sábado, 27 de fevereiro de 2010

Copas: minha historia

fiquei com inveja do Dezão, que fez um´post sensacional aqui embaixo, e resolvi contar a minha versão das copas do mundo.

A primeira lembrança que eu carrego das copas do mundo também é a final de 94. Eu me lembro que uns dias antes, eu vivia no mercado comprando Danone com meu pai, porque de brinde eles davam um jogo de futebol de botão. Lembro de ter comprado Brasil, Suíça, Alemanha e EUA. Também meu pai vivia falando do Zinho, que era nosso craque na seleção (é, palmeirense é foda, nem pra me avisar do Romário), e por conta disso eu vivia dizendo que era o Zinho no futebol de rua e no Botão. Mas não tinha consciência nenhuma de que era Copa do Mundo, alias, nem fazia idéia do que era isso. Aí veio a final, estávamos todos na casa da minha vó. Não me lembro do jogo nem das penalidades, lembro-me apenas daquela explosão do tetra, todos gritando e se abraçando. Nas ruas eram só buzinas e rojões, parecia uma festa sem fim. Menos para meu pai, que não se abalou muito com a conquista. Mais tarde me confessou que torceu pra Itália. Na hora achei um absurdo, poderia alguém torcer contra o Brasil?

Quatro anos se passaram, e veio a copa de 98. Essa talvez foi a copa que mais me marcou. Decorei todos os grupos, sabia todos os jogos e torci para o Brasil. Na escola só se falava em copa do mundo, dia de jogo era folga total.
O Brasil começou arrepiando, marcando um gol de cabeça com o Cesar Sampaio logo no primeiro minuto da copa, naquele jogo contra a Escócia. O jogo não foi tão bom assim, e so ganhamos de 2x1. Depois veio o massacre contra o Marrocos: 3 a 0. Aí vem aquele jogo contra a Noruega, que o Brasil perdeu de 2 a 1. Ninguém se importou com isso, mas eu imagino o que os Chico Langs devem ter cornetado. Ai vem vitória fácil sobre o Chile, vitória apertadíssima contra a Dinamarca (salve Rivaldo!), e vitoria nos pênaltis contra a Holanda. Nesse jogo o Galvão muito falou sobre o Zagallo, um velhinho dando moral pros caras baterem pênalti, exaltando o orgulho de ser brasileiro. Como ainda não odiava o Galvão, achei aquilo muito foda e o Zagallo ídolo. Aí vem a final, a tragédia. Não achei o gordo (que era magro) apagado, nem que o Brasil entregou, só lembro do fdp do Roberto Carlos chutando o pau da bandeirinha, símbolo maior da derrota na minha opinião.
A derrota foi tão broxante que ninguém ousava falar de futebol nas semanas seguintes, na escola a professora voltou a passar continhas, meu pai falava que agora com Oseas e Paulo Nunes o verdão ia bem, eu e meu primo voltamos a jogar Gulliver com os nossos times daqui. Seleção era assunto proibido, e foi ate meados de 2001. Ah, já ia me esquecendo, mais broxante ainda que a derrota do Brasil foi a derrota do Paraguai, mas circunstancias que ocorreram.

2002. Eu adorava a seleção. Tinha meus ídolos Marcos e Felipão, sem contar o Rivaldo com a 10 la na frente. Fora isso, tudo ia mal. A seleção so se classificou na ultima rodada das eliminatórias, todos rivais vinham bem e pra piorar a copa era no Japão, so tinha jogo de madrugada. Infelicidade total. O desfecho da copa todo mundo já sabe né, o Rivaldo carregou o time nas costas, o gordo magro desencantou a fazer gols, o Marcão fechou o gol na final e todos foram felizes. Eu comprei meu primeiro álbum da copa e completei apelando pra cartinha. Um fato que me marcou nessa copa foi ver pela primeira vez meu vo comemorando um gol, ele pulou do sofá e gritou quando o Ronaldo marcou o primeiro gol da final. 2002 ficaria na memória como a copa perfeita, a ultima em que torci pro Brasil e ainda aturava o Galvão Bueno. Bons tempos...

Aí vem 2006, que é um ano que merece um post a parte, aqui vou me deter apenas na copa. Eu simplesmente odiava a seleção. Achava (e acho) o Kaká um merda, não gostava nenhum pouco do Dida no gol (isso pra não falar do Rogério Ceni no banco), achava que o Ronaldo não precisava jogar e, acima de tudo, o Parreira me irritava. O Galvão Bueno me irritava também.
Ta certo, eu estava muito afetado, mas decididamente eu não ia torcer pra seleção.
Apesar disso, a copa foi legal, os horários eram interessantes, e sempre havia uma reuniãozinha nos jogos. Primeiro jogo vai todo mundo torcer na casa da Lê.Todo mundo? Não. Aquele nosso novo amigo Dezão fugiu do Lemão e foi ver em casa. Fora isso, farra do boi, o Brasil ganhou, todo mundo ficou feliz. E assim foi, teve outro jogo na casa da Lika, na casa da Nathalia, etc ate que O BRASIL PERDEU. Ate então na minha vida nunca tinha ocorrido de o Brasil não chegar até a final, e agora? Foi bem dahora no sentido de que as titias pararam de falar da copa e o Galvão Bueno calou a boca. Todo mundo já odiava o Parreira, o Kaká, o Ronaldo e principalmente o Ronaldinho, que chegou a copa num status de semi-pelé.
Ah, ja ia me esquecendo, comprei o album por pura influencia do pribao, e esqueci de mandar a cartinha, nao completei, fui mais o menos que nem o Brasil.
E nós, jovens descolados coisa e tal, continuamos fazendo porra nenhuma e falando da copa, cada um torcendo pra uma seleção sem medo de ser feliz. Eu apostei na Itália, fiquei feliz que ganharam, mas gostei tambem do Zidane.
Duas coisas me marcaram bastante ao final dessa copa. Primeiro, era perfeitamente possível torcer contra o Brasil, meu pai tinha razão 12 anos antes, porque acho realmente que jamais conseguirei torcer pra seleção como em 2002. A segunda coisa que me marcou foi que a final foi do dia do aniversario do lucão, e a Tais fez aquele tradicional bolo branco de chocolate, que comi pela primeira vez-muito mais marcante que Zidane, Trezeguet ou Sahele.

Um comentário:

André disse...

e tudo acaba no bolo de chocolate branco