Hemingway e Hemingway conhecia Miró e
Miró conhecia Picasso e Picasso conhecia Joyce e Joyce
provavelmente conhecia D.H. Lawrence e D.H conhecia A.Huxley que pensava
que sabia tudo
mas como disse, eu admirava o jeito como Scott e Zelda viviam
livres de todas as regras
e meu pai queria que eu fosse um projetista mecânico
mas me agrada mais sentar aqui e escrever
qualquer coisa que eu queira enquanto
olho para a sacada para o porto de San Pedro
é fácil
todas as crostas de feridas e espinhas valeram a pena.
eu decidi ser escritor
é fácil
apenas me sento e tiro a crosta de antigas feridas e espinhas
da minha vida
até que surge algo.
quando o telefone toca e eu levanto e abaixo gentilmente o fone.
é tão fácil.
no andar de baixo minha namorada lê Scott e Zelda Fitzgerald.
“nós somos Scott e Zelda”, digo a ela.
e ela fica doida.
recebo cartas terríveis pelo correio.
as pessoas querem vir aqui e me ver.
eles mandam cartas sobre suas vidas e anexam poemas.
meu conselho para todos os jovens escritores é que parem de escrever como eu.
quero dizer, isso não vai ajudar.
os editores vão simplesmente dizer,
“nossa, esse cara escreve igualzinho ao Chinaski,
manda de volta!”
a melhor coisa na escrita é que ela nunca
te deixa mal.
pode deixar outras pessoas mal, mas não você.
tipo, você pode encontrar sua mulher fodendo seu melhor amigo
no sofá às três da manhã
e você pode correr para o andar de cima e escrever um poema e
ficar quite com os dois.
eu realmente nunca gostei de Scott ou Zelda pelo que escreveram.
era o que eles pensavam e como viviam livres.
é claro que eles conheciam Hemingway e Hemingway conhecia Miró e
Miró conhecia Picasso e Picasso conhecia Joyce e Joyce
provavelmente conhecia D.H. Lawrence e D.H conhecia A.Huxley que pensava
que sabia tudo
mas como disse, eu admirava o jeito como Scott e Zelda viviam
livres de todas as regras
e meu pai queria que eu fosse um projetista mecânico
mas me agrada mais sentar aqui e escrever
qualquer coisa que eu queira enquanto
olho para a sacada para o porto de San Pedro
é fácil
todas as crostas de feridas e espinhas valeram a pena.
Parem de ensinar gramática
Fazendo faculdade de letras, não se passa uma semana sem que uma professora de língua portuguesa não discuta os problemas do ensino, para o qual ela tem as soluções. Quem é leitor habitual aqui já sabe que eu penso que o primeiro problema é o ensino ser controlado pelo governo, por isso vou poupar o leitor. Mas parece haver, além do problema de princípio, um problema de método. Não consigo perceber qual a utilidade de se ensinar gramática nas escolas. Se os alunos tivessem que aprender latim e/ou grego, até haveria utilidade, pois o ensino de uma língua ajudaria o ensino da outra. Como isso não acontece, o aluno é obrigado a aprender um monte de regras e classificações vazias e tem pouco contato com o uso literário (isto é, melhor) da língua. De nada adianta saber a diferença entre o adjunto adnominal e o complemento nominal, ou apontar uma oração subordinada substantiva apositiva (coisa que só aprendi muito depois da escola, já que sempre abominei o estudo da gramática tanto quanto abominava a química orgânica e a física do fio sem massa e da superfície sem atrito) sem ser capaz de escrever claramente.
Notem que eu falei “claramente”, não “corretamente”. A situação hoje é muito grave. Recentemente li dois resumos de teses de mestrado, escritas pelos próprios aprovadíssimos candidatos, em que o sujeito vinha com crase, isto é, algo comparável a dizer à Maria saiu em vez de a Maria saiu. As pessoas não sabem escrever, a pontuação tornou-se totalmente esotérica, e as empresas ficam contratando professores para ensinar regrinhas de gramática. Infelizmente, o uso claro da língua é como dirigir: você não pode pensar muito, ou vai causar um acidente. Fala-se e escreve-se no dia-a-dia da mesma maneira que se calcula uma freada. Uma dose maciça de leitura comentada de Machado de Assis ajudaria mais a escrever melhor do que estudar gramática. Isso e ensinar às pessoas que existe uma coisa chamada dicionário. Não é preciso saber a regência de todos os verbos: basta consultar o dicionário, raios. Eu consulto literalmente todos os dias.
A solução, pois, é simplesmente ler e escrever muito até se impregnar do idioma. Depois de muita, muita impregnação, pode-se analisá-lo, e não é razoável supor que as pessoas já têm o domínio da língua materna. Têm-no num nível extremamente básico, de sintaxe não-padrão. Há uma canção do inefável Anjinho e seus teclados que começa com o verso “a menina que eu estou gostando dela”. A diferença entre só dizer “a menina que eu estou gostando dela” e dizer “a menina de quem eu gosto” é a mesma que há entre só poder conversar com Anjinho e seus teclados e poder conversar com Camões e Machado de Assis.
Aliás, francamente, nada seria mais eficaz do que usar o famoso “preconceito lingüístico” para ensinar português. Na hora em que as pessoas tiverem pavor de ser confundidas com um boçal que fala em agregar valor, otimizar processos e se comunica através de PowerPoint, com um pseudo-poeta que pavoneia sua ignorância da métrica, com um militante de esquerda perverso que acha que a conjugação verbal é uma invenção burguesa e, por que não?, com blogueiros que mandam “beijos no coração”, aí sim o nível da linguagem comum vai melhorar um pouco.
Mas os professores só discutem como reformar o ensino da gramática a partir das novas teorias. Admito que as novas teorias são melhores do que a norma gramatical brasileira. Falar em sintagma preposicional, argumento externo e predicador faz mais sentido, ou ao menos é mais econômico. Mas ninguém cogita abolir o ensino da gramática em nível infanto-juvenil e trocá-lo por uma impregnação do que a língua tem de melhor. Ninguém acha que é melhor escrever como Graciliano Ramos do que discutir com o professor da escola uma filigrana de classificação.
Pedro Sette Câmara (http://www.oindividuo.com/)
Notem que eu falei “claramente”, não “corretamente”. A situação hoje é muito grave. Recentemente li dois resumos de teses de mestrado, escritas pelos próprios aprovadíssimos candidatos, em que o sujeito vinha com crase, isto é, algo comparável a dizer à Maria saiu em vez de a Maria saiu. As pessoas não sabem escrever, a pontuação tornou-se totalmente esotérica, e as empresas ficam contratando professores para ensinar regrinhas de gramática. Infelizmente, o uso claro da língua é como dirigir: você não pode pensar muito, ou vai causar um acidente. Fala-se e escreve-se no dia-a-dia da mesma maneira que se calcula uma freada. Uma dose maciça de leitura comentada de Machado de Assis ajudaria mais a escrever melhor do que estudar gramática. Isso e ensinar às pessoas que existe uma coisa chamada dicionário. Não é preciso saber a regência de todos os verbos: basta consultar o dicionário, raios. Eu consulto literalmente todos os dias.
A solução, pois, é simplesmente ler e escrever muito até se impregnar do idioma. Depois de muita, muita impregnação, pode-se analisá-lo, e não é razoável supor que as pessoas já têm o domínio da língua materna. Têm-no num nível extremamente básico, de sintaxe não-padrão. Há uma canção do inefável Anjinho e seus teclados que começa com o verso “a menina que eu estou gostando dela”. A diferença entre só dizer “a menina que eu estou gostando dela” e dizer “a menina de quem eu gosto” é a mesma que há entre só poder conversar com Anjinho e seus teclados e poder conversar com Camões e Machado de Assis.
Aliás, francamente, nada seria mais eficaz do que usar o famoso “preconceito lingüístico” para ensinar português. Na hora em que as pessoas tiverem pavor de ser confundidas com um boçal que fala em agregar valor, otimizar processos e se comunica através de PowerPoint, com um pseudo-poeta que pavoneia sua ignorância da métrica, com um militante de esquerda perverso que acha que a conjugação verbal é uma invenção burguesa e, por que não?, com blogueiros que mandam “beijos no coração”, aí sim o nível da linguagem comum vai melhorar um pouco.
Mas os professores só discutem como reformar o ensino da gramática a partir das novas teorias. Admito que as novas teorias são melhores do que a norma gramatical brasileira. Falar em sintagma preposicional, argumento externo e predicador faz mais sentido, ou ao menos é mais econômico. Mas ninguém cogita abolir o ensino da gramática em nível infanto-juvenil e trocá-lo por uma impregnação do que a língua tem de melhor. Ninguém acha que é melhor escrever como Graciliano Ramos do que discutir com o professor da escola uma filigrana de classificação.
Pedro Sette Câmara (http://www.oindividuo.com/)
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Sobre o texto de baixo ter a ver com o texto abaixo do texto de baixo
Amo a música O Conto do Sábio Chinês do Raul!!!
Bom...”Se pá” o texto de baixo tem a ver com o texto abaixo do de baixo?
Sim e não! Mais para não!
Vamos por partes...
Sonho Lúcido é uma coisa que induz a rígida divisão entre realidade=vigília / sonho = mundo onírico, o não saber se a gente é a personagem que é no sonho ou se a gente é o que é na vida real (ou se a vida real é sonho e o sonho pode ser real) é outra coisa! Isso me lembra o grande dramaturgo espanhol Caldéron de La Barca (1600), com a sua eminente peça A vida é sonho (vale a pena ler)!
A música do Raul foi baseada na história do sábio chinês Chuang-Tsu, ele existiu - 350 a.c aproximadamente. Quando ele acordou não sabia realmente se era um homem que tinha sonhado que era uma borboleta ou se era uma borboleta sonhando que era um homem!
É como na peça do Calderón onde quando o personagem Jeppe acorda na cama luxuosa ele pensa estava sonhado que era um pobre camponês, e depois, quando acorda na vala da estrada pensa que estava sonhando que era um burguês.
Agora, em relação ao mundo onírico lúcido, o interessante não é se confundir entre duas personalidades. Um bom exemplo é a Alice, do Lewis Carroll, que tinha dúvida se sonhava suas aventuras que lhe pareciam tão reais sem nunca deixar de ser Alice (não sonhava, por exemplo, que era uma girafa, ou a Xuxa, ou, até mesmo, como o chinês, uma borboleta). Não obstante, ela crescia, diminuía, caí, esticava, comia cogumelos, e também mudava de personalidade, como ela disse ao gato que perguntou quem era ela: "Quem sou eu? Eu já não sou! mudei tanto desde hoje de manhã!!!"
O inconsciente é outra personalidade sim! Maaaas isso só está ligado com o mundo onírico lúcido se relacionarmos a música como uma metáfora para a borboleta do chinês ser o próprio inconsciente do chinês e não na crença real onde o chinês poderia realmente ser uma borboleta enquanto sonhava (e Chuang-Tsu, acreditava deveras na segunda citação, e não na metáfora).
O estudo de Carl G. Jung não tem a ver com o “não saber quem ser” do sábio chinês ou com o Jeppe de Calderón e sim com o de Alice perdida no seu mundo inconsciente: “Não há como evitar, tudo aqui é maluco!”.
E é mesmo! O abaixo do limiar da nossa consciência é tão distante do nosso entendimento que alguns psicólogos admitiam, perplexos, que falar sobre algo não tangível ao consciente seria falar sobre a existência de outra personalidade dentro do mesmo indivíduo. Em O Homem e seus Símbolos, Jung escreve que: “E estão inteiramente certos: é exatamente isso o que a existência do inconsciente implica. É uma maldição do homem esta divisão de personalidade”.
Essa divisão descreve, na verdade, Eu X Meu inconsciente e não Eu X Borboleta!
Bom...”Se pá” o texto de baixo tem a ver com o texto abaixo do de baixo?
Sim e não! Mais para não!
Vamos por partes...
Sonho Lúcido é uma coisa que induz a rígida divisão entre realidade=vigília / sonho = mundo onírico, o não saber se a gente é a personagem que é no sonho ou se a gente é o que é na vida real (ou se a vida real é sonho e o sonho pode ser real) é outra coisa! Isso me lembra o grande dramaturgo espanhol Caldéron de La Barca (1600), com a sua eminente peça A vida é sonho (vale a pena ler)!
A música do Raul foi baseada na história do sábio chinês Chuang-Tsu, ele existiu - 350 a.c aproximadamente. Quando ele acordou não sabia realmente se era um homem que tinha sonhado que era uma borboleta ou se era uma borboleta sonhando que era um homem!
É como na peça do Calderón onde quando o personagem Jeppe acorda na cama luxuosa ele pensa estava sonhado que era um pobre camponês, e depois, quando acorda na vala da estrada pensa que estava sonhando que era um burguês.
Agora, em relação ao mundo onírico lúcido, o interessante não é se confundir entre duas personalidades. Um bom exemplo é a Alice, do Lewis Carroll, que tinha dúvida se sonhava suas aventuras que lhe pareciam tão reais sem nunca deixar de ser Alice (não sonhava, por exemplo, que era uma girafa, ou a Xuxa, ou, até mesmo, como o chinês, uma borboleta). Não obstante, ela crescia, diminuía, caí, esticava, comia cogumelos, e também mudava de personalidade, como ela disse ao gato que perguntou quem era ela: "Quem sou eu? Eu já não sou! mudei tanto desde hoje de manhã!!!"
O inconsciente é outra personalidade sim! Maaaas isso só está ligado com o mundo onírico lúcido se relacionarmos a música como uma metáfora para a borboleta do chinês ser o próprio inconsciente do chinês e não na crença real onde o chinês poderia realmente ser uma borboleta enquanto sonhava (e Chuang-Tsu, acreditava deveras na segunda citação, e não na metáfora).
O estudo de Carl G. Jung não tem a ver com o “não saber quem ser” do sábio chinês ou com o Jeppe de Calderón e sim com o de Alice perdida no seu mundo inconsciente: “Não há como evitar, tudo aqui é maluco!”.
E é mesmo! O abaixo do limiar da nossa consciência é tão distante do nosso entendimento que alguns psicólogos admitiam, perplexos, que falar sobre algo não tangível ao consciente seria falar sobre a existência de outra personalidade dentro do mesmo indivíduo. Em O Homem e seus Símbolos, Jung escreve que: “E estão inteiramente certos: é exatamente isso o que a existência do inconsciente implica. É uma maldição do homem esta divisão de personalidade”.
Essa divisão descreve, na verdade, Eu X Meu inconsciente e não Eu X Borboleta!
Se pa tem a ver com o texto aí em baixo.
O Conto do Sábio Chinês
Raul Seixas
Era uma vez um sábio chinês Que um dia sonhou que era uma borboleta,
Voando nos campos,
Pousando nas flores,
Vivendo assim um lindo sonho.
Até que um dia acordou,
E pro resto da vida uma dúvida lhe acompanhou.
Se ele era um sábio chinês Que sonhou que era uma borboleta,
Ou se era uma borboleta sonhando que era um sabio chinês.
Raul Seixas
Era uma vez um sábio chinês Que um dia sonhou que era uma borboleta,
Voando nos campos,
Pousando nas flores,
Vivendo assim um lindo sonho.
Até que um dia acordou,
E pro resto da vida uma dúvida lhe acompanhou.
Se ele era um sábio chinês Que sonhou que era uma borboleta,
Ou se era uma borboleta sonhando que era um sabio chinês.
Um pouco de Metafísica faz bem! ;)
Apesar do que vou expor a seguir, idolatro o Alberto Caeiro, mas é certo que ele duvidaria de sua filosofia de sereva ruptura com a metafísica se tivesse tido, alguma vez na vida, um sonho lúcido.
Existe alguma diferença entre as sensações que experimentamos em sonhos lúcidos com as que vivemos quando estamos acordados?
“Quando penso com cuidado no assunto, não encontro uma única característica capaz de marcar a diferença entre o estado acordado e o sonho. Tanto eles se parecem, que fico completamente perplexo e não sei se estou sonhando nesse momento.”
(René Descartes)
“--- Jeppe vom Berge também acreditava ter sonhando que dormira na cama de um barão.
--- E quando estava na cama do barão achava que sua vida como pobre camponês não passava de um sonho. É por isso que Descartes acaba duvidando de tudo. Antes dele, muitos outros tinham chegado ao fim de suas observações filosóficas exatamente nesse ponto.
--- O que significa que eles não foram muito longe.
--- Descartes, porém, estabeleceu esse ponto como marco zero para a sua reflexão.”
(Jostein Gaarden – O Mundo de Sofia)
“--- Mas, Pretinha, digamos que isso tudo foi mesmo um sonho. Pare de lamber a pata, pois Mimi já a lavou hoje! O sonho foi meu ou do Rei Vermelho? Ele foi parte de meu sonho, mas fiz parte do sonho dele, também. Você, como esposa do rei Vermelho, saberá responder a isso? Largue a pata e responda!
Mas a gata fingiu que não escutara a pergunta e começou a lamber a outra pata!
Quem teria sonhado, afinal?”
(Lewis Carroll – Alice no Reino do Espelho)
Não estou falando sobre espúrias experiências místicas baseada em conjecturas espirituais. Sonho Lúcido é fato que foi levado a sério por filósofos como Descartes e Jung e até hoje é base de estudo de pessoas com aguçado senso crítico.
Leiam, a seguir, o texto de Cleber Monteiro Muniz.
Para quem ainda acha que isso é coisa de “Chicos Xaviers” ou “Paulos Coelhos”, vejam que o autor cursa especialização em Abordagem Junguiana pela COGEAE da PUC-SP, está desenvolvendo uma monografia sobre Experiências Oníricas Conscientes e é licenciado em geografia e história.
Mais detalhes sobre ele e muitos textos dele a serem deleitados estão na página: http://gballone.sites.uol.com.br/colab/cleber.html
Paralisia do Sonho e o Sonho Lucido.
Cleber Monteiro Muniz
Algumas pessoas relatam que, às vezes, sofrem uma paralisia corporal ao se deitarem para dormir. Afirmam que, deitadas, perdem os movimentos e a capacidade de falar, ficando com o corpo pesado e “duro”, preso à cama. Então, dizem, ouvem vozes, escutam passos, vêem estranhas cenas ou pessoas e de desesperam.
Como nossa cultura não é, infelizmente, amadurecida no campo onírico e nem tampouco para o contato com o mundo do inconsciente, não somos preparados para experiências desta natureza. Como resultado, não sabemos o que fazer quando caímos na paralisia do sono, sendo tomados pelo medo.
Alguns experimentam intenso terror, supondo que estão enlouquecendo ou prestes a morrer. Outros, supersticiosos, crêem que o “diabo” os persegue e até que os sufoca.
O medo se deve ao desconhecimento. Na verdade, a paralisia do sono corresponde a um estado não usual de consciência no qual atingimos lucidamente o limiar entre a vigília e o sonho. Em outras palavras: nossa consciência se encontra em um ponto limítrofe entre o mundo vígil e o mundo onírico.
Obviamente, não estou me referindo à narcolepsia ou a estados patológicos similares, nos quais a pessoa desfalece mantendo a consciência em situações arriscadas como durante o trabalho ou no trânsito. Refiro-me apenas à paralisia que algumas vezes enfrentamos durante estados de relaxamento profundo, logo após nos deitarmos ou acordarmos pela manhã.
Não devemos confundir a paralisia do sono, que é inofensiva, com narcolepsia, que é um distúrbio.
É importante diferenciar o patológico do inócuo. A inofensiva paralisia analisada aqui surge quando nos acomodamos para relaxar, dormir ou “tirar um cochilo”. Ocorre em situações facilitadoras do sono, podendo aparecer na fase inicial ou final deste. Não se impõe contra a nossa vontade em situações inadequadas ou de risco, como durante o ato de dirigir ou trabalhar.
Esse estado limítrofe nos oferece a oportunidade de experimentar um tipo especial d sonho: o sonho lúcido. Se, ao invés de nos deixarmos tomar pelo medo, soubermos aproveitar a situação de imobilidade para trabalhar com a imaginação, adentraremos conscientemente ao nosso mundo dos sonhos.
Durante a paralisia do sono, estamos às portas do nosso universo onírico. Em tal fase, podemos reverter o processo letárgico ou dar-lhe continuidade.Se nos aterrorizarmos ante a impossibilidade de movimento e as percepções alteradas, o reverteremos. Se nos mantivermos tranqüilos e permitirmos que o processo natural do sono tenha continuidade, teremos a experiência fantástica do sonho lúcido. É uma experiência cobiçada por muitos.
Nos sonhos normais, nunca percebemos que estamos sonhando. Sempre acreditamos estar acordados: fugimos dos perigos, nos preocupamos em resolver os problemas com os quais nos deparamos, tememos as reações das pessoas e animais com os quais estamos sonhando, etc.
No sonho lúcido, esta falta de discernimento não existe. O sonhador compreende que está sonhando e age de acordo com esta compreensão.
Durante a fase intermediária entre o sono e a vigília, começamos a ter percepções alteradas, os primeiros contatos imediatos com o mundo fantástico. Os nossos pensamentos adquirem alto grau de nitidez e podem ser vistos e ouvidos como se pertencessem ao mundo exterior. As vozes, sons, imagens e toques que percebemos são imaginais, isto é, são formas mentais. Não obstante, seu impacto realístico e nitidez (numinosidade) são intensos e espantam as pessoas que ainda não estão familiarizadas com isso. Nossos medos, desejos, anelos, frustrações, etc, se corporificam em imagens mentais cujas formas apresentam afinidade com o teor dos sentimentos que as geraram.
Aqueles que almejam a experiência do sonho lúcido procuram induzir a paralisia do sono por meio do relaxamento consciente. Ao atingi-la, saltam para o outro lado de suas existências.
Caso tenhamos interesse em aproveitar a paralisia corporal para obtermos uma experiência onírica consciente, podemos nos valer de um procedimento muito simples: uma vez atingida a imobilidade, projetamos uma imagem mental qualquer que nos agrade procurando vivenciá-la lucidamente, ou seja, nos empenhamos em interagir com a mesma sem perder a recordação de que é mental e onírica. Então, logo nos vemos dentro de um sonho lúcido.
Poderíamos dizer, em outros termos, que colaboramos conscientemente com o processo natural do sono-sonho ao invés de detê-lo pelo medo. Após o estado de paralisia corporal vem o estado de sonho propriamente dito. Se vivenciarmos lucidamente as imagens mentais que se formam nesta fase inicial do sonho, logo as mesmas se apresentam ante a nossa consciência como se fossem tridimensionais.
Fui procurado certa vez por um rapaz que era freqüentemente jogado na imobilidade contra a sua vontade. Havia apelado para médios, sacerdotes e orações para resolver o “problema”. Não obteve sucesso algum. A paralisia persistia contra todos os seus esforços e os de sua mãe em suprimi-la.
O jovem estava muito preocupado. Havia sido educado na religião cristã e acreditava que as trevas fossem povoadas por entidades infernais. Temia o ataque de algum demônio na escuridão da noite. Sua mãe estava, na época, tentando contatar um exorcista.
Imaginemos por um instante seu desespero: paralisado na cama, no escuro, ouvindo vozes estranhas com intenso impacto realístico e, ainda por cima, sentido-se prestes a ser atacado por um demônio sem poder mover-se ou fugir.
Instruí o rapaz a respeito da paralisia e indiquei-lhe alguns textos para leitura. Fizemos juntos uma análise de suas crenças religiosas, do teor das percepções alteradas que experimentava, da natureza dos sonhos, do mundo inconsciente e do que a paralisia significava em outras culturas diferentes daquela em que ele vivia. Ele logo ficou tranqüilizado e feliz. Começou a aproveitar a situação de imobilidade para ter sonhos lúcidos e, hoje, chega a se lamentar quando não a atinge. O “problema” se transformou em algo desejável ao encontrar seu sentido e seu curso.
A paralisia do sono perde seu caráter terrificante quando permitimos que cumpra sua função propiciadora de experiências transcendentes.
Muitas vezes, a paralisia do sono é denominada “pesadelo”, o que nem sempre é correto. Um pesadelo é um sonho terrível, com monstros, assassinatos, torturas, sangue, cadáveres, etc. A paralisia é a imobilidade do corpo, a incapacidade de mover-se e de se levantar. É acompanhada por alucinações e, às vezes, pro uma pseudo-asfixia.
A pessoa corretamente instruída a respeito das etapas de instalação dos estados oníricos pode reagir com naturalidade ante a imobilidade corporal, sem desespero. Foi esse o caso de um afeiçoado aos sonhos lúcidos que estudou comigo.
O rapaz estava deitado e profundamente relaxado. De repente, sentiu que não podia se mover ou falar:
“Eu tentava falar, mas a voz não saía. Tentava levantar, mas não conseguia. Eu vi que já estava começando a dormir”.
Havia atingido paralisia e algumas percepções alteradas o assaltaram:
“Ouvi o som de passos de alguém subindo pela escada. A pessoa chegou e abriu a porta sem virar a chave. Pensei: Eu tranquei a porta. Como a pessoa conseguiu abrir?”
“Depois eu ouvi, na sala, o som de um riacho, de água... Riacho dentro da minha sala? Que absurdo! Já são as cenas do sonho”...
Em seguida, voluntária e conscientemente, o estudante se imagina em pé, diante da porta. A imagem onírica da porta e de sua pessoa em pé se concretizam ante sua consciência. Ele está lá, frente à porta, vivenciando a cena com o mesmo impacto realístico que teria se pertencesse ao mundo vígil. Não obstante, sabia que seu corpo dormia e que experimentava um estado de realidade incomum:
“Como sabia que estava dormindo concluí que só podia estar dentro de um sonho e resolvi aproveitar para brincar”.
“Abri a porta e saí. Ao invés de descer a escada e ir para a rua, para fora, eu fui para o quintal. No quintal, sabendo que estava em um sonho tentei flutuar. Não consegui”.
“Tentei mais uma vez, não consegui de novo. Eu estava eufórico pela sensação de poder voar então resolvi me acalmar”.
Tentei, com toda a calma e lentidão, flutuar levemente e bem baixo. Consegui! Flutuei até a laje da minha casa. Olhei ao redor. Tudo estava igual. Olhei o céu: tinha nuvens e, mesmo assim, era um sonho! Eu sabia que estava dormindo”.
“Então, agora confiante, corri e dei um grande salto do alto da laje, sem medo. Comecei a subir com uma velocidade enorme! Um vento bem real começou a soprar contra o meu rosto, que nem quando a gente anda de carro rápido e põe a cara prá fora”.
“O vento começou a ficar cada vez mais forte e eu me assustei. Então acordei”.
Neste caso, a paralisia possuía um significado especial para o sonhador, que a via como um indicador de que o estado onírico se aproximava. Era o sinal de que iniciaria uma viagem através da noite, de que a hora de passear pelo mundo interior havia chegado.
Além do mundo usual da vigília há um outro mundo: o dos sonhos.É um mundo que pertence à dimensão do inconsciente, sendo constituído por imaginações espontâneas, anelos, desejos, recordações, traumas... Na fase da paralisia, estamos às portas desse estado de realidade incomum. As culturas antigas, primitivas e orientais desenvolveram, ao longo da história, métodos para colocar a consciência em contato direto e seguro com esse mundo misteriosos.
O mundo dos sonhos é real à sua própria maneira, infelizmente, nós, ocidentais modernos, somos ainda muito atrasados nesse campo. Preferimos evitar a espinhosa questão relacionada com a concretude da psique a encarar a crua realidade do mundo onírico.
Este texto foi extraído de: http://www.jornalinfinito.com.br/series.asp?cod=21
Existe alguma diferença entre as sensações que experimentamos em sonhos lúcidos com as que vivemos quando estamos acordados?
“Quando penso com cuidado no assunto, não encontro uma única característica capaz de marcar a diferença entre o estado acordado e o sonho. Tanto eles se parecem, que fico completamente perplexo e não sei se estou sonhando nesse momento.”
(René Descartes)
“--- Jeppe vom Berge também acreditava ter sonhando que dormira na cama de um barão.
--- E quando estava na cama do barão achava que sua vida como pobre camponês não passava de um sonho. É por isso que Descartes acaba duvidando de tudo. Antes dele, muitos outros tinham chegado ao fim de suas observações filosóficas exatamente nesse ponto.
--- O que significa que eles não foram muito longe.
--- Descartes, porém, estabeleceu esse ponto como marco zero para a sua reflexão.”
(Jostein Gaarden – O Mundo de Sofia)
“--- Mas, Pretinha, digamos que isso tudo foi mesmo um sonho. Pare de lamber a pata, pois Mimi já a lavou hoje! O sonho foi meu ou do Rei Vermelho? Ele foi parte de meu sonho, mas fiz parte do sonho dele, também. Você, como esposa do rei Vermelho, saberá responder a isso? Largue a pata e responda!
Mas a gata fingiu que não escutara a pergunta e começou a lamber a outra pata!
Quem teria sonhado, afinal?”
(Lewis Carroll – Alice no Reino do Espelho)
Não estou falando sobre espúrias experiências místicas baseada em conjecturas espirituais. Sonho Lúcido é fato que foi levado a sério por filósofos como Descartes e Jung e até hoje é base de estudo de pessoas com aguçado senso crítico.
Leiam, a seguir, o texto de Cleber Monteiro Muniz.
Para quem ainda acha que isso é coisa de “Chicos Xaviers” ou “Paulos Coelhos”, vejam que o autor cursa especialização em Abordagem Junguiana pela COGEAE da PUC-SP, está desenvolvendo uma monografia sobre Experiências Oníricas Conscientes e é licenciado em geografia e história.
Mais detalhes sobre ele e muitos textos dele a serem deleitados estão na página: http://gballone.sites.uol.com.br/colab/cleber.html
Paralisia do Sonho e o Sonho Lucido.
Cleber Monteiro Muniz
Algumas pessoas relatam que, às vezes, sofrem uma paralisia corporal ao se deitarem para dormir. Afirmam que, deitadas, perdem os movimentos e a capacidade de falar, ficando com o corpo pesado e “duro”, preso à cama. Então, dizem, ouvem vozes, escutam passos, vêem estranhas cenas ou pessoas e de desesperam.
Como nossa cultura não é, infelizmente, amadurecida no campo onírico e nem tampouco para o contato com o mundo do inconsciente, não somos preparados para experiências desta natureza. Como resultado, não sabemos o que fazer quando caímos na paralisia do sono, sendo tomados pelo medo.
Alguns experimentam intenso terror, supondo que estão enlouquecendo ou prestes a morrer. Outros, supersticiosos, crêem que o “diabo” os persegue e até que os sufoca.
O medo se deve ao desconhecimento. Na verdade, a paralisia do sono corresponde a um estado não usual de consciência no qual atingimos lucidamente o limiar entre a vigília e o sonho. Em outras palavras: nossa consciência se encontra em um ponto limítrofe entre o mundo vígil e o mundo onírico.
Obviamente, não estou me referindo à narcolepsia ou a estados patológicos similares, nos quais a pessoa desfalece mantendo a consciência em situações arriscadas como durante o trabalho ou no trânsito. Refiro-me apenas à paralisia que algumas vezes enfrentamos durante estados de relaxamento profundo, logo após nos deitarmos ou acordarmos pela manhã.
Não devemos confundir a paralisia do sono, que é inofensiva, com narcolepsia, que é um distúrbio.
É importante diferenciar o patológico do inócuo. A inofensiva paralisia analisada aqui surge quando nos acomodamos para relaxar, dormir ou “tirar um cochilo”. Ocorre em situações facilitadoras do sono, podendo aparecer na fase inicial ou final deste. Não se impõe contra a nossa vontade em situações inadequadas ou de risco, como durante o ato de dirigir ou trabalhar.
Esse estado limítrofe nos oferece a oportunidade de experimentar um tipo especial d sonho: o sonho lúcido. Se, ao invés de nos deixarmos tomar pelo medo, soubermos aproveitar a situação de imobilidade para trabalhar com a imaginação, adentraremos conscientemente ao nosso mundo dos sonhos.
Durante a paralisia do sono, estamos às portas do nosso universo onírico. Em tal fase, podemos reverter o processo letárgico ou dar-lhe continuidade.Se nos aterrorizarmos ante a impossibilidade de movimento e as percepções alteradas, o reverteremos. Se nos mantivermos tranqüilos e permitirmos que o processo natural do sono tenha continuidade, teremos a experiência fantástica do sonho lúcido. É uma experiência cobiçada por muitos.
Nos sonhos normais, nunca percebemos que estamos sonhando. Sempre acreditamos estar acordados: fugimos dos perigos, nos preocupamos em resolver os problemas com os quais nos deparamos, tememos as reações das pessoas e animais com os quais estamos sonhando, etc.
No sonho lúcido, esta falta de discernimento não existe. O sonhador compreende que está sonhando e age de acordo com esta compreensão.
Durante a fase intermediária entre o sono e a vigília, começamos a ter percepções alteradas, os primeiros contatos imediatos com o mundo fantástico. Os nossos pensamentos adquirem alto grau de nitidez e podem ser vistos e ouvidos como se pertencessem ao mundo exterior. As vozes, sons, imagens e toques que percebemos são imaginais, isto é, são formas mentais. Não obstante, seu impacto realístico e nitidez (numinosidade) são intensos e espantam as pessoas que ainda não estão familiarizadas com isso. Nossos medos, desejos, anelos, frustrações, etc, se corporificam em imagens mentais cujas formas apresentam afinidade com o teor dos sentimentos que as geraram.
Aqueles que almejam a experiência do sonho lúcido procuram induzir a paralisia do sono por meio do relaxamento consciente. Ao atingi-la, saltam para o outro lado de suas existências.
Caso tenhamos interesse em aproveitar a paralisia corporal para obtermos uma experiência onírica consciente, podemos nos valer de um procedimento muito simples: uma vez atingida a imobilidade, projetamos uma imagem mental qualquer que nos agrade procurando vivenciá-la lucidamente, ou seja, nos empenhamos em interagir com a mesma sem perder a recordação de que é mental e onírica. Então, logo nos vemos dentro de um sonho lúcido.
Poderíamos dizer, em outros termos, que colaboramos conscientemente com o processo natural do sono-sonho ao invés de detê-lo pelo medo. Após o estado de paralisia corporal vem o estado de sonho propriamente dito. Se vivenciarmos lucidamente as imagens mentais que se formam nesta fase inicial do sonho, logo as mesmas se apresentam ante a nossa consciência como se fossem tridimensionais.
Fui procurado certa vez por um rapaz que era freqüentemente jogado na imobilidade contra a sua vontade. Havia apelado para médios, sacerdotes e orações para resolver o “problema”. Não obteve sucesso algum. A paralisia persistia contra todos os seus esforços e os de sua mãe em suprimi-la.
O jovem estava muito preocupado. Havia sido educado na religião cristã e acreditava que as trevas fossem povoadas por entidades infernais. Temia o ataque de algum demônio na escuridão da noite. Sua mãe estava, na época, tentando contatar um exorcista.
Imaginemos por um instante seu desespero: paralisado na cama, no escuro, ouvindo vozes estranhas com intenso impacto realístico e, ainda por cima, sentido-se prestes a ser atacado por um demônio sem poder mover-se ou fugir.
Instruí o rapaz a respeito da paralisia e indiquei-lhe alguns textos para leitura. Fizemos juntos uma análise de suas crenças religiosas, do teor das percepções alteradas que experimentava, da natureza dos sonhos, do mundo inconsciente e do que a paralisia significava em outras culturas diferentes daquela em que ele vivia. Ele logo ficou tranqüilizado e feliz. Começou a aproveitar a situação de imobilidade para ter sonhos lúcidos e, hoje, chega a se lamentar quando não a atinge. O “problema” se transformou em algo desejável ao encontrar seu sentido e seu curso.
A paralisia do sono perde seu caráter terrificante quando permitimos que cumpra sua função propiciadora de experiências transcendentes.
Muitas vezes, a paralisia do sono é denominada “pesadelo”, o que nem sempre é correto. Um pesadelo é um sonho terrível, com monstros, assassinatos, torturas, sangue, cadáveres, etc. A paralisia é a imobilidade do corpo, a incapacidade de mover-se e de se levantar. É acompanhada por alucinações e, às vezes, pro uma pseudo-asfixia.
A pessoa corretamente instruída a respeito das etapas de instalação dos estados oníricos pode reagir com naturalidade ante a imobilidade corporal, sem desespero. Foi esse o caso de um afeiçoado aos sonhos lúcidos que estudou comigo.
O rapaz estava deitado e profundamente relaxado. De repente, sentiu que não podia se mover ou falar:
“Eu tentava falar, mas a voz não saía. Tentava levantar, mas não conseguia. Eu vi que já estava começando a dormir”.
Havia atingido paralisia e algumas percepções alteradas o assaltaram:
“Ouvi o som de passos de alguém subindo pela escada. A pessoa chegou e abriu a porta sem virar a chave. Pensei: Eu tranquei a porta. Como a pessoa conseguiu abrir?”
“Depois eu ouvi, na sala, o som de um riacho, de água... Riacho dentro da minha sala? Que absurdo! Já são as cenas do sonho”...
Em seguida, voluntária e conscientemente, o estudante se imagina em pé, diante da porta. A imagem onírica da porta e de sua pessoa em pé se concretizam ante sua consciência. Ele está lá, frente à porta, vivenciando a cena com o mesmo impacto realístico que teria se pertencesse ao mundo vígil. Não obstante, sabia que seu corpo dormia e que experimentava um estado de realidade incomum:
“Como sabia que estava dormindo concluí que só podia estar dentro de um sonho e resolvi aproveitar para brincar”.
“Abri a porta e saí. Ao invés de descer a escada e ir para a rua, para fora, eu fui para o quintal. No quintal, sabendo que estava em um sonho tentei flutuar. Não consegui”.
“Tentei mais uma vez, não consegui de novo. Eu estava eufórico pela sensação de poder voar então resolvi me acalmar”.
Tentei, com toda a calma e lentidão, flutuar levemente e bem baixo. Consegui! Flutuei até a laje da minha casa. Olhei ao redor. Tudo estava igual. Olhei o céu: tinha nuvens e, mesmo assim, era um sonho! Eu sabia que estava dormindo”.
“Então, agora confiante, corri e dei um grande salto do alto da laje, sem medo. Comecei a subir com uma velocidade enorme! Um vento bem real começou a soprar contra o meu rosto, que nem quando a gente anda de carro rápido e põe a cara prá fora”.
“O vento começou a ficar cada vez mais forte e eu me assustei. Então acordei”.
Neste caso, a paralisia possuía um significado especial para o sonhador, que a via como um indicador de que o estado onírico se aproximava. Era o sinal de que iniciaria uma viagem através da noite, de que a hora de passear pelo mundo interior havia chegado.
Além do mundo usual da vigília há um outro mundo: o dos sonhos.É um mundo que pertence à dimensão do inconsciente, sendo constituído por imaginações espontâneas, anelos, desejos, recordações, traumas... Na fase da paralisia, estamos às portas desse estado de realidade incomum. As culturas antigas, primitivas e orientais desenvolveram, ao longo da história, métodos para colocar a consciência em contato direto e seguro com esse mundo misteriosos.
O mundo dos sonhos é real à sua própria maneira, infelizmente, nós, ocidentais modernos, somos ainda muito atrasados nesse campo. Preferimos evitar a espinhosa questão relacionada com a concretude da psique a encarar a crua realidade do mundo onírico.
Este texto foi extraído de: http://www.jornalinfinito.com.br/series.asp?cod=21
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
inércia
Inércia é a tendência de um corpo permancer com a velocidade que está . Um ônibus freia e os passageiros vão pra frente, tendendo a manter a velocidade do ônibus em movimento.
Newton acertou em cheio. Sua lei pode ser aplicada à quase tudo na vida. Não é fácil resistir à inércia.
Newton acertou em cheio. Sua lei pode ser aplicada à quase tudo na vida. Não é fácil resistir à inércia.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
WWF aponta Cuba como único país com desenvolvimento sustentável
Relatório apresentado hoje pela WWF aponta Cuba como modelo de desenvolvimento sustentável.
Cuba é o único país do mundo com desenvolvimento sustentável, segundo o relatório bienal apresentado hoje pela organização WWF em Pequim, e que afirma que o ecossistema "está se degradando a um ritmo sem precedentes na história".
De acordo com o relatório, elaborado pela WWF a cada dois anos e que foi apresentado pela primeira vez na capital chinesa, se as coisas continuarem como estão, por volta de 2050 a humanidade precisaria consumir os recursos naturais e a energia equivalente a dois planetas Terra.
É um círculo vicioso: os países pobres produzem um dano per capita à natureza muito menor, mas, à medida que vão se desenvolvendo (exemplos de China e Índia), o índice vai aumentando a níveis insustentáveis pelo planeta.
A WWF elaborou em seu relatório um gráfico no qual sobrepõe duas variáveis: o índice de desenvolvimento humano (estabelecido pela ONU) e o "rastro ecológico", que indica a energia e recursos por pessoa consumidos em cada país.
Surpreendentemente, apenas Cuba tem nos dois casos níveis suficientes que permitem que o país seja considerado que "cumpre os critérios mínimos" para a sustentabilidade.
"Não significa, certamente, que Cuba seja um país perfeito, mas é o que cumpre as condições", disse à Efe, Jonathan Loh, um dos autores do estudo.
"Cuba alcança um bom nível de desenvolvimento, segundo a ONU, graças a seu alto nível de alfabetização e expectativa de vida bastante alta, enquanto seu rastro ecológico não é grande, por ser um país com baixo consumo de energia", acrescentou Loh, que apresentou o estudo em Pequim.
De fato, a região latino-americana em geral parece ser a que está mais perto da sustentabilidade, já que outros países como Brasil ou México estão perto dos mínimos necessários, frente à situação de regiões como África - com baixo consumo energético, mas muito subdesenvolvida - e Europa - onde ocorre o inverso.
"Não sei exatamente a que se deve este fato (a boa situação da América Latina), mas é possível perceber que é ali onde as pessoas parecem mais felizes, e talvez se deva ao maior equilíbrio entre desenvolvimento e meio ambiente", disse o autor do estudo.
Apesar das boas vibrações transmitidas pelo bloco latino, a situação global mostrada pelo relatório da WWF é desanimadora. Por exemplo, o número de espécies de animais vertebrados caiu 30% nos últimos 33 anos.
O rastro deixado pelo homem é tamanho que "são consumidos recursos em tempo muito rápido, que impede a Terra de recuperá-los", disse o diretor-geral da WWF, James Leape, que também participou da apresentação do relatório em Pequim.
O "rastro ecológico" do homem, seu consumo de recursos, triplicou segundo a WWF entre 1961 e 2003, por isso o ser humano já pressiona o planeta 25% a mais do que o processo regenerativo natural da Terra pode suportar.
Além disso, há uma piora da situação, apesar de esforços como o Protocolo de Kioto. No relatório da WWF anterior, publicado em 2004, o impacto do homem ultrapassava em 21% a capacidade de regeneração do planeta.
O novo relatório da organização coloca na "lista negra" de países com alto consumo per capita de energia e recursos os Emirados Árabes Unidos, EUA, Finlândia, Canadá, Kuwait, Austrália, Estônia, Suécia, Nova Zelândia e Noruega.
O fato de o relatório ter sido apresentado na China mostra a importância que a WWF dá ao futuro da economia asiática, pois a forma como escolher se desenvolver "é fundamental para que o mundo avance rumo ao desenvolvimento sustentável".
Apesar de China ser o segundo maior emissor mundial de gases poluentes, devido à grande população seu "rastro ecológico" per capita é muito baixo em comparação aos países mais desenvolvidos, o que ocorre também no caso da Índia.
O especialista Jiang Yi, da universidade pequinesa de Tsinghua, disse no ato realizado em Pequim que uma das chaves para melhorar o consumo de recursos e energia na China é "desenvolver um sistema rural de equilíbrio energético" e investigar alternativas de calefação e ar condicionado para as casas chinesas.
Antonio Broto
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/10/24/ult1809u9627.jhtm
Cuba é o único país do mundo com desenvolvimento sustentável, segundo o relatório bienal apresentado hoje pela organização WWF em Pequim, e que afirma que o ecossistema "está se degradando a um ritmo sem precedentes na história".
De acordo com o relatório, elaborado pela WWF a cada dois anos e que foi apresentado pela primeira vez na capital chinesa, se as coisas continuarem como estão, por volta de 2050 a humanidade precisaria consumir os recursos naturais e a energia equivalente a dois planetas Terra.
É um círculo vicioso: os países pobres produzem um dano per capita à natureza muito menor, mas, à medida que vão se desenvolvendo (exemplos de China e Índia), o índice vai aumentando a níveis insustentáveis pelo planeta.
A WWF elaborou em seu relatório um gráfico no qual sobrepõe duas variáveis: o índice de desenvolvimento humano (estabelecido pela ONU) e o "rastro ecológico", que indica a energia e recursos por pessoa consumidos em cada país.
Surpreendentemente, apenas Cuba tem nos dois casos níveis suficientes que permitem que o país seja considerado que "cumpre os critérios mínimos" para a sustentabilidade.
"Não significa, certamente, que Cuba seja um país perfeito, mas é o que cumpre as condições", disse à Efe, Jonathan Loh, um dos autores do estudo.
"Cuba alcança um bom nível de desenvolvimento, segundo a ONU, graças a seu alto nível de alfabetização e expectativa de vida bastante alta, enquanto seu rastro ecológico não é grande, por ser um país com baixo consumo de energia", acrescentou Loh, que apresentou o estudo em Pequim.
De fato, a região latino-americana em geral parece ser a que está mais perto da sustentabilidade, já que outros países como Brasil ou México estão perto dos mínimos necessários, frente à situação de regiões como África - com baixo consumo energético, mas muito subdesenvolvida - e Europa - onde ocorre o inverso.
"Não sei exatamente a que se deve este fato (a boa situação da América Latina), mas é possível perceber que é ali onde as pessoas parecem mais felizes, e talvez se deva ao maior equilíbrio entre desenvolvimento e meio ambiente", disse o autor do estudo.
Apesar das boas vibrações transmitidas pelo bloco latino, a situação global mostrada pelo relatório da WWF é desanimadora. Por exemplo, o número de espécies de animais vertebrados caiu 30% nos últimos 33 anos.
O rastro deixado pelo homem é tamanho que "são consumidos recursos em tempo muito rápido, que impede a Terra de recuperá-los", disse o diretor-geral da WWF, James Leape, que também participou da apresentação do relatório em Pequim.
O "rastro ecológico" do homem, seu consumo de recursos, triplicou segundo a WWF entre 1961 e 2003, por isso o ser humano já pressiona o planeta 25% a mais do que o processo regenerativo natural da Terra pode suportar.
Além disso, há uma piora da situação, apesar de esforços como o Protocolo de Kioto. No relatório da WWF anterior, publicado em 2004, o impacto do homem ultrapassava em 21% a capacidade de regeneração do planeta.
O novo relatório da organização coloca na "lista negra" de países com alto consumo per capita de energia e recursos os Emirados Árabes Unidos, EUA, Finlândia, Canadá, Kuwait, Austrália, Estônia, Suécia, Nova Zelândia e Noruega.
O fato de o relatório ter sido apresentado na China mostra a importância que a WWF dá ao futuro da economia asiática, pois a forma como escolher se desenvolver "é fundamental para que o mundo avance rumo ao desenvolvimento sustentável".
Apesar de China ser o segundo maior emissor mundial de gases poluentes, devido à grande população seu "rastro ecológico" per capita é muito baixo em comparação aos países mais desenvolvidos, o que ocorre também no caso da Índia.
O especialista Jiang Yi, da universidade pequinesa de Tsinghua, disse no ato realizado em Pequim que uma das chaves para melhorar o consumo de recursos e energia na China é "desenvolver um sistema rural de equilíbrio energético" e investigar alternativas de calefação e ar condicionado para as casas chinesas.
Antonio Broto
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/10/24/ult1809u9627.jhtm
sábado, 20 de outubro de 2007
Os 3 Malandros In Concert - Bezerra, Moreira e Dicró (1995)
Eu conheço uma pá de otário metido a malandro que anda gingando crente que tá abafando (Malandro Não Vacila)
1. O Recital
2. Os Três Pagodeiros Do Rio
3. Ópera Do Morro
4. 3 Malandros In Concert
5. Ressuscita Ele
6. Chave De Cadeia
7. Malandro Não Vacila
8. O Político
9. Na Subida Do Morro
10. Dava Dois
11. Lugar Macabro
12. Jogando Com A Capeta
13. Rua Da Amargura
Baixe aqui:
http://d.turboupload.com/de/1683536/i2zzqqt664.html
Fonte:
http://capsuladacultura.com.br/blog/
1. O Recital
2. Os Três Pagodeiros Do Rio
3. Ópera Do Morro
4. 3 Malandros In Concert
5. Ressuscita Ele
6. Chave De Cadeia
7. Malandro Não Vacila
8. O Político
9. Na Subida Do Morro
10. Dava Dois
11. Lugar Macabro
12. Jogando Com A Capeta
13. Rua Da Amargura
Baixe aqui:
http://d.turboupload.com/de/1683536/i2zzqqt664.html
Fonte:
http://capsuladacultura.com.br/blog/
Olhe aqui, Mr. Buster... *
*Este poema é dedicado a um americano simpático, extrovertido e podre de rico, em cuja casa estive poucos dias antes da minha volta ao Brasil, depois de cinco anos em Los Angeles, EUA. Mr. Buster não podia compreender como é que eu, tendo ainda o direito de permanecer mais um ano na Califórnia, preferia, com grande prejuízo financeiro, voltar para a "Latin America", como dizia ele. Eis aqui a explicação, que Mr. Buster certamente não receberá, a não ser que esteja morto e esse negócio de espiritismo funcione.
Olhe aqui, Mr.Buster: está muito certo
Que o senhor tenha um apartamento em Park Avenue e uma casa em Beverly Hills.
Está muito certo que em seu apartamento de Park Avenue
O senhor tenha um caco de friso do Partenon, e no quintal de sua casa em Hollywood
Um poço de petróleo trabalhando de dia para lhe dar dinheiro e de noite para lhe dar insônia.
Está muito certo que em ambas as residências
O senhor tenha geladeiras gigantescas capazes de conservar o seu preconceito racial
Por muitos anos a vir, e vacuum-cleaners com mais chupo
Que um beijo de Marilyn Monroe, e máquinas de lavar
Capazes de apagar a mancha do seu desgosto de ter posto tanto dinheiro em vão na guerra da Coréia.
Está certo quem em sua mesa as torradas saltem nervosamente de torradeiras automáticas
E suas portas se abram com célula fotelétrica. Está muito certo
Que o Senhor tenha cinema em casa para os meninos verem filme de mocinho
Isto sem falar nos quatro aparelhos de televisão e na fabulosa hi-fi
Com auto-falantes espalhados por todos os andares, inclusive nos banheiros
Está muito certo que a Senhora Buster seja citada uma vez por mês por Elsa Maxwell
E tenha dois psiquiatras: um em Nova York, outro em Los Angeles, para as duas "estações" do ano.
Está tudo muito certo, Mr.Buster - o senhor ainda acabará governador do seu Estado
E sem dúvida presidente de muitas companhias e petróleo, aço e conciências enlatadas.
Mas me diga uma coisa, Mr.Buster
Me diga sinceramente uma coisa, Mr. Buster:
O senhor sabe lá o que é um choro de Pixinguinha?
O senhor sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal?
O senhor sabe lá o que é torcer pelo Botafogo?
Vinícius de Moraes
Olhe aqui, Mr.Buster: está muito certo
Que o senhor tenha um apartamento em Park Avenue e uma casa em Beverly Hills.
Está muito certo que em seu apartamento de Park Avenue
O senhor tenha um caco de friso do Partenon, e no quintal de sua casa em Hollywood
Um poço de petróleo trabalhando de dia para lhe dar dinheiro e de noite para lhe dar insônia.
Está muito certo que em ambas as residências
O senhor tenha geladeiras gigantescas capazes de conservar o seu preconceito racial
Por muitos anos a vir, e vacuum-cleaners com mais chupo
Que um beijo de Marilyn Monroe, e máquinas de lavar
Capazes de apagar a mancha do seu desgosto de ter posto tanto dinheiro em vão na guerra da Coréia.
Está certo quem em sua mesa as torradas saltem nervosamente de torradeiras automáticas
E suas portas se abram com célula fotelétrica. Está muito certo
Que o Senhor tenha cinema em casa para os meninos verem filme de mocinho
Isto sem falar nos quatro aparelhos de televisão e na fabulosa hi-fi
Com auto-falantes espalhados por todos os andares, inclusive nos banheiros
Está muito certo que a Senhora Buster seja citada uma vez por mês por Elsa Maxwell
E tenha dois psiquiatras: um em Nova York, outro em Los Angeles, para as duas "estações" do ano.
Está tudo muito certo, Mr.Buster - o senhor ainda acabará governador do seu Estado
E sem dúvida presidente de muitas companhias e petróleo, aço e conciências enlatadas.
Mas me diga uma coisa, Mr.Buster
Me diga sinceramente uma coisa, Mr. Buster:
O senhor sabe lá o que é um choro de Pixinguinha?
O senhor sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal?
O senhor sabe lá o que é torcer pelo Botafogo?
Vinícius de Moraes
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
filho...
Você tá indo prum caminho muito ranzinza. Quer o que com [tudo] isso? Antes de alguém falar, já projeta uma merda saindo daquela boca. Amargo. Você é novo. Imagina quando for um velho. Rabugento. Assistindo tudo isso eu me pergunto: você se contenta com pouco ou quer muito, heim? Ninguém é uma ilha, filho.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Africano é menos inteligente
diz Nobel
Americano James Watson, co-descobridor da estrutura do DNA, dá declaração de cunho racista a jornal
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma entrevista do biólogo James Watson, 79, com declarações racistas anteontem a um jornal britânico atraiu uma enxurrada de críticas de cientistas, sociólogos, políticos e ativistas de direitos humanos.
Watson, ganhador do Prêmio Nobel por ter descoberto a estrutura do DNA juntamente com Francis Crick, em 1953, afirmou ao jornal britânico "The Sunday Times" que africanos são menos inteligentes do que ocidentais e, em razão disso, se declarou pessimista em relação ao futuro da África.
"Todas as nossas políticas sociais são baseadas no fato de que a inteligência deles [dos negros] é igual à nossa, apesar de todos os testes dizerem que não", afirmou o cientista. "Pessoas que já lidaram com empregados negros não acreditam que isso [a igualdade de inteligência] seja verdade."
A declaração verbal foi apenas um jeito um pouco menos delicado de expor o que ele já havia escrito em seu recém-lançado livro "Avoid Boring People" (Evite Pessoas Chatas): "Não há razão firme para crer que as capacidades intelectuais de pessoas geograficamente separadas evoluam de maneira idêntica. Nosso desejo de considerar poderes iguais de raciocínio como uma herança universal da humanidade não vai se prestar a isso."
Pessoas que apontaram erros na declaração de Watson afirmam que a reação ao cientista precisa ser contundente. O cientista chegou ontem a Londres para divulgar seu livro, e já foi recebido com críticas -teve uma palestra cancelada no Museu de Ciência de Londres.
"Isso é Watson no nível mais escandaloso", disse Steven Rose, fundador da Sociedade para Responsabilidade Social em Ciência do Reino Unido. "Ele já havia dito coisa parecida sobre mulheres, mas eu nunca o ouvira entrar no terreno do racismo. Se ele conhecesse literatura sobre o assunto, saberia que está totalmente enganado cientificamente, além de socialmente e politicamente."
Dono de opiniões polêmicas, Watson ganhou o apelido de "Honest Jim". Em seu livro "Genes, Girls and Gamow", Watson se declarou favorável a um tratamento genético para deixar mulheres feias mais bonitas. Em outra ocasião, defendeu o direito ao aborto, se as grávidas pudessem saber se a criança nasceria homossexual.
Entre os cientistas que reagiram de maneira mais dura contra Watson estão os próprios geneticistas.
"Definitivamente, isso não faz sentido nenhum e é totalmente estapafúrdio", disse à Folha Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais. "É uma falácia de autoridade. Ele não é especialista no estudo de evolução de populações humanas. Ele estuda biologia molecular pura."
Pena, cujo trabalho sobre populações brasileiras contribuiu em grande medida para derrubar o conceito biológico de raças humanas, afirma que a maioria das pessoas "não vai levar Watson a sério", mas que ele pode "inflamar os ânimos" daqueles que já são racistas.
Sobre a situação da África, Pena diz que nem sequer é uma questão de inteligência. "O Watson confunde uma situação histórica e social da África com uma situação biológica", disse. "O que acontece é que os africanos foram vítimas de uma colonização brutal por parte dos europeus." (RAFAEL GARCIA)
copiado por inteiro da FOLHA, nem é todo mundo que consegue ver lá, então ta aí...
desculpem o CTRL V, mas essa foi muito quente...
Americano James Watson, co-descobridor da estrutura do DNA, dá declaração de cunho racista a jornal
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma entrevista do biólogo James Watson, 79, com declarações racistas anteontem a um jornal britânico atraiu uma enxurrada de críticas de cientistas, sociólogos, políticos e ativistas de direitos humanos.
Watson, ganhador do Prêmio Nobel por ter descoberto a estrutura do DNA juntamente com Francis Crick, em 1953, afirmou ao jornal britânico "The Sunday Times" que africanos são menos inteligentes do que ocidentais e, em razão disso, se declarou pessimista em relação ao futuro da África.
"Todas as nossas políticas sociais são baseadas no fato de que a inteligência deles [dos negros] é igual à nossa, apesar de todos os testes dizerem que não", afirmou o cientista. "Pessoas que já lidaram com empregados negros não acreditam que isso [a igualdade de inteligência] seja verdade."
A declaração verbal foi apenas um jeito um pouco menos delicado de expor o que ele já havia escrito em seu recém-lançado livro "Avoid Boring People" (Evite Pessoas Chatas): "Não há razão firme para crer que as capacidades intelectuais de pessoas geograficamente separadas evoluam de maneira idêntica. Nosso desejo de considerar poderes iguais de raciocínio como uma herança universal da humanidade não vai se prestar a isso."
Pessoas que apontaram erros na declaração de Watson afirmam que a reação ao cientista precisa ser contundente. O cientista chegou ontem a Londres para divulgar seu livro, e já foi recebido com críticas -teve uma palestra cancelada no Museu de Ciência de Londres.
"Isso é Watson no nível mais escandaloso", disse Steven Rose, fundador da Sociedade para Responsabilidade Social em Ciência do Reino Unido. "Ele já havia dito coisa parecida sobre mulheres, mas eu nunca o ouvira entrar no terreno do racismo. Se ele conhecesse literatura sobre o assunto, saberia que está totalmente enganado cientificamente, além de socialmente e politicamente."
Dono de opiniões polêmicas, Watson ganhou o apelido de "Honest Jim". Em seu livro "Genes, Girls and Gamow", Watson se declarou favorável a um tratamento genético para deixar mulheres feias mais bonitas. Em outra ocasião, defendeu o direito ao aborto, se as grávidas pudessem saber se a criança nasceria homossexual.
Entre os cientistas que reagiram de maneira mais dura contra Watson estão os próprios geneticistas.
"Definitivamente, isso não faz sentido nenhum e é totalmente estapafúrdio", disse à Folha Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais. "É uma falácia de autoridade. Ele não é especialista no estudo de evolução de populações humanas. Ele estuda biologia molecular pura."
Pena, cujo trabalho sobre populações brasileiras contribuiu em grande medida para derrubar o conceito biológico de raças humanas, afirma que a maioria das pessoas "não vai levar Watson a sério", mas que ele pode "inflamar os ânimos" daqueles que já são racistas.
Sobre a situação da África, Pena diz que nem sequer é uma questão de inteligência. "O Watson confunde uma situação histórica e social da África com uma situação biológica", disse. "O que acontece é que os africanos foram vítimas de uma colonização brutal por parte dos europeus." (RAFAEL GARCIA)
copiado por inteiro da FOLHA, nem é todo mundo que consegue ver lá, então ta aí...
desculpem o CTRL V, mas essa foi muito quente...
Ctrl+c Ctrl+v, mas é legal
O blog tá andando bem. Não importa que só meia dúzia de pessoas passam por aqui. Ctrl+c Ctrl+v está sumindo cada dia mais.
Bom, fiz essa enrolação aí em cima porque achei duas coisas legais e fiquei com vontade de por aqui. Então, pra não enrolar, já vou meter os dois numa postagem só. O primeiro é um poeminha do Fernando Pessoa (puta merda, nao tem coisa mais clichê do que um poeminha do fernando pessoa) e o outro é um texto do Aldous Huxley:
_____________________________________________________
Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!
Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz
Ter por vida a sepultura.
(Fernando Pessoa)
_____________________________________________________
Vivemos, agimos e reagimos uns com os outros; mas sempre, e sob quaisquer circunstâncias, existimos a sós. Os mártires penetram na arena de mãos dadas; mas são crucificados sozinhos. Abraçados, os amantes buscam desesperadamente fundir seus êxtases isolados em uma única autotranscendência; debalde. Por sua própria natureza, cada espírito em sua prisão corpórea, está condenado a sofrer e gozar em solidão. Sensações, sentimentos, concepções, fantasias -tudo isso são coisas privadas e, a não ser por meio de símbolos, e indiretamente, não podem ser transmitidas. Podemos acumular informações sobre experiências, mas nunca as próprias experiências. Da família à nação, cada grupo humano é uma sociedade de universos insulares.
(Aldous Huxley)
Bom, fiz essa enrolação aí em cima porque achei duas coisas legais e fiquei com vontade de por aqui. Então, pra não enrolar, já vou meter os dois numa postagem só. O primeiro é um poeminha do Fernando Pessoa (puta merda, nao tem coisa mais clichê do que um poeminha do fernando pessoa) e o outro é um texto do Aldous Huxley:
_____________________________________________________
Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!
Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz
Ter por vida a sepultura.
(Fernando Pessoa)
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Vivemos, agimos e reagimos uns com os outros; mas sempre, e sob quaisquer circunstâncias, existimos a sós. Os mártires penetram na arena de mãos dadas; mas são crucificados sozinhos. Abraçados, os amantes buscam desesperadamente fundir seus êxtases isolados em uma única autotranscendência; debalde. Por sua própria natureza, cada espírito em sua prisão corpórea, está condenado a sofrer e gozar em solidão. Sensações, sentimentos, concepções, fantasias -tudo isso são coisas privadas e, a não ser por meio de símbolos, e indiretamente, não podem ser transmitidas. Podemos acumular informações sobre experiências, mas nunca as próprias experiências. Da família à nação, cada grupo humano é uma sociedade de universos insulares.
(Aldous Huxley)
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
meu dia
Fui durmir, por sinal tarde demais, humm, acordo, só de pensar na rotina já fico cansado, que droga, quero durmir, mas é meu aniversário, não deveria estar feliz?? não deveria dar um pulo da cama e gritar de alegria?
Ééé, já não é mais assim, mas pq? e a criança que existe dentro de mim, será que ela não quer mais se manisfestar ou ela não pode mais aparecer? os dias parecem estar cada vez mais chatos e não é só culpa do calor, aliás, até onde vai esse calor?
Lembro-me dos tempos em que aniversário não era só uma data qualquer, mas aquela em que eu era a pessoa mais feliz do mundo e eu tinha o melhor dia do ano, amigos parentes bolos e presentes, como me divertia.
Acabo de completar 19 anos, tudo bem, não sou mais criança mas será que só por isso tenho que enfrentar a vida como meus pais, caramba, sou apenas um jovem adulto e porque não dizer que sou uma crinça madura, depende do ponto de vista. Não posso mais brincar na rua, nem tanto pela violência, aliás já cansei dela, mas parece que acham que não tenho mais idade pra isso(brincar com as crianças, vc tá loco muleque), que saudade de pular corda, brincar de amarelinha, esconde-esconde então nem se fala, já tenho muitos compromissos e muitas obrigações, não posso perder tempo né, já era pra estar na faculdade(nooossa, ontem mesmo estava no pré brincando de desenhe e pinte), mas quem disse que é isso que eu quero, quem que me perguntou o que eu quero da vida, como eu quero que seja meu futuro.
Pois bem, somos jovens e vivemos num mundo moderno né, tão moderno que quem manda em nós continua sendo nossos pais, como as coisas mudaram nos últimos trocentos anos não...
Talvez só queiram o melhor pra mim, mas não necessariamente fazer o melhor a mim.
Ééé, já não é mais assim, mas pq? e a criança que existe dentro de mim, será que ela não quer mais se manisfestar ou ela não pode mais aparecer? os dias parecem estar cada vez mais chatos e não é só culpa do calor, aliás, até onde vai esse calor?
Lembro-me dos tempos em que aniversário não era só uma data qualquer, mas aquela em que eu era a pessoa mais feliz do mundo e eu tinha o melhor dia do ano, amigos parentes bolos e presentes, como me divertia.
Acabo de completar 19 anos, tudo bem, não sou mais criança mas será que só por isso tenho que enfrentar a vida como meus pais, caramba, sou apenas um jovem adulto e porque não dizer que sou uma crinça madura, depende do ponto de vista. Não posso mais brincar na rua, nem tanto pela violência, aliás já cansei dela, mas parece que acham que não tenho mais idade pra isso(brincar com as crianças, vc tá loco muleque), que saudade de pular corda, brincar de amarelinha, esconde-esconde então nem se fala, já tenho muitos compromissos e muitas obrigações, não posso perder tempo né, já era pra estar na faculdade(nooossa, ontem mesmo estava no pré brincando de desenhe e pinte), mas quem disse que é isso que eu quero, quem que me perguntou o que eu quero da vida, como eu quero que seja meu futuro.
Pois bem, somos jovens e vivemos num mundo moderno né, tão moderno que quem manda em nós continua sendo nossos pais, como as coisas mudaram nos últimos trocentos anos não...
Talvez só queiram o melhor pra mim, mas não necessariamente fazer o melhor a mim.
Os simpsons (e muita gente) nos enganaram!
Se vc um dia assistiu os simpsons e se lembra daquele episodio em que é discutido o “fato” de a água da privada sempre escoar em sentido horário no hemisfério sul e anti-horario no norte (q por sinal fez o Bart se fuder), ou então alguma tia te contou isso e vc acreditou, saiba que vc foi enganado por mto tempo.
De fato existe uma força q provoca a deflexão da água para um lado no hemisfério sul e outro no hemisfério norte (a força de Coriolis, apresentada adiante), mas essa força é muito pequena, só agindo consideravelmente se a água estiver parada por muito tempo(horas e horas sem perturbações).
Ou seja amigão, a força da sua urina contra a água do vaso sanitário é mais de 1000 vezes mais forte que a força de Coriolis, portanto o rodamoinho pode se formar pra qualquer lado em qualquer hemisfério, nessas condições usuais (pias, tanques, privadas, etc).
Para maiores esclarecimentos a respeito da força de Coriolis, os experimentos realizados por um cientista desocupado pra desvendar esse mistério da humanidade e outras curiosidades:
http://www.dfn.if.usp.br/~rliguori/FEP2196/Mito%20do%20Vortice.pdf
De fato existe uma força q provoca a deflexão da água para um lado no hemisfério sul e outro no hemisfério norte (a força de Coriolis, apresentada adiante), mas essa força é muito pequena, só agindo consideravelmente se a água estiver parada por muito tempo(horas e horas sem perturbações).
Ou seja amigão, a força da sua urina contra a água do vaso sanitário é mais de 1000 vezes mais forte que a força de Coriolis, portanto o rodamoinho pode se formar pra qualquer lado em qualquer hemisfério, nessas condições usuais (pias, tanques, privadas, etc).
Para maiores esclarecimentos a respeito da força de Coriolis, os experimentos realizados por um cientista desocupado pra desvendar esse mistério da humanidade e outras curiosidades:
http://www.dfn.if.usp.br/~rliguori/FEP2196/Mito%20do%20Vortice.pdf
terça-feira, 16 de outubro de 2007
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
pensamento sobre o interruptor
Nunca gostei de citações. Mas é enorme minha identificação com o ultimo verso daquele poema do Drummond: “Eta vida besta, meu Deus”. Parece que essa frase poderia ser escrita por qualquer um. Mas não quero falar da obra de ninguém, mesmo porque, não saberia o que falar. Falando sobre vida besta, dá vontade de dizer as coisas de sempre. Que estão aí. Que nos cercam. Um presente chato, às vezes legal. Mimos que nos permitem. Pensar em citá-los é deprimente. Um futuro previsível. E mesmo com tudo isso claro, você quer voltar a levar a vida que tinha no passado. Ah, faça-me o favor.
Que merda. Quantas vezes você já não ouviu que as notícias do jornal são sempre as mesmas? Eu nem leio jornal. Tomar remédio sem água pra ajudar descer dá câncer. Queria fazer alguma coisa diferente esses tempos. Mas não tenho idéia do que. Já sei que no máximo vou pegar o violão agora. Cinco minutos. Música é legal. Mas não sou bom. Ouvir já tá bom demais.
O interruptor aqui do quarto tem dois botões. Um daqui de dentro. O outro lá de fora. Como eu tô aqui dentro, a luz tá acesa. A luz lá de fora tem que estar apagada. To vendo que os botões estão em posições diferentes. Então tá tudo certo.
Que merda. Quantas vezes você já não ouviu que as notícias do jornal são sempre as mesmas? Eu nem leio jornal. Tomar remédio sem água pra ajudar descer dá câncer. Queria fazer alguma coisa diferente esses tempos. Mas não tenho idéia do que. Já sei que no máximo vou pegar o violão agora. Cinco minutos. Música é legal. Mas não sou bom. Ouvir já tá bom demais.
O interruptor aqui do quarto tem dois botões. Um daqui de dentro. O outro lá de fora. Como eu tô aqui dentro, a luz tá acesa. A luz lá de fora tem que estar apagada. To vendo que os botões estão em posições diferentes. Então tá tudo certo.
será que é só com eles?
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos em janeiro e divulgada esse mês revela que 64% dos americanos gastam mais tempo com o seu computador do que com sua cara-metade - valorizam mais a máquina que o parceiro de carne e osso. Além disso, 84% disseram ser mais dependentes do micro atualmente do que eram três anos atrás. Os dados foram divulgados pelo site LiveScience.com.
Ao ouvir usuários maiores de 18 anos, com acesso à Internet banda larga em seus computadores pessoais, a idéia da SupportSoft, uma companhia americana que desenvolve software para help desk, era conhecer melhor o público antes de entrar no mercado consumidor. Mas as respostas surpreenderam, ao mostrar que problemas com o computador podem desencadear fortes emoções e reações extremadas, considerou o gerente de marketing da companhia, Anthony Rodio.
Os entrevistados - que revelaram gastar em média 12 horas por mês lutando contra problemas em suas máquinas -, ao constatarem que o PC não está funcionando, admitiram ter vontade de arremessá-lo pela janela (19%), enquanto 9% se sentem sozinhos e abandonados. Outros 11% se descontrolam a ponto de recorrer a xingamentos, sendo que 7% o fazem aos gritos, 3% vão às lágrimas e outros 3% resolvem descontar sua raiva arremessando objetos inanimados, revelou a pesquisa.
Por outro lado, apenas 32% disseram reagir moderadamente, basicamente dando de ombros ao ocorrido.
Entre os entrevistados, 48% afirmaram preferir ajudar um amigo durante uma mudança do que lidar com um problema com o seu computador. E 30% revelaram que atualmente sentem mais frustração com suas máquinas do que há três anos.
Ao site The Inquirer, Rodio avaliou que o relacionamento de alguns usuários com o computador é tão anômalo quanto qualquer família de série de comédia na TV. "O computador é uma boa ferramenta, mas usá-lo não é o mesmo que o contato pessoal, cara-a-cara com o parceiro. Fechar o laptop pode ser bom, de vez em quando", sugeriu o executivo aos usuários que gastam mais tempo com o computador do que com seus pares de carne e osso.
Ao ouvir usuários maiores de 18 anos, com acesso à Internet banda larga em seus computadores pessoais, a idéia da SupportSoft, uma companhia americana que desenvolve software para help desk, era conhecer melhor o público antes de entrar no mercado consumidor. Mas as respostas surpreenderam, ao mostrar que problemas com o computador podem desencadear fortes emoções e reações extremadas, considerou o gerente de marketing da companhia, Anthony Rodio.
Os entrevistados - que revelaram gastar em média 12 horas por mês lutando contra problemas em suas máquinas -, ao constatarem que o PC não está funcionando, admitiram ter vontade de arremessá-lo pela janela (19%), enquanto 9% se sentem sozinhos e abandonados. Outros 11% se descontrolam a ponto de recorrer a xingamentos, sendo que 7% o fazem aos gritos, 3% vão às lágrimas e outros 3% resolvem descontar sua raiva arremessando objetos inanimados, revelou a pesquisa.
Por outro lado, apenas 32% disseram reagir moderadamente, basicamente dando de ombros ao ocorrido.
Entre os entrevistados, 48% afirmaram preferir ajudar um amigo durante uma mudança do que lidar com um problema com o seu computador. E 30% revelaram que atualmente sentem mais frustração com suas máquinas do que há três anos.
Ao site The Inquirer, Rodio avaliou que o relacionamento de alguns usuários com o computador é tão anômalo quanto qualquer família de série de comédia na TV. "O computador é uma boa ferramenta, mas usá-lo não é o mesmo que o contato pessoal, cara-a-cara com o parceiro. Fechar o laptop pode ser bom, de vez em quando", sugeriu o executivo aos usuários que gastam mais tempo com o computador do que com seus pares de carne e osso.
Rodando
Você acorda, levanta, toma o café da manhã, vai trabalhar, almoça, volta a trabalhar, volta pra casa, janta, passa pot todos os canais da TV, vê que não tem nada legal passando e vai dormir. No outro dia começa tudo de novo. Rodando. No final de semana a rotina muda um pouco, mas logo chega a terrível segunda-feira e a semana começa novamente. Rodando. Já é dia primeiro, um "novo" mês chegou e você terá que pagar todas as contas que pagou no mês passado. Rodando. "Então é Natal,
e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez". Rodando. É outubro e eu quero comer peru (ah se o Nor tivesse aqui). É dezembro e eu não quero ir pra casa da minha tia ver aquele monte de parente que eu só vejo em dezembro e ouvir a piada do pavê. É caranaval e eu quero ouvir Jazz (Rock n' Roll é muito manjado, né?). É novembro... o calor é grande... absurdo... insano, tem vestibular. Ah, pelo menos no meio do ano dá para prestar geografia. Rodando.
e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez". Rodando. É outubro e eu quero comer peru (ah se o Nor tivesse aqui). É dezembro e eu não quero ir pra casa da minha tia ver aquele monte de parente que eu só vejo em dezembro e ouvir a piada do pavê. É caranaval e eu quero ouvir Jazz (Rock n' Roll é muito manjado, né?). É novembro... o calor é grande... absurdo... insano, tem vestibular. Ah, pelo menos no meio do ano dá para prestar geografia. Rodando.
domingo, 14 de outubro de 2007
Vejam porque ele é uma farsa
Se nao bastasse ter feito um governo pra lá de mais-o-menos, ter levado uma lavada do sucessor em todos os quesitos, ter sido avacalhado pelos próprios aliados (que tentaram fugir da herança dele nas ultimas eleições), agora ele é ridicularizado pelos gringos (logo ele, que tinha o "perfil ideal") e, totalmente sem moral, nao convence nem uma tia sobre o seu "sucesso".
na integra
http://youtube.com/watch?v=o0t2i5mv1cs - 1a parte
http://youtube.com/watch?v=30O47FolIbI&mode=related&search= - 2a parte
na integra
http://youtube.com/watch?v=o0t2i5mv1cs - 1a parte
http://youtube.com/watch?v=30O47FolIbI&mode=related&search= - 2a parte
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Boa Idéia (Postagem 51, piada sem graça)
O frescobol e o sentido da vida
Nem todos gostam da fama. Tenho um amigo assim. O cara é tão obsessivo pelo anonimato que se pudesse desenhava um contorno no lugar da foto no RG. Razão pela qual vamos preservá-lo por aqui. Mas ao contrário da sua crença na invisibilidade, esse é um sujeito de idéias nítidas e fulminantes. Essa semana ele apareceu lá em casa - como sempre, sem avisar - e foi logo dizendo: "resolvi o problema do futebol". Antes que eu pudesse entender melhor a questão, ele decretou:
- É simples, é só acabar com os gols.
Não adiantava lhe enviar um olhar como se ele fosse louco, já estava acostumado com isso. "O problema é justamente esse: jogar pelo resultado. Tira-se o resultado e sobra o quê?" No meu rosto nada mais do que um ponto de interrogação. "O espetáculo, as jogadas, os dribles, enfim, o jogo em si." E sem ninguém a lhe impedir, concluiu: "Sem gol não tem retranca, não tem juiz ladrão, ou faltas violentas: tudo que é ruim no futebol."
Arrisquei perguntar como afinal se saberia quem iria vencer, mas ele já tinha a resposta na ponta da língua: "Não se saberia, aí é que está. O problema da vida é justamente esse, a busca de resultados. Em qualquer lugar, não só no futebol". O sujeito parecia febril, no lugar dos olhos, dois sóis ocupavam as cavidades oculares. "Veja o frescobol, alguém já brigou jogando frescobol?" Eu disse que nunca soube. Ele concluiu com veemência: "é porque ninguém ganha, ou melhor, ganham os dois que jogam". E antes que eu dissesse qualquer coisa veio a frase definitiva:
- Chega dessa política liberal que só enxerga os resultados: é preciso frescobolizar o mundo.
E foi saindo, assim, sem avisar, como havia chegado. Eu é que tirasse minhas próprias conclusões, ele não estava interessado em réplicas. Fui atrás, dei-lhe um tapinha nas costas e disse: "Você está afiado hoje, hein?". Mas ele não deu bola, elogios nunca o seduziram.
Continuei procurando algo que o detivesse, só por teimosia. Então eu disse, num exercício de drama - aquele tipo de drama que fica a um milímetro da farsa: "Só falta explicar o sentido da vida."
Isso o deteve: John Wayne numa remota rua empoeirada, provocado por um pele vermelha. Tal qual os mocinhos fazem, ele esperou que eu sacasse a arma primeiro.
- De onde viemos? - perguntei.
Ele quase riu, pelo jeito era algo em que já havia pensado muito, então disse:
- Não interessa.
- Para onde vamos? - insisti.
- Também não.
E se mandou.
José Pedro Goulart
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1983114-EI8210,00.html
Nem todos gostam da fama. Tenho um amigo assim. O cara é tão obsessivo pelo anonimato que se pudesse desenhava um contorno no lugar da foto no RG. Razão pela qual vamos preservá-lo por aqui. Mas ao contrário da sua crença na invisibilidade, esse é um sujeito de idéias nítidas e fulminantes. Essa semana ele apareceu lá em casa - como sempre, sem avisar - e foi logo dizendo: "resolvi o problema do futebol". Antes que eu pudesse entender melhor a questão, ele decretou:
- É simples, é só acabar com os gols.
Não adiantava lhe enviar um olhar como se ele fosse louco, já estava acostumado com isso. "O problema é justamente esse: jogar pelo resultado. Tira-se o resultado e sobra o quê?" No meu rosto nada mais do que um ponto de interrogação. "O espetáculo, as jogadas, os dribles, enfim, o jogo em si." E sem ninguém a lhe impedir, concluiu: "Sem gol não tem retranca, não tem juiz ladrão, ou faltas violentas: tudo que é ruim no futebol."
Arrisquei perguntar como afinal se saberia quem iria vencer, mas ele já tinha a resposta na ponta da língua: "Não se saberia, aí é que está. O problema da vida é justamente esse, a busca de resultados. Em qualquer lugar, não só no futebol". O sujeito parecia febril, no lugar dos olhos, dois sóis ocupavam as cavidades oculares. "Veja o frescobol, alguém já brigou jogando frescobol?" Eu disse que nunca soube. Ele concluiu com veemência: "é porque ninguém ganha, ou melhor, ganham os dois que jogam". E antes que eu dissesse qualquer coisa veio a frase definitiva:
- Chega dessa política liberal que só enxerga os resultados: é preciso frescobolizar o mundo.
E foi saindo, assim, sem avisar, como havia chegado. Eu é que tirasse minhas próprias conclusões, ele não estava interessado em réplicas. Fui atrás, dei-lhe um tapinha nas costas e disse: "Você está afiado hoje, hein?". Mas ele não deu bola, elogios nunca o seduziram.
Continuei procurando algo que o detivesse, só por teimosia. Então eu disse, num exercício de drama - aquele tipo de drama que fica a um milímetro da farsa: "Só falta explicar o sentido da vida."
Isso o deteve: John Wayne numa remota rua empoeirada, provocado por um pele vermelha. Tal qual os mocinhos fazem, ele esperou que eu sacasse a arma primeiro.
- De onde viemos? - perguntei.
Ele quase riu, pelo jeito era algo em que já havia pensado muito, então disse:
- Não interessa.
- Para onde vamos? - insisti.
- Também não.
E se mandou.
José Pedro Goulart
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1983114-EI8210,00.html
Tentativa frustrada
Se eu falar o que querem ouvir, vão me achar legal.
Se falar o que não querem ouvir, não vão me achar legal.
Se eu ficar calado, vão me ignorar.
Se eu gritar, vão rir e depois me chamar de bobo.
Se falar o que não querem ouvir, não vão me achar legal.
Se eu ficar calado, vão me ignorar.
Se eu gritar, vão rir e depois me chamar de bobo.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
oras bolas
Minha cabeça escreve muito bem. Já a minha mão, não. O pensamento é muito mais dinâmico que a escrita. Quando estou pensando, é possível haver um enorme fluxo de idéias. As idéias podem se relacionar, ou não. Quando escrevo, o tempo de passar o lápis no papel, ou de formular uma frase, é assassino. Assassino porque esta pausa corta o fluxo. Aí é impossível retomar o fluxo de pensamento original. O máximo que consigo então, é um texto remendado. Pensando assim, todo texto é remendado. Bom é aquele que remenda menos.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
CHE GUEVARA e os mimos da família Civita
Carta Maior
A humanidade sempre gostou de animais de estimação, mas agora o costume virou moda. Pet shops tomam conta das cidades brasileiras e roupas, brinquedos e alimentos especiais para bichinhos disputam um mercado crescente. Escolas especiais pipocam por toda parte, sofisticando a pedagogia caseira de ensinar mascotes a sentar, dar a patinha ou buscar objetos atirados ao longe. Todos gostam dessas companhias domésticas. Fazem a alegria das crianças.
Há uma família em São Paulo que parece adorar mascotes. É um clã de origem italiana, aqui radicado há décadas. Não se sabe bem o porquê, mas alguns de seus membros exibem socialmente um inconfundível acento novaiorquino. Manias, quem sabe. Trata-se da turma dos Civita, gente boa, com negócios para os lados da marginal Pinheiros. Os Civita adoram mascotes. Têm vários. Um dos orgulhos de sua casa de negócios atende pelo nome de Diogo. Aliás, são dois os Diogos amestrados daquele – chamemos assim – lar da marginal. Vamos falar de um deles, o Diogo Schelp (tem o Mainardi, mas este fica para outra hora). O Schelp é um espécime reluzente. Dá a patinha, busca o que o dono mandar e não gosta do que os Civita não gostam. Coisa bonita de se ver. Diogo Schelp deve andar aí pela casa dos trinta anos. Tem futuro.
Cuba, Venezuela, MST etc.Os Civita detestam tudo que cheire a povo. Externam especial repulsa por coisas como Cuba, Venezuela, MST e quejandos. Quando precisam propalar aos quatro ventos seus desapreços, chamam um dos Diogos. "Vem, Diogo, vem". E Diogo – qualquer um deles – faz a alegria da família. "Vem, Diogo, vem, desce o chanfralho no Chávez, vem!". E lá vai Diogo, correndo, mostrar o serviço. Como toda boa família, os Civita têm sua sala de visitas, onde exibem tudo do bom e do melhor. A sala de visitas tem até nome. Chama-se Veja. Toda semana apresenta uma decoração nova, todas diferentes, mas iguais às anteriores, se é que dá para entender. Diogo é um fenômeno, dizíamos. É bom também não confundi-lo com Dioguinho, apelido de Diogo da Rocha Vieira, famoso bandido e salteador que aterrorizou os sertões da Mogiana, entre o final do século XIX e inícios do XX. Dioguinho era bandido de aluguel, que agia em troca de bom soldo. Diogo, o Schelp não aterroriza ninguém. Pois não é que depois de fazer das suas por várias vezes, exibindo língua solta contra a Venezuela e Cuba o Diogo resolveu voltar-se contra Che Guevara. Certamente fez isso depois de dar a patinha, rolar no tapete e pedir papinha, pois a vida não anda fácil.
Pérolas e olfatos - Diogo é uma graça. Ganhou uma capa – é capa da tal sala de visitas, a Veja – e mais um monte de espaço. Sua pérola chama-se "Che. Há quarenta anos morria o homem, nascia a farsa". A obra é hercúlea. Diogo contou com a ajuda de outro civitete de estimação, um serzinho chamado Duda Teixeira. Para fazer das suas, foram falar com vários cubanos que, segundo ambos, conviveram com Che Guevara. Não foram a Cuba, mas entrevistaram quatro que moram na mais reluzente cidade latino-americana, chamada Miami. Tem uma comunidade cubana lá que é do balacobaco. Ajudaram a eleger George e seu irmão Jeb Bush. Gente fina. Entre citações dos tais cubanos e sacadas próprias, a dupla DD (Diogo e Duda) saiu-se com estas:
"Che foi um ser desprezível". "Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história já arremessou há tempos outros teóricos e práticos do comunismo, como Lenin, Stalin, Trotsky, Mao e Fidel Castro". "Sua vida foi uma seqüência de fracassos". Como a vida da dupla DD é uma seqüência de sucessos, eles podem dizer esta última frase de boca cheia. Certamente ambos vão revelar proximamente terem feito algo mais grandioso do que uma revolução nas barbas do império (desculpem o uso da expressão antiquada) ou de terem dado a vida defendendo o que pensam. O mais legal é a especialidade olfativa dos DD. Sabem de cada uma. Vejam esta:
"Che (...) não gostava de banho e tinha cheiro de rim fervido". Cheiro de rim fervido! Alguém sabe como é? Os DD, pelo visto, cultivam o salutar hábito de experimentar odores em busca de comparações espirituosas a pedido dos Civita. E tem mais. Como estão fazendo graça, dando a patinha e tal, os DD não se preocupam nem mesmo em dizer uma coisa no início da matéria e desdizer a mesma coisa linhas abaixo. Pois vejam só: Desde o início, Che representou a linha dura pró-soviética, ao lado do irmão de Fidel, Raul Castro". Lá adiante, a dupla do barulho fala assim:
"Che também se tornou crítico feroz da União Soviética". Os Civita devem adorar. Os Civita gostam de dinheiro, poder e publicidade oficial, da qual suas revistas andam cheias. O governo deve gostar muito dos Civita e de seus mascotes, para dar esse ajutório todo. Mas deve haver uma hora que os DD cansam um pouco a família lá da marginal. Mesmo vivendo toda hora na sala e se exibindo para as visitas, há sempre um perigo maior. O de fazer xixi no tapete. Foi o que aconteceu agora. Graça demais não tem muita graça não.
Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista da Carta Maior, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de "A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez" (Editora Fundação Perseu Abramo).
Fonte:
http://desabafopais.blogspot.com/
A humanidade sempre gostou de animais de estimação, mas agora o costume virou moda. Pet shops tomam conta das cidades brasileiras e roupas, brinquedos e alimentos especiais para bichinhos disputam um mercado crescente. Escolas especiais pipocam por toda parte, sofisticando a pedagogia caseira de ensinar mascotes a sentar, dar a patinha ou buscar objetos atirados ao longe. Todos gostam dessas companhias domésticas. Fazem a alegria das crianças.
Há uma família em São Paulo que parece adorar mascotes. É um clã de origem italiana, aqui radicado há décadas. Não se sabe bem o porquê, mas alguns de seus membros exibem socialmente um inconfundível acento novaiorquino. Manias, quem sabe. Trata-se da turma dos Civita, gente boa, com negócios para os lados da marginal Pinheiros. Os Civita adoram mascotes. Têm vários. Um dos orgulhos de sua casa de negócios atende pelo nome de Diogo. Aliás, são dois os Diogos amestrados daquele – chamemos assim – lar da marginal. Vamos falar de um deles, o Diogo Schelp (tem o Mainardi, mas este fica para outra hora). O Schelp é um espécime reluzente. Dá a patinha, busca o que o dono mandar e não gosta do que os Civita não gostam. Coisa bonita de se ver. Diogo Schelp deve andar aí pela casa dos trinta anos. Tem futuro.
Cuba, Venezuela, MST etc.Os Civita detestam tudo que cheire a povo. Externam especial repulsa por coisas como Cuba, Venezuela, MST e quejandos. Quando precisam propalar aos quatro ventos seus desapreços, chamam um dos Diogos. "Vem, Diogo, vem". E Diogo – qualquer um deles – faz a alegria da família. "Vem, Diogo, vem, desce o chanfralho no Chávez, vem!". E lá vai Diogo, correndo, mostrar o serviço. Como toda boa família, os Civita têm sua sala de visitas, onde exibem tudo do bom e do melhor. A sala de visitas tem até nome. Chama-se Veja. Toda semana apresenta uma decoração nova, todas diferentes, mas iguais às anteriores, se é que dá para entender. Diogo é um fenômeno, dizíamos. É bom também não confundi-lo com Dioguinho, apelido de Diogo da Rocha Vieira, famoso bandido e salteador que aterrorizou os sertões da Mogiana, entre o final do século XIX e inícios do XX. Dioguinho era bandido de aluguel, que agia em troca de bom soldo. Diogo, o Schelp não aterroriza ninguém. Pois não é que depois de fazer das suas por várias vezes, exibindo língua solta contra a Venezuela e Cuba o Diogo resolveu voltar-se contra Che Guevara. Certamente fez isso depois de dar a patinha, rolar no tapete e pedir papinha, pois a vida não anda fácil.
Pérolas e olfatos - Diogo é uma graça. Ganhou uma capa – é capa da tal sala de visitas, a Veja – e mais um monte de espaço. Sua pérola chama-se "Che. Há quarenta anos morria o homem, nascia a farsa". A obra é hercúlea. Diogo contou com a ajuda de outro civitete de estimação, um serzinho chamado Duda Teixeira. Para fazer das suas, foram falar com vários cubanos que, segundo ambos, conviveram com Che Guevara. Não foram a Cuba, mas entrevistaram quatro que moram na mais reluzente cidade latino-americana, chamada Miami. Tem uma comunidade cubana lá que é do balacobaco. Ajudaram a eleger George e seu irmão Jeb Bush. Gente fina. Entre citações dos tais cubanos e sacadas próprias, a dupla DD (Diogo e Duda) saiu-se com estas:
"Che foi um ser desprezível". "Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história já arremessou há tempos outros teóricos e práticos do comunismo, como Lenin, Stalin, Trotsky, Mao e Fidel Castro". "Sua vida foi uma seqüência de fracassos". Como a vida da dupla DD é uma seqüência de sucessos, eles podem dizer esta última frase de boca cheia. Certamente ambos vão revelar proximamente terem feito algo mais grandioso do que uma revolução nas barbas do império (desculpem o uso da expressão antiquada) ou de terem dado a vida defendendo o que pensam. O mais legal é a especialidade olfativa dos DD. Sabem de cada uma. Vejam esta:
"Che (...) não gostava de banho e tinha cheiro de rim fervido". Cheiro de rim fervido! Alguém sabe como é? Os DD, pelo visto, cultivam o salutar hábito de experimentar odores em busca de comparações espirituosas a pedido dos Civita. E tem mais. Como estão fazendo graça, dando a patinha e tal, os DD não se preocupam nem mesmo em dizer uma coisa no início da matéria e desdizer a mesma coisa linhas abaixo. Pois vejam só: Desde o início, Che representou a linha dura pró-soviética, ao lado do irmão de Fidel, Raul Castro". Lá adiante, a dupla do barulho fala assim:
"Che também se tornou crítico feroz da União Soviética". Os Civita devem adorar. Os Civita gostam de dinheiro, poder e publicidade oficial, da qual suas revistas andam cheias. O governo deve gostar muito dos Civita e de seus mascotes, para dar esse ajutório todo. Mas deve haver uma hora que os DD cansam um pouco a família lá da marginal. Mesmo vivendo toda hora na sala e se exibindo para as visitas, há sempre um perigo maior. O de fazer xixi no tapete. Foi o que aconteceu agora. Graça demais não tem muita graça não.
Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista da Carta Maior, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de "A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez" (Editora Fundação Perseu Abramo).
Fonte:
http://desabafopais.blogspot.com/
Utopia Gloriosa - Frei Betto com a palavra
De certa forma parece que este texto foi feito pro UG.
É PROIBIDO SONHAR
No passado, o futuro era melhor. Ao menos para a minha geração, a dos que tinham 20 anos na década de 1960 (Cuba, Che, Vietnã, Bossa-Nova, Cinema Novo, Nouvelle Vague, Beatles, tropicalismo etc).
Com o que sonham os jovens de hoje? Minha geração sonhou com a mudança do Brasil (castrada pelo golpe militar de 1964) e do mundo (congelada pela queda do Muro de Berlim). A globocolonização neoliberal cuidou de privatizar, não apenas empresas públicas e estatais, mas também os sonhos. Os jovens já não sonham em escala nacional e planetária, exceto no que concerne à preservação da natureza. Sonham em escala individual e familiar: conforto, riqueza, beleza e poder.
Quem roubou os grandes sonhos? Por que o vocábulo ‘utopia’ desapareceu da linguagem corrente e é suspeito aos olhos dos intelectuais europeus?
Quem primeiro falou em utopia (do grego utopos, lugar nenhum) foi Hesíodo, poeta do século VIII a.C., em seu famoso texto "Os trabalhos e os dias". Evoca os homens que viviam como deuses, "sem preocupações em seus corações, protegidos da dor e da miséria." Ninguém envelhecia e, dotadas de "vigor incansável", as pessoas desfrutavam das "delícias dos banquetes". "Não conheciam o constrangimento e viviam em paz e abundância como os senhores de sua terra."
Hesíodo não nutria veleidades nostálgicas. Seu texto aproxima-se mais da literatura profética que da idílica. A era de ouro havia desaparecido porque os homens "não foram capazes de evitar a violência imprudente entre si e não queriam reverenciar os deuses." Agora, diz Hesíodo ao comparar a realidade ao sonho, não há "nenhum amor entre amigos ou irmãos, como no passado. Os contraventores saquearão as cidades uns dos outros e o poder fará a lei e o pudor desaparecerá."
A palavra ‘utopia’ foi cunhada por Thomas Morus em 1516, como título de seu mais conhecido livro. Essa idéia de que em tempos primordiais havia uma sociedade perfeita e que nos cabe, agora, resgatá-la, é mais acentuada nos filhos da tradição judaico-cristã. O mito bíblico do Paraíso isento de toda dor e pecado ecoa forte em nosso inconsciente. Aquilo que foi, será. Nem Marx logrou libertar-se do paradigma bíblico. Seu comunismo primitivo, imune à alienação e exploração, é a imagem de um passado refletido no futuro: a construção da sociedade comunista, onde haverá a adequação entre existência e essência do ser humano.
Em que ponto da Terra sobrevive a utopia que, no século XX, mobilizou milhões de militantes dispostos a dar a vida para que todos tivessem vida? O fundamentalismo islâmico não se compara ao ardor dos jovens revolucionários. Estes queriam mudar o mundo, não impor uma crença religiosa; buscavam implantar a justiça, não a predominância de uma fé; almejavam uma nova sociedade, não a hegemonia de uma religião; vislumbravam o êxito na derrubada do poder opressor, não na morte coroada pelo martírio.
O socialismo foi a grande utopia de minha geração. Sonhávamos com uma sociedade na qual ninguém estaria ameaçado pela fome, a guerra, a exploração, a discriminação e a marginalização. A Rússia foi a primeira a implantar, em 1917, o novo sistema esboçado na crítica de Marx e Engels ao capitalismo. Em 1949 o gigante chinês deu o mesmo passo.
Embora o socialismo tenha representado grandes avanços quanto aos direitos sociais, não tardaram a se repetirem as "desilusões de Hesíodo": crimes de Stalin, Revolução Cultural chinesa, imperialismo político, a ditadura do proletariado reduzida à ditadura dos dirigentes do partido único etc.
Hannah Arendt, militante da esquerda alemã, ao renegar suas idéias revolucionárias cometeu o equívoco de encarar o marxismo e o fascismo como diferentes versões do totalitarismo. Disseminou, pois, o pensamento antiutópico, hoje representado no Brasil pelo PSDB e pelo PT. Assim, cerrou o horizonte da esperança e reforçou o neoliberalismo.
Para os adeptos do antiutopismo, que já não crêem em sociedade pós-capitalista, há sim identificação entre este sistema e democracia. O capitalismo seria perverso em seus abusos, não em sua essência. Acreditam, portanto, em ser possível "humanizá-lo", sem atinarem para as conexões entre Wall Street e a Etiópia, o bem-estar dos países escandinavos e a presença significativa de seu capital e de suas empresas em países emergentes.
Sofre-se, hoje, de distopia, a utopia deteriorada, ceticismo, desencanto, que induzem muitos a se acomodarem tristes em seu canto. O que resta da esperança quando já não cremos em líderes, partidos, doutrinas e ideologias? O que resta quando, à nossa volta, se fecham todas as portas e janelas? Resta a amargura, o desalento, a repulsa ao poder. Esse o momento em que o sistema comemora a sua vitória sobre nós. Esvaziar-nos de utopia, neutralizar-nos, cooptar-nos, eis a tática daqueles que professam o dogma de que "fora do mercado não há salvação".
Quem não sonha com a utopia corre o sério risco de recorrer ao sonho químico das drogas, que sempre termina em pesadelo.
Frei Betto - frei dominicano, escritor e colunista da CarosAmigos
É PROIBIDO SONHAR
No passado, o futuro era melhor. Ao menos para a minha geração, a dos que tinham 20 anos na década de 1960 (Cuba, Che, Vietnã, Bossa-Nova, Cinema Novo, Nouvelle Vague, Beatles, tropicalismo etc).
Com o que sonham os jovens de hoje? Minha geração sonhou com a mudança do Brasil (castrada pelo golpe militar de 1964) e do mundo (congelada pela queda do Muro de Berlim). A globocolonização neoliberal cuidou de privatizar, não apenas empresas públicas e estatais, mas também os sonhos. Os jovens já não sonham em escala nacional e planetária, exceto no que concerne à preservação da natureza. Sonham em escala individual e familiar: conforto, riqueza, beleza e poder.
Quem roubou os grandes sonhos? Por que o vocábulo ‘utopia’ desapareceu da linguagem corrente e é suspeito aos olhos dos intelectuais europeus?
Quem primeiro falou em utopia (do grego utopos, lugar nenhum) foi Hesíodo, poeta do século VIII a.C., em seu famoso texto "Os trabalhos e os dias". Evoca os homens que viviam como deuses, "sem preocupações em seus corações, protegidos da dor e da miséria." Ninguém envelhecia e, dotadas de "vigor incansável", as pessoas desfrutavam das "delícias dos banquetes". "Não conheciam o constrangimento e viviam em paz e abundância como os senhores de sua terra."
Hesíodo não nutria veleidades nostálgicas. Seu texto aproxima-se mais da literatura profética que da idílica. A era de ouro havia desaparecido porque os homens "não foram capazes de evitar a violência imprudente entre si e não queriam reverenciar os deuses." Agora, diz Hesíodo ao comparar a realidade ao sonho, não há "nenhum amor entre amigos ou irmãos, como no passado. Os contraventores saquearão as cidades uns dos outros e o poder fará a lei e o pudor desaparecerá."
A palavra ‘utopia’ foi cunhada por Thomas Morus em 1516, como título de seu mais conhecido livro. Essa idéia de que em tempos primordiais havia uma sociedade perfeita e que nos cabe, agora, resgatá-la, é mais acentuada nos filhos da tradição judaico-cristã. O mito bíblico do Paraíso isento de toda dor e pecado ecoa forte em nosso inconsciente. Aquilo que foi, será. Nem Marx logrou libertar-se do paradigma bíblico. Seu comunismo primitivo, imune à alienação e exploração, é a imagem de um passado refletido no futuro: a construção da sociedade comunista, onde haverá a adequação entre existência e essência do ser humano.
Em que ponto da Terra sobrevive a utopia que, no século XX, mobilizou milhões de militantes dispostos a dar a vida para que todos tivessem vida? O fundamentalismo islâmico não se compara ao ardor dos jovens revolucionários. Estes queriam mudar o mundo, não impor uma crença religiosa; buscavam implantar a justiça, não a predominância de uma fé; almejavam uma nova sociedade, não a hegemonia de uma religião; vislumbravam o êxito na derrubada do poder opressor, não na morte coroada pelo martírio.
O socialismo foi a grande utopia de minha geração. Sonhávamos com uma sociedade na qual ninguém estaria ameaçado pela fome, a guerra, a exploração, a discriminação e a marginalização. A Rússia foi a primeira a implantar, em 1917, o novo sistema esboçado na crítica de Marx e Engels ao capitalismo. Em 1949 o gigante chinês deu o mesmo passo.
Embora o socialismo tenha representado grandes avanços quanto aos direitos sociais, não tardaram a se repetirem as "desilusões de Hesíodo": crimes de Stalin, Revolução Cultural chinesa, imperialismo político, a ditadura do proletariado reduzida à ditadura dos dirigentes do partido único etc.
Hannah Arendt, militante da esquerda alemã, ao renegar suas idéias revolucionárias cometeu o equívoco de encarar o marxismo e o fascismo como diferentes versões do totalitarismo. Disseminou, pois, o pensamento antiutópico, hoje representado no Brasil pelo PSDB e pelo PT. Assim, cerrou o horizonte da esperança e reforçou o neoliberalismo.
Para os adeptos do antiutopismo, que já não crêem em sociedade pós-capitalista, há sim identificação entre este sistema e democracia. O capitalismo seria perverso em seus abusos, não em sua essência. Acreditam, portanto, em ser possível "humanizá-lo", sem atinarem para as conexões entre Wall Street e a Etiópia, o bem-estar dos países escandinavos e a presença significativa de seu capital e de suas empresas em países emergentes.
Sofre-se, hoje, de distopia, a utopia deteriorada, ceticismo, desencanto, que induzem muitos a se acomodarem tristes em seu canto. O que resta da esperança quando já não cremos em líderes, partidos, doutrinas e ideologias? O que resta quando, à nossa volta, se fecham todas as portas e janelas? Resta a amargura, o desalento, a repulsa ao poder. Esse o momento em que o sistema comemora a sua vitória sobre nós. Esvaziar-nos de utopia, neutralizar-nos, cooptar-nos, eis a tática daqueles que professam o dogma de que "fora do mercado não há salvação".
Quem não sonha com a utopia corre o sério risco de recorrer ao sonho químico das drogas, que sempre termina em pesadelo.
Frei Betto - frei dominicano, escritor e colunista da CarosAmigos
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Eram 4 garotos que como eu amavam os Beatles e a Gloriosa...
... certa vez eles foram a um "bar", que era muito mais restaurante do que bar, e gastaram R$164,00 em chopp. Beberam e nem pensaram na conta, chopp vai, chopp vem e no final não tinham dinheiro para pagar a conta. Depois de 5 minutos de conversa com o gerente do bar, ele cobrou apenas R$150,00 e os garotos puderam pagar.
Isso foi numa sexta a noite, no domingo de manhão eles tinham um jogo. Jogaram e ganharam de 5 a 0.
Isso foi numa sexta a noite, no domingo de manhão eles tinham um jogo. Jogaram e ganharam de 5 a 0.
Guevara, esportista apaixonado
A lenda voltou a circular, nos últimos dias, em Buenos Aires. Por um lado, porque estamos recordando o quadragésimo aniversário da morte de Che Guevara e, por outro, porque os argentinos, fanáticos por futebol, parecem hoje enlouquecidos com o rúgbi, um dos esportes favoritos do mítico guerrilheiro.
Reza a lenda que, em agosto de 1961, o motorista do carro que conduziu Guevara à sua reunião secreta com o então presidente argentino, Arturo Frondizi, não sabia quem era o personagem que transportava, e tinha ordens de não lhe dirigir a palavra sobre política. Mas Guevara, que estava maquiado, perguntou-lhe no trajeto se ele sabia "como tinham se saído o CASI e o SIC". E que o motorista, assustado diante da situação e por não saber o que essas siglas estranhas significavam, respondeu: "Sou motorista, senhor, de política não sei nada, peço que me desculpe".
Reconstituições posteriores pareceriam indicar que esta situação jamais aconteceu, mas ela é ainda assim considerada possível porque Che não só havia sido jogador e jornalista de rúgbi mas também amou o xadrez, jogou futebol, tênis, golfe, pingue-pongue, basquete, beisebol, e praticou patinação, pesca, hipismo, tiro, alpinismo e remo; chegou a conquistar uma marca de 2,80m no salto com vara, em uma edição dos Jogos Universitários argentinos.
Em seu livro "Che, Periodista-Deportista, Pasión y Aventura", o jornalista argentino Hernán Santos Nicolini afirma que Guevara chegou a praticar 26 esportes. "Foi o esportista asmático mais célebre da história, ainda que sua notoriedade não proviesse nem do esporte e nem da asma", escreveu por sua vez o colega Ariel Scher, no livro "La Pátria Desportista", no qual dedica um capítulo inteiro ao Guevara esportista.
Foi exatamente a asma de "Ernestito" que levou sua família, de classe média confortável, a deixar Buenos Aires e se instalar em Alta Gracia, Córdoba, à procura de um clima mais amável. E em Alta Gracia, mais por necessidade, para que a asma não o consumisse, Ernestito começou a se dedicar à natação, um esporte que herdou de sua mãe Célia e que aprendeu com lições do campeão argentino de estilo borboleta, Carlos Espejo.
Não demorou muito para que começasse a praticar os saltos dos acrobatas de um circo japonês ao qual admirou em numerosas tardes de Alta Gracia, se interessasse pelo montanhismo nas serras de Córdoba e aprendesse golfe, porque vivia a poucos metros de um campo de jogo e havia feito grande amizade com os caddies, segundo contou uma vez Ernesto Guevara de la Serna, seu pai. A nova casa em Córdoba estava a metros de uma quadra de tênis, esporte que também aprendeu graças às lições da filha do zelador das quadras, ao mesmo tempo em que praticava boxe e pingue-pongue.
Argentino até a raiz dos cabelos, Ernestito se apaixonou pelo rei futebol, mas quis se diferenciar de seus amigos, que eram fãs dos populares Boca Juniors ou River Plate, e por isso escolheu o Rosário Central, em homenagem a Rosário, sua cidade natal, na província de Santa Fé. Seu jogador favorito era Ernesto "Chueco" García, apelidado de "o poeta da canhota". A asma o condenou ao posto de goleiro, que honrou em sua primeira grande viagem fora da Argentina, na companhia do inseparável amigo Alberto Granados, aquela jornada de iniciação relatada no filme "Diários de Motocicleta", do brasileiro Walter Salles, com o mexicano Gael García Bernal encarnando um jovem Guevara.
Che ganhou dinheiro, casa, comida e transporte até Iquique jogando futebol no norte do Chile; jogou também com os leprosos da cidade de San Pablo, no norte do Peru, e chegou a viver um momento glorioso em Letícia, Colômbia, quando agarrou um pênalti em uma final de campeonato, ainda que seu time, treinado por ele e Granados, terminasse perdendo o título.
Em Cuba ele é conhecido e celebrado como grande impulsor do xadrez, e muitos de seus companheiros de guerrilha o recordam, na serra, sempre equipado de fuzil e tabuleiro. "O xadrez", dizia Guevara, "é um passatempo, mas é também um educador do raciocínio, e os países que têm grandes equipes de enxadristas marcham também à frente do mundo em outras esferas mais importantes". Inaugurou torneios, competiu com seus colegas, jogou partidas simultâneas com grandes jogadores, como Victor Korchnoi, Mikhail Tal e Miguel Najdorf, e até se deu ao luxo de vencer o grande mestre nacional cubano Rogelio Ortega.
Mas, na Argentina, a figura de Guevara como esportista está vinculada sobretudo ao rúgbi. Ele aprendeu a jogar com seu amigo Granados em Córdoba e, quando a família retornou a Buenos Aires, entrou para o San Isidro Club (SIC), um dos clubes de rúgbi mais poderosos do país. No entanto, sua passagem pelo time durou pouco, porque seu pai exerceu influência junto ao presidente do clube para que o proibisse de jogar, por causa da asma e de advertências médicas de que poderia morrer em campo. Obstinado, Guevara continuou jogando por outros clubes, primeiro o Yporá e depois o Atalaya, nos quais se destacava pelo tackle duríssimo, o que lhe valeu o apelido de "Furibundo Serna", pelo sobrenome de sua mãe.
A lembrança de que ele foi também jogador de rúgbi provocou nos últimos dias alguns protestos entre os setores mais conservadores desse esporte, hoje mais popularizado, mas historicamente vinculado com as classes abastadas, que simplesmente detestam o Guevara comunista. Mas Che, que também foi cronista esportivo e correu atrás dos esportistas argentinos nos Jogos Pan-americanos do México em 1955, e cujo rosto aparece nas tatuagens célebres de Diego Maradona ou Mike Tyson, é hoje uma figura corrente nos campos de futebol, onde os torcedores costumam portar bandeiras e cartazes que mostram seu rosto.
Terra Magazine
Reza a lenda que, em agosto de 1961, o motorista do carro que conduziu Guevara à sua reunião secreta com o então presidente argentino, Arturo Frondizi, não sabia quem era o personagem que transportava, e tinha ordens de não lhe dirigir a palavra sobre política. Mas Guevara, que estava maquiado, perguntou-lhe no trajeto se ele sabia "como tinham se saído o CASI e o SIC". E que o motorista, assustado diante da situação e por não saber o que essas siglas estranhas significavam, respondeu: "Sou motorista, senhor, de política não sei nada, peço que me desculpe".
Reconstituições posteriores pareceriam indicar que esta situação jamais aconteceu, mas ela é ainda assim considerada possível porque Che não só havia sido jogador e jornalista de rúgbi mas também amou o xadrez, jogou futebol, tênis, golfe, pingue-pongue, basquete, beisebol, e praticou patinação, pesca, hipismo, tiro, alpinismo e remo; chegou a conquistar uma marca de 2,80m no salto com vara, em uma edição dos Jogos Universitários argentinos.
Em seu livro "Che, Periodista-Deportista, Pasión y Aventura", o jornalista argentino Hernán Santos Nicolini afirma que Guevara chegou a praticar 26 esportes. "Foi o esportista asmático mais célebre da história, ainda que sua notoriedade não proviesse nem do esporte e nem da asma", escreveu por sua vez o colega Ariel Scher, no livro "La Pátria Desportista", no qual dedica um capítulo inteiro ao Guevara esportista.
Foi exatamente a asma de "Ernestito" que levou sua família, de classe média confortável, a deixar Buenos Aires e se instalar em Alta Gracia, Córdoba, à procura de um clima mais amável. E em Alta Gracia, mais por necessidade, para que a asma não o consumisse, Ernestito começou a se dedicar à natação, um esporte que herdou de sua mãe Célia e que aprendeu com lições do campeão argentino de estilo borboleta, Carlos Espejo.
Não demorou muito para que começasse a praticar os saltos dos acrobatas de um circo japonês ao qual admirou em numerosas tardes de Alta Gracia, se interessasse pelo montanhismo nas serras de Córdoba e aprendesse golfe, porque vivia a poucos metros de um campo de jogo e havia feito grande amizade com os caddies, segundo contou uma vez Ernesto Guevara de la Serna, seu pai. A nova casa em Córdoba estava a metros de uma quadra de tênis, esporte que também aprendeu graças às lições da filha do zelador das quadras, ao mesmo tempo em que praticava boxe e pingue-pongue.
Argentino até a raiz dos cabelos, Ernestito se apaixonou pelo rei futebol, mas quis se diferenciar de seus amigos, que eram fãs dos populares Boca Juniors ou River Plate, e por isso escolheu o Rosário Central, em homenagem a Rosário, sua cidade natal, na província de Santa Fé. Seu jogador favorito era Ernesto "Chueco" García, apelidado de "o poeta da canhota". A asma o condenou ao posto de goleiro, que honrou em sua primeira grande viagem fora da Argentina, na companhia do inseparável amigo Alberto Granados, aquela jornada de iniciação relatada no filme "Diários de Motocicleta", do brasileiro Walter Salles, com o mexicano Gael García Bernal encarnando um jovem Guevara.
Che ganhou dinheiro, casa, comida e transporte até Iquique jogando futebol no norte do Chile; jogou também com os leprosos da cidade de San Pablo, no norte do Peru, e chegou a viver um momento glorioso em Letícia, Colômbia, quando agarrou um pênalti em uma final de campeonato, ainda que seu time, treinado por ele e Granados, terminasse perdendo o título.
Em Cuba ele é conhecido e celebrado como grande impulsor do xadrez, e muitos de seus companheiros de guerrilha o recordam, na serra, sempre equipado de fuzil e tabuleiro. "O xadrez", dizia Guevara, "é um passatempo, mas é também um educador do raciocínio, e os países que têm grandes equipes de enxadristas marcham também à frente do mundo em outras esferas mais importantes". Inaugurou torneios, competiu com seus colegas, jogou partidas simultâneas com grandes jogadores, como Victor Korchnoi, Mikhail Tal e Miguel Najdorf, e até se deu ao luxo de vencer o grande mestre nacional cubano Rogelio Ortega.
Mas, na Argentina, a figura de Guevara como esportista está vinculada sobretudo ao rúgbi. Ele aprendeu a jogar com seu amigo Granados em Córdoba e, quando a família retornou a Buenos Aires, entrou para o San Isidro Club (SIC), um dos clubes de rúgbi mais poderosos do país. No entanto, sua passagem pelo time durou pouco, porque seu pai exerceu influência junto ao presidente do clube para que o proibisse de jogar, por causa da asma e de advertências médicas de que poderia morrer em campo. Obstinado, Guevara continuou jogando por outros clubes, primeiro o Yporá e depois o Atalaya, nos quais se destacava pelo tackle duríssimo, o que lhe valeu o apelido de "Furibundo Serna", pelo sobrenome de sua mãe.
A lembrança de que ele foi também jogador de rúgbi provocou nos últimos dias alguns protestos entre os setores mais conservadores desse esporte, hoje mais popularizado, mas historicamente vinculado com as classes abastadas, que simplesmente detestam o Guevara comunista. Mas Che, que também foi cronista esportivo e correu atrás dos esportistas argentinos nos Jogos Pan-americanos do México em 1955, e cujo rosto aparece nas tatuagens célebres de Diego Maradona ou Mike Tyson, é hoje uma figura corrente nos campos de futebol, onde os torcedores costumam portar bandeiras e cartazes que mostram seu rosto.
Terra Magazine
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
ferrez
Pensamentos de um "correria"
FERRÉZ
"Ele não terá homenagem póstuma se falhar. Pensa: "Como alguém usa no braço algo que dá pra comprar várias casas na quebrada?"
ELE ME olha, cumprimenta rápido e vai pra padaria. Acordou cedo, tratou de acordar o amigo que vai ser seu garupa e foi tomar café. A mãe já está na padaria também, pedindo dinheiro pra alguém pra tomar mais uma dose de cachaça. Ele finge não vê-la, toma seu café de um gole só e sai pra missão, que é como todos chamam fazer um assalto.
Se voltar com algo, seu filho, seus irmãos, sua mãe, sua tia, seu padrasto, todos vão gastar o dinheiro com ele, sem exigir de onde veio, sem nota fiscal, sem gerar impostos.
Quando o filho chora de fome, moral não vai ajudar. A selva de pedra criou suas leis, vidro escuro pra não ver dentro do carro, cada qual com sua vida, cada qual com seus problemas, sem tempo pra sentimentalismo. O menino no farol não consegue pedir dinheiro, o vidro escuro não deixa mostrar nada.
O motoboy tenta se afastar, desconfia, pois ele está com outro na garupa, lembra das 36 prestações que faltam pra quitar a moto, mas tem que arriscar e acelera, só tem 20 minutos pra entregar uma correspondência do outro lado da cidade, se atrasar a entrega, perde o serviço, se morrer no caminho, amanhã tem outro na vaga.
Quando passa pelos dois na moto, percebe que é da sua quebrada, dá um toque no acelerador e sai da reta, sabe que os caras estão pra fazer uma fita.
Enquanto isso, muitos em seus carros ouvem suas músicas, falam em seus celulares e pensam que estão vivos e num país legal.
Ele anda devagar entre os carros, o garupa está atento, se a missão falhar, não terá homenagem póstuma, deixará uma família destroçada, porque a sua já é, e não terá uma multidão triste por sua morte. Será apenas mais um coitado com capacete velho e um 38 enferrujado jogado no chão, atrapalhando o trânsito.
Teve infância, isso teve, tudo bem que sem nada demais, mas sua mãe o levava ao circo todos os anos, só parou depois que seu novo marido a proibiu de sair de casa. Ela começou a beber a mesma bebida que os programas de TV mostram nos seus comerciais, só que, neles, ninguém sofre por beber.
Teve educação, a mesma que todos da sua comunidade tiveram, quase nada que sirva pro século 21. A professora passava um monte de coisa na lousa -mas, pra que estudar se, pela nova lei do governo, todo mundo é aprovado?
Ainda menino, quando assistia às propagandas, entendia que ou você tem ou você não é nada, sabia que era melhor viver pouco como alguém do que morrer velho como ninguém.
Leu em algum lugar que São Paulo está ficando indefensável, mas não sabia o que queriam dizer, defesa de quem? Parece assunto de guerra. Não acreditava em heróis, isso não!
Nunca gostou do super-homem nem de nenhum desses caras americanos, preferia respeitar os malandros mais velhos que moravam no seu bairro, o exemplo é aquele ali e pronto.
Tomava tapa na cara do seu padrasto, tomava tapa na cara dos policiais, mas nunca deu tapa na cara de nenhuma das suas vítimas. Ou matava logo ou saía fora.
Era da seguinte opinião: nunca iria num programa de auditório se humilhar perante milhões de brasileiros, se equilibrando numa tábua pra ganhar o suficiente pra cobrir as dívidas, isso nunca faria, um homem de verdade não pode ser medido por isso.
Ele ganhou logo cedo um kit pobreza, mas sempre pensou que, apesar de morar perto do lixo, não fazia parte dele, não era lixo.
A hora estava se aproximando, tinha um braço ali vacilando. Se perguntava como alguém pode usar no braço algo que dá pra comprar várias casas na sua quebrada. Tantas pessoas que conheceu que trabalharam a vida inteira sendo babá de meninos mimados, fazendo a comida deles, cuidando da segurança e limpeza deles e, no final, ficaram velhas, morreram e nunca puderam fazer o mesmo por seus filhos!
Estava decidido, iria vender o relógio e ficaria de boa talvez por alguns meses. O cara pra quem venderia poderia usar o relógio e se sentir como o apresentador feliz que sempre está cercado de mulheres seminuas em seu programa.
Se o assalto não desse certo, talvez cadeira de rodas, prisão ou caixão, não teria como recorrer ao seguro nem teria segunda chance. O correria decidiu agir. Passou, parou, intimou, levou.
No final das contas, todos saíram ganhando, o assaltado ficou com o que tinha de mais valioso, que é sua vida, e o correria ficou com o relógio.
Não vejo motivo pra reclamação, afinal, num mundo indefensável, até que o rolo foi justo pra ambas as partes.
FERRÉZ
"Ele não terá homenagem póstuma se falhar. Pensa: "Como alguém usa no braço algo que dá pra comprar várias casas na quebrada?"
ELE ME olha, cumprimenta rápido e vai pra padaria. Acordou cedo, tratou de acordar o amigo que vai ser seu garupa e foi tomar café. A mãe já está na padaria também, pedindo dinheiro pra alguém pra tomar mais uma dose de cachaça. Ele finge não vê-la, toma seu café de um gole só e sai pra missão, que é como todos chamam fazer um assalto.
Se voltar com algo, seu filho, seus irmãos, sua mãe, sua tia, seu padrasto, todos vão gastar o dinheiro com ele, sem exigir de onde veio, sem nota fiscal, sem gerar impostos.
Quando o filho chora de fome, moral não vai ajudar. A selva de pedra criou suas leis, vidro escuro pra não ver dentro do carro, cada qual com sua vida, cada qual com seus problemas, sem tempo pra sentimentalismo. O menino no farol não consegue pedir dinheiro, o vidro escuro não deixa mostrar nada.
O motoboy tenta se afastar, desconfia, pois ele está com outro na garupa, lembra das 36 prestações que faltam pra quitar a moto, mas tem que arriscar e acelera, só tem 20 minutos pra entregar uma correspondência do outro lado da cidade, se atrasar a entrega, perde o serviço, se morrer no caminho, amanhã tem outro na vaga.
Quando passa pelos dois na moto, percebe que é da sua quebrada, dá um toque no acelerador e sai da reta, sabe que os caras estão pra fazer uma fita.
Enquanto isso, muitos em seus carros ouvem suas músicas, falam em seus celulares e pensam que estão vivos e num país legal.
Ele anda devagar entre os carros, o garupa está atento, se a missão falhar, não terá homenagem póstuma, deixará uma família destroçada, porque a sua já é, e não terá uma multidão triste por sua morte. Será apenas mais um coitado com capacete velho e um 38 enferrujado jogado no chão, atrapalhando o trânsito.
Teve infância, isso teve, tudo bem que sem nada demais, mas sua mãe o levava ao circo todos os anos, só parou depois que seu novo marido a proibiu de sair de casa. Ela começou a beber a mesma bebida que os programas de TV mostram nos seus comerciais, só que, neles, ninguém sofre por beber.
Teve educação, a mesma que todos da sua comunidade tiveram, quase nada que sirva pro século 21. A professora passava um monte de coisa na lousa -mas, pra que estudar se, pela nova lei do governo, todo mundo é aprovado?
Ainda menino, quando assistia às propagandas, entendia que ou você tem ou você não é nada, sabia que era melhor viver pouco como alguém do que morrer velho como ninguém.
Leu em algum lugar que São Paulo está ficando indefensável, mas não sabia o que queriam dizer, defesa de quem? Parece assunto de guerra. Não acreditava em heróis, isso não!
Nunca gostou do super-homem nem de nenhum desses caras americanos, preferia respeitar os malandros mais velhos que moravam no seu bairro, o exemplo é aquele ali e pronto.
Tomava tapa na cara do seu padrasto, tomava tapa na cara dos policiais, mas nunca deu tapa na cara de nenhuma das suas vítimas. Ou matava logo ou saía fora.
Era da seguinte opinião: nunca iria num programa de auditório se humilhar perante milhões de brasileiros, se equilibrando numa tábua pra ganhar o suficiente pra cobrir as dívidas, isso nunca faria, um homem de verdade não pode ser medido por isso.
Ele ganhou logo cedo um kit pobreza, mas sempre pensou que, apesar de morar perto do lixo, não fazia parte dele, não era lixo.
A hora estava se aproximando, tinha um braço ali vacilando. Se perguntava como alguém pode usar no braço algo que dá pra comprar várias casas na sua quebrada. Tantas pessoas que conheceu que trabalharam a vida inteira sendo babá de meninos mimados, fazendo a comida deles, cuidando da segurança e limpeza deles e, no final, ficaram velhas, morreram e nunca puderam fazer o mesmo por seus filhos!
Estava decidido, iria vender o relógio e ficaria de boa talvez por alguns meses. O cara pra quem venderia poderia usar o relógio e se sentir como o apresentador feliz que sempre está cercado de mulheres seminuas em seu programa.
Se o assalto não desse certo, talvez cadeira de rodas, prisão ou caixão, não teria como recorrer ao seguro nem teria segunda chance. O correria decidiu agir. Passou, parou, intimou, levou.
No final das contas, todos saíram ganhando, o assaltado ficou com o que tinha de mais valioso, que é sua vida, e o correria ficou com o relógio.
Não vejo motivo pra reclamação, afinal, num mundo indefensável, até que o rolo foi justo pra ambas as partes.
domingo, 7 de outubro de 2007
Rock em português de Portugal
Quarteto 1111 (banda portuguesa)
2 CDs
A LENDA DO QUARTETO 1111 (1971) http://www.mediafire.com/?dyegtbzgktm
ONDE QUANDO COMO PORQUE CANTAMOS PESSOAS VIVAS (1974) http://www.mediafire.com/?d4tte01xczx
SENHA PARA DESCOMPACTAR: lagrimapsicodelica (serve pros 2)
2 CDs
A LENDA DO QUARTETO 1111 (1971) http://www.mediafire.com/?dyegtbzgktm
ONDE QUANDO COMO PORQUE CANTAMOS PESSOAS VIVAS (1974) http://www.mediafire.com/?d4tte01xczx
SENHA PARA DESCOMPACTAR: lagrimapsicodelica (serve pros 2)
sábado, 6 de outubro de 2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
quem tem medo do diogo mainardi?
ouçam isso:
http://veja.abril.uol.com.br/idade/podcasts/mainardi/audios/260907.mp3
parece brincadeira
não da vontade de ser hugo chavez e proibir esse maluco de falar?
JESUS!
http://veja.abril.uol.com.br/idade/podcasts/mainardi/audios/260907.mp3
parece brincadeira
não da vontade de ser hugo chavez e proibir esse maluco de falar?
JESUS!
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Pensamentos quase póstumos, de Luciano Huck
da Folha de São Paulo, 1 de Outubro de 2007
Pago todos os impostos. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa
LUCIANO HUCK foi assassinado. Manchete do "Jornal Nacional" de ontem. E eu, algumas páginas à frente neste diário, provavelmente no caderno policial. E, quem sabe, uma homenagem póstuma no caderno de cultura.
Não veria meu segundo filho. Deixaria órfã uma inocente criança. Uma jovem viúva. Uma família destroçada. Uma multidão bastante triste. Um governador envergonhado. Um presidente em silêncio.
Por quê? Por causa de um relógio. Como brasileiro, tenho até pena dos dois pobres coitados montados naquela moto com um par de capacetes velhos e um 38 bem carregado.
Provavelmente não tiveram infância e educação, muito menos oportunidades. O que não justifica ficar tentando matar as pessoas em plena luz do dia. O lugar deles é na cadeia.
Agora, como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa.
Adoro São Paulo. É a minha cidade. Nasci aqui. As minhas raízes estão aqui. Defendo esta cidade. Mas a situação está ficando indefensável.
Passei um dia na cidade nesta semana -moro no Rio por motivos profissionais- e três assaltos passaram por mim. Meu irmão, uma funcionária e eu. Foi-se um relógio que acabara de ganhar da minha esposa em comemoração ao meu aniversário. Todos nos Jardins, com assaltantes armados, de motos e revólveres.
Onde está a polícia? Onde está a "Elite da Tropa"? Quem sabe até a "Tropa de Elite"! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade. Tenho certeza de que esse tipo de assalto ao transeunte, ao motorista, não leva mais do que 30 dias para ser extinto. Dois ladrões a bordo de uma moto, com uma coleção de relógios e pertences alheios na mochila e um par de armas de fogo não se teletransportam da rua Renato Paes de Barros para o infinito.
Passo o dia pensando em como deixar as pessoas mais felizes e como tentar fazer este país mais bacana. TV diverte e a ONG que presido tem um trabalho sério e eficiente em sua missão. Meu prazer passa pelo bem-estar coletivo, não tenho dúvidas disso.
Confesso que já andei de carro blindado, mas aboli. Por filosofia. Concluí que não era isso que queria para a minha cidade. Não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro.
Escrevo este texto não para colocar a revolta de alguém que perdeu o rolex, mas a indignação de alguém que de alguma forma dirigiu sua vida e sua energia para ajudar a construir um cenário mais maduro, mais profissional, mais equilibrado e justo e concluir -com um 38 na testa- que o país está em diversas frentes caminhando nessa direção, mas, de outro lado, continua mergulhado em problemas quase "infantis" para uma sociedade moderna e justa.
De um lado, a pujança do Brasil. Mas, do outro, crianças sendo assassinadas a golpes de estilete na periferia, assaltos a mão armada sendo executados em série nos bairros ricos, corruptos notórios e comprovados mantendo-se no governo. Nem Bogotá é mais aqui.
Onde estão os projetos? Onde estão as políticas públicas de segurança? Onde está a polícia? Quem compra as centenas de relógios roubados? Onde vende? Não acredito que a polícia não saiba. Finge não saber.
Alguém consegue explicar um assassino condenado que passa final de semana em casa!? Qual é a lógica disso? Ou um par de "extraterrestres" fortemente armado desfilando pelos bairros nobres de São Paulo?
Estou à procura de um salvador da pátria. Pensei que poderia ser o Mano Brown, mas, no "Roda Vida" da última segunda-feira, descobri que ele não é nem quer ser o tal. Pensei no comandante Nascimento, mas descobri que, na verdade, "Tropa de Elite" é uma obra de ficção e que aquele na tela é o Wagner Moura, o Olavo da novela. Pensei no presidente, mas não sei no que ele está pensando.
Enfim, pensei, pensei, pensei. Enquanto isso, João Dória Jr. grita: "Cansei". O Lobão canta: "Peidei".
Pensando, cansado ou peidando, hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da violência em São Paulo. E, se você ainda não tem um assalto para chamar de seu, não se preocupe: a sua hora vai chegar.
Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um relógio.Isso não está certo.
FONTE:
http://seispormeiaduzia.blogspot.com/2007/10/pensamentos-quase-pstumos-de-luciano.html
Não sei se essa é a carta de verdade, mas deve ser.
Pago todos os impostos. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa
LUCIANO HUCK foi assassinado. Manchete do "Jornal Nacional" de ontem. E eu, algumas páginas à frente neste diário, provavelmente no caderno policial. E, quem sabe, uma homenagem póstuma no caderno de cultura.
Não veria meu segundo filho. Deixaria órfã uma inocente criança. Uma jovem viúva. Uma família destroçada. Uma multidão bastante triste. Um governador envergonhado. Um presidente em silêncio.
Por quê? Por causa de um relógio. Como brasileiro, tenho até pena dos dois pobres coitados montados naquela moto com um par de capacetes velhos e um 38 bem carregado.
Provavelmente não tiveram infância e educação, muito menos oportunidades. O que não justifica ficar tentando matar as pessoas em plena luz do dia. O lugar deles é na cadeia.
Agora, como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa.
Adoro São Paulo. É a minha cidade. Nasci aqui. As minhas raízes estão aqui. Defendo esta cidade. Mas a situação está ficando indefensável.
Passei um dia na cidade nesta semana -moro no Rio por motivos profissionais- e três assaltos passaram por mim. Meu irmão, uma funcionária e eu. Foi-se um relógio que acabara de ganhar da minha esposa em comemoração ao meu aniversário. Todos nos Jardins, com assaltantes armados, de motos e revólveres.
Onde está a polícia? Onde está a "Elite da Tropa"? Quem sabe até a "Tropa de Elite"! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade. Tenho certeza de que esse tipo de assalto ao transeunte, ao motorista, não leva mais do que 30 dias para ser extinto. Dois ladrões a bordo de uma moto, com uma coleção de relógios e pertences alheios na mochila e um par de armas de fogo não se teletransportam da rua Renato Paes de Barros para o infinito.
Passo o dia pensando em como deixar as pessoas mais felizes e como tentar fazer este país mais bacana. TV diverte e a ONG que presido tem um trabalho sério e eficiente em sua missão. Meu prazer passa pelo bem-estar coletivo, não tenho dúvidas disso.
Confesso que já andei de carro blindado, mas aboli. Por filosofia. Concluí que não era isso que queria para a minha cidade. Não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro.
Escrevo este texto não para colocar a revolta de alguém que perdeu o rolex, mas a indignação de alguém que de alguma forma dirigiu sua vida e sua energia para ajudar a construir um cenário mais maduro, mais profissional, mais equilibrado e justo e concluir -com um 38 na testa- que o país está em diversas frentes caminhando nessa direção, mas, de outro lado, continua mergulhado em problemas quase "infantis" para uma sociedade moderna e justa.
De um lado, a pujança do Brasil. Mas, do outro, crianças sendo assassinadas a golpes de estilete na periferia, assaltos a mão armada sendo executados em série nos bairros ricos, corruptos notórios e comprovados mantendo-se no governo. Nem Bogotá é mais aqui.
Onde estão os projetos? Onde estão as políticas públicas de segurança? Onde está a polícia? Quem compra as centenas de relógios roubados? Onde vende? Não acredito que a polícia não saiba. Finge não saber.
Alguém consegue explicar um assassino condenado que passa final de semana em casa!? Qual é a lógica disso? Ou um par de "extraterrestres" fortemente armado desfilando pelos bairros nobres de São Paulo?
Estou à procura de um salvador da pátria. Pensei que poderia ser o Mano Brown, mas, no "Roda Vida" da última segunda-feira, descobri que ele não é nem quer ser o tal. Pensei no comandante Nascimento, mas descobri que, na verdade, "Tropa de Elite" é uma obra de ficção e que aquele na tela é o Wagner Moura, o Olavo da novela. Pensei no presidente, mas não sei no que ele está pensando.
Enfim, pensei, pensei, pensei. Enquanto isso, João Dória Jr. grita: "Cansei". O Lobão canta: "Peidei".
Pensando, cansado ou peidando, hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da violência em São Paulo. E, se você ainda não tem um assalto para chamar de seu, não se preocupe: a sua hora vai chegar.
Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um relógio.Isso não está certo.
FONTE:
http://seispormeiaduzia.blogspot.com/2007/10/pensamentos-quase-pstumos-de-luciano.html
Não sei se essa é a carta de verdade, mas deve ser.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Tamborzinho Insano
"O Bolero de Ravel tocado pela Orquestra Filarmônica de Berlim, maestro Daniel Barenboim. "
Certeza que voces conhecem essa música, o tamborzinho dela é insano.
Certeza que voces conhecem essa música, o tamborzinho dela é insano.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Se pa ele tá certo
Presidente Hugo Chavez quer proibir entrada de RBD na Venezuela
O presidente da Venezuela, Hugo Chavez, quer proibir a entrada do RBD no país. O líder político teme que os artistas possam ser uma má influência aos jovens venezuelanos.Hugo Chavez estaria planejando a aprovação de uma lei que filtra a entrada de determinados artistas internacionais no país, a partir de sua conduta no mundo artístico, segundo o site Fuxico.A última polêmica envolvendo o grupo foi a divulgação da prisão de Christian Chávez. O cantor foi flagrado comprando um cigarro de maconha em Nova Iorque.
http://cifraclub.terra.com.br/noticias/6327-presidente-hugo-chavez-quer-proibir-entrada-de-rbd-na-venezuela.html
O presidente da Venezuela, Hugo Chavez, quer proibir a entrada do RBD no país. O líder político teme que os artistas possam ser uma má influência aos jovens venezuelanos.Hugo Chavez estaria planejando a aprovação de uma lei que filtra a entrada de determinados artistas internacionais no país, a partir de sua conduta no mundo artístico, segundo o site Fuxico.A última polêmica envolvendo o grupo foi a divulgação da prisão de Christian Chávez. O cantor foi flagrado comprando um cigarro de maconha em Nova Iorque.
http://cifraclub.terra.com.br/noticias/6327-presidente-hugo-chavez-quer-proibir-entrada-de-rbd-na-venezuela.html
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