sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sexta Feira

A sexta feira começa as 7:20 e tudo é mais interessante por ser sexta. O cronograma básico que ta na marcado na porta da geladeira é aula-trabalho-almoço-aula-aula. Subo pra faculdade com a Lelê A primeira aula tava programada pra rolar seminário sobre alguns impostos. Risos. Os seminários acontecem. Não é minha vez hoje. Ok. Tá muito calor e muitos micro-mosquitos perturbam toda a classe. Sorte de quem ta na mira dos ventiladores. E é uma pena que eu não posso puxar o pininho de um deles e mire o vento somente em mim. Eu miraria em nós dois Letícia, fica tranquila. Um seminário termina. O grupo tinha 4 minas. A professora começa esculachar uma das minas. Uma japa que tem fama de chorar quando fazem isso com ela em público. A japa realmente não sabia nada sobre o que falou, mas a professora otária passou dos limites e todo mundo sacou o que ia acontecer. Até a professora, que mesmo assim continuou. A japa parada na frente da classe se virou para a lousa e começou a chorar. Professora, você é uma mal-comida além de careca, a japa é de boa e nem sequer usa abada. Saio mais cedo da aula pra sair mais cedo do trabalho. O Éder vendedor de DVDs ta de férias e eu me fodo com a correspondência. Ando com um carrinho cheio de papéis pra cima e pra baixo. a logística de fazer a correspondência deve ser tão foda quanto a logística dos correios, eu juro. São muitas salinhas, muitas seções, muitos funcionários públicos, muitos departamentos. Eu fiquei bom em fazer a correspondência nas férias do Éder. Acaba o primeiro tempo e eu volto pra casa. Oi Letícia. Fritamos um frango e ainda tinha coca-cola de ontem. Nice. Dá tempo de ver o quinto episódio da terceira temporada de Californication. Tiro um cochilo de 20 minutos que me tira toda a vontade de ver o dia continuar. Subimos pra faculdade de novo e agüentamos uma hora e meia da professora com tiques estranhos. A aula acaba mais cedo que o esperado. Fomos dar um passeio pela zeladoria, roubar uma garrafinha d´água, dar um oi pro Dito e tentar tirar a segunda via da conta de telefone que a Telefônica insiste em não me mandar o boleto, e a merda já venceu. O site me pede o NRC. Enfia no cu o NRC. Eu não tenho essa merda. Nesse meio tempo de esperar a próxima e última aula a velha que freqüenta a academia do departamento de economia abana pra mim. Eu chego perto dela e ela não muito contente me diz:

- Cadê o Jornal Valor?

- ah Lelém [sim, ela chama lelém], desculpa mas devo ter levado na seção de comunicações pensando que ia pra biblioteca, são muitos jornais que vão pra biblioteca.

- Mas o professor Rogério que o jornal, você vai ter que pegar


HÁ. Para um pouco. Isso nunca aconteceu antes na minha vida de zeladoria. Uma velha dura de academia olhando pra mim e falando aquelas merdas. Eu faço essa lixo de correspondência porque sou legal. E lelém,, você sabe que hoje mesmo, eu fiz um favor pra você, depois que tinha acabado meu horário de serviço, você sabe, me agradeceu muito gentilmente, e agora vem com esse papo. Eu podia ter falado muitas merdas. Hank Moody falaria muitas merdas. Mas eu sou só o Lucas, e minha garota tava a uns 10 metros de mim e querendo ou não, eu sou um muleque e ainda vou querer jogar melhor quando ela me assistir jogando futebol. Eu jamais poderia ir lá pegar essa merda desse jornal. Então eu só disse:

- Eu não to trabalhando e não vou fazer nada.

Se eu fosse o Hank Moody acenderia um cigarro. Mas fiquei pensando em algumas possíveis reclamações sobre minha gentil pessoa e já avisei o Dito pra que caso isso ocorra, ele tente evitar minha demissão. Mas claro, não é pra tanto.

Letícia toma o rumo pra Limeira e eu fico pra última aula. A aula termina e eu vou até a lombada atrás de uma carona pra mandar uma corrida. A carona surge rapidinho. Um negão capoeirista. Ele me conta umas histórias e solta umas pérolas típicas de um negão capoeirista. Algo do tipo, “o meu mestre, não, na verdade o meu contra mestre”. Ele me deixa e eu corro 40 minutos em cima da esteira. Passo no banco pra sacar 10 conto e tomo o rumo pra casa. Lembro que seria bom passar no mercado pra comprar uns pães, uns presuntos e uns queijos pra amanhã. Meus pais vêm pra cá amanhã cedinho e seria bom ter uma mesa de café. Dou meia volta decidido a encarar o mercado. Além dos pães compro um suco de caixinha de caju. Morrem mais 10 reais no débito. Pelo menos foi no débito. Penso que esse mês fecho no positivo. Volto pra casa com as sacolinhas pensando no que fazer a noite. O WORD acaba de grifar de vermelhinho “sacolinhas”. A Marina Silva deve ter feito alguma emenda a respeito disso, não é possível. Já ficou meio tarde pra ir num show que ia rolar no SESC às 8, a banda chama Irmandade Blues. O Marcelão do trabalho me falou dos caras a semana toda, mas eu já andei demais e já ficou muito em cima, e o SESC é muito pontual. I´m sorry brothers. Chego em casa 7:30 pensando em manter a casa limpa pro meus pais acharem tudo bem. Lavo a louça do almoço e o telefone toca, era o Serra mandando eu não votar na Dilma.

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