quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

megasena da virada

E todo mundo comenta sobre a megasena da virada "190 milhoes! já pensou?". Sim, já pensei, aliás acho que eu penso nisso toda vez que eu acordo, não nos 190 milhoes em si, mas em poder continuar dormindo. "190 milhoes? com metade disso eu ja tava feliz." O seu Walter ganhou 600 reais no bixo. 600 reais! Dava pra pagar alguma conta, se eu tivesse alguma conta pra pagar. O Lino paga pensão pra dois filhos, de mulheres diferentes. Hoje o cara que trampa no banco do brasil achou dez reais no chão me deu. Falou pra eu dividir com os outros muleques do trampo. Se pa amanhã a gente joga os dez reais na mega sena da virada. Já saiu um prêmio da mega sena aqui em Limeira, o que me faz pensar que será muito mais difícil sair outro por aqui. Rolou um assassinato por causa do prêmio, o que me deixa com medo dos meus colegas do trampo. Será que alguem já jogou na megasena com aqueles números do Lost? Aliás, que merda o segredo dos números. Aliás, que merda o final de Lost. Aliás, eu preciso acabar de ver Life on Mars. O nome da série é por causa da música do David Bowie.





tantos seios, tanta aventura, whisky, confusão

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

o futuro é um deserto, então espera pra ver

12 reais no bolso. eu nao queria trocar os 10, mas to muito sóbrio e preciso passar no posto e pegar uma das cervejas baratas pra descer a the long and winding road santa teresinha tomando uma. saquei a bavária que até um dia desses era 1,70. espero o troco e a mina fala: tá certo. tá certo.

seu antônio conta da solidão que é passar a virada de ano na portaria. ele me fala um treco engraçado: sabe lucas, por mais que a gente nao ligue pra nada, é meio foda isso aqui tudo vazio na meia-noite. a filha dele é camarada e no ano passado passou la meia noite e meia pra largar umas cervejas e uma comida.

o diogo tá chegando, a cerveja ta gelada e nao to com paciência pra reclamar das peculiaridades ridiculas do natal. tudo bem, vamos ter que abraçar umas pessoas sem sentido e isso é de fuder.

é uma merda quando voce tá escrevendo e esbarra em clichês idiotas. mas vamo lá. o tempo é de ignorar os filhos da puta e dormir bebâdo com a voz do ringo em act naturally na cabeça. e isso deve durar uma semana

esses dias o diogo falou que o help! é foda pra caralho e ele tem toda razão

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

as famosas pesquisas:

Brasileiros consomem menos arroz e feijão e mais cerveja, aponta IBGE



e por isso que a cerveja subiu, que o NB ta sempre lotado, que os banheiros estao cada vez piores e tambem prova a teoria que a gente nao tem tradicao vanguardista.

que tal bebermos rum?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

segunda feira do caralho

- Você sabe né? Homem e mulher quando são muito amigos...o pessoal confunde

- Sei. Até os próprios confundem

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- Oi moça, eu tirei uma latinha do fardo, aí só tem 11

- ué, mas porquê?

- É que com 11 já da pra ficar louco né

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LATINO NA GABI

O Latino tem 3 fases [isso mesmo, falando em 3ª pessoa]. A fase Baby me leva, A fase Tchururururururu jogou sem charme em mim, e por último e mais recentemente a fase Festa no apê/Renata Ingrata. Eu consegui passar por diversas fases sem perder minha característica principal. A ousadia.

- O que o povo quer Latino?

- Beber deitado pra nao ter que cair

Eu tenho uma música que se chama Fura Olho. É a história de um cara que tá tentando contar pro seu amigo que ta pegando a mulher dele. É tipo faroeste caboclo

domingo, 12 de dezembro de 2010

domingo sem futebol

sem joel
sem fahel
sem leandro guerreiro
sem alessandro
sem lucio flavio






até que não é tão ruim

sábado, 11 de dezembro de 2010

intercepto

morava na casa do caralho no meio do nada em são paulo. fui a primeira geração da família que nao jogava bola na rua. meus irmãos mais velhos jogaram e o gol ainda tava pintada na parede da casa da maria italiana. claro que uns muleques jogavam mas eu me limitava (era limitado) a interagir com a rua através de avioezinhos de papel que eu tacava lá de cima. um infância bem estranha. não era viciado em quase nenhum desenho animado específico. brincava pouco com carrinhos e bonequinhos se comparado as outras crianças. eu lembro que quando algum amigo da escola ia em casa sempre rolava uma pergunta do tipo: mas o que você faz normalmente?. e eu não sabia responder. não sabia mesmo. nem eu sabia oque eu fazia na maior parte do tempo. um dia caiu uma bola lá em casa. eu ficava brincando e chutando e tudo o mais. não que eu fosse pobre e nunca tinha tido uma bola. mas sei lá. eu e a bola nos demos bem e eu tava passando boa parte do tempo com ela. papai então disse: essa bola não é sua, se você quiser uma bola a gente compra uma bola. sinceramente eu não lembro se era possível saber de quem era a bola. eu só sei que ninguém lá de casa negava devolver nada pra alguém que batesse lá atrás de bola ou pipa (a não ser quando ela tava no telhado). então eu acho que isso foi só um exemplo da honestidade um pouco exagerada e sem sentido do meu pai, que talvez queria me dar um exemplo ou um exemplo pra ele mesmo. eu posso tá errado e ele devolveu a bola pra alguém da rua ou eu posso tá certo e ele tacou a bola na rua e ela foi absorvida pela juventude que ainda crescia na rua. também lembr de uma bicicleta que eu nao lembro de onde surgiu, não lembro se meu pai me deu ou se ela simplesmente sempre existiu. a minha casa era meio estranha. era um sobrado mas na verdade ficava tudo embaixo com um quintal gigante em cima. então eu tinha um percurso que passava pelos vazos e por um pilar. olha que bizarro, eu aprendi anadar de bicicleta em casa. triste, eu diria. mas de qualquer forma eu devia ser o melhor do mundo naquele percurso. era uma coisa meio exata e a diferença entre uma volta e outra devia ter diferença de frações de segundo. aí é claro que meu pai viu toda aquela energia (uau, que energia) limitada no quintal e começou me levar nuns parques e tal. foi algo como sair da piscina pequena e ir pra grande na natação. na verdade muito mais foda que isso. aí tudo andava bem quando um muleque vida loka entrou lá em casa de madrugada e roubou uma caixa de ferramentas, o uniforme do meu colégio, e a minha bicicleta. foi do caralho. o maluquinho entrou na minha casa e roubou minha bicicleta, puta que pariu. eu fiquei totalmente triste. lembro que só fiquei triste, só isso. e lembro também da minha mãe vindo me contar da bicicleta. e essa história do muleque nao acaba aqui, e adianto pra poder chamá-lo pelo nome: Alex. O muleque nao se contentou com uma visita, ele entrou lá em casa umas 3 vezes. ele conseguia pegar umas tranqueiras nessa parte de cima que eu falei que só era quintal, e não tinha como ele entrar lá embaixo onde ficava a casa nas suas configurações tradicionais (a não ser que arrombasse umas portas). mas de qualquer forma tenho que dizer que ele era um ninja samurai de subir lá. era tipo arriscar a vida e nem tinha a moda do parkour ainda (e ele saiu com uma bicicleta nas costas uma das vezes!). enfim, eu fiquei com medo. sempre achava que ouvia uns barulhos de passos em cima do meu quarto de madrugada. aí teve um certo dia, que eu nao me lembro de nada, a minha família inteira lembra, mas eu nao acordei. então só ouvi por história. era uma madrugada comum e começaram a tocar a campainha sem parar. meu pai foi lá ver e avisaram que tinha um cara lá em cima. meu pai ligou pra polícia e eles colaram. pegaram o muleque, era a porra duma criança. devia ser um pouquinho mais velho do que eu era na época. os policiais começaram a puxar o muleque pelos cabelos e dar uns tapas. e ah, ele tava com meu uniforme da escola. meu pai interveio e disse pra parar de bater no muleque e os policiais retrucaram algo do tipo: hoje ele rouba tuas ferramentas e amanhã te dá uns tiros por aí. aí nesse movimento acho que o muleque sacou o espírito do meu pai e pediu pra comprar uma marmita na padaria antes que levassem ele. nao deixaram, é claro. depois disso o muleque tocava a campainha lá de casa e meu pai dava umas comidas pra ele, na verdade eu não lembro muito bem quantas vezes isso aconteceu, se foram 2 ou 7 vezes, enfim. meu pai um dia chegou em casa e contou que achou ele nao sei por onde e mandou ele entrar no carro. meu pai disse que ele tava com uns negócios estranhos na pele e queria levar ele no médico, aí ele nao quis e meu pai deu 10 conto pra ele sabendo que ia virar craque. foda essas lembranças que eu tenho do meu pai. passou um tempo e quando eu tava chegando em casa vi umas caixas de papelão. entrei e tava meu primo/tio na cozinha. ele tinha me trazido uma bicleta nova. fiquei feliz pra caralho e meus irmãos me ajudaram a montar, e eu tinha certeza que ia bater novos recordes mundiais no meu circuito. é muito estranho falar da infãncia e se perder na cronologia das coisas. mas o que me vem na cabeça agora é a mesa de botão. eu ganhei 50 reais de aniversário e investi nela. nao era xalingão, era uma mesa do caralho, e, diferente da que eu tenho hoje ela sempre ficava montada lá em cima porque sobrava espaço naquela casa. eu e o thiago jogávamos quase todo dia quando ele chegava do trabalho.a gente era bom mesmo eu acho. e se a minha lembrança nao tiver me enganando ele gostava mesmo de jogar e nao era só um esforço pra me fazer feliz. sabe quando uma coisa lisa cai no chão e nao da pra pegar direito e aí você tenta pegar com a unha pelo ladinho? as vezes acontecia isso com a palheta e meu irmão ficava lá tentando cutucar pra pegar e eu apertava ela com o dedão pra grudar e sair e ele falava: você enfiou o dedo no cu? se eu não me engano nessa mesma época do botão ou bem perto disso meu primo me emprestou o super nintendo, e nesse mesmo movimento diário a gente jogava international superstar soccer. uma época a gente parou de jogar campo e começamos jogar salão. era muito foda o salão. a bola nao saía e dava pra fazer gol do meio de campo logo na saída. além disso dava pra ir correndo pela linha de fundo e fazer gol sem angulo. o Diogo nunca gostou muito de joguinhos. mas eu lembro dele nessa época da gente ouvindo rádio. também lembro de ser meio diariamente que a gente ouvia aquele programa da metropolitana que chamava chupim. nao sei se é assim que escreve e nem tenho certeza absoluta do nome, mas quase. era um programa que o cara ficava passando trote durante todo o tempo. eu pensava que nao tinha jeito melhor de aproveitar uma rádio. e realmente a gente ria pra caralho. o diogo tinha algumas dezenas de playboys e outras revistas de putaria. épocas em que a punheta dependia muito mais da sua capacidade imaginativa. apesar que ele também tinha, mas isso muito mais bem escondido, umas 10 fitas de pornô. mas o vídeo cassete ficava no quarto dos meus pais então da pra ter noção da dificuldade que era uma punheta digna nos anos 90. já que eu abandonei qualquer pretensão de acertar na cronologia da minha infância paulistana vou escrever fotograficamente mesmo.lembro do thiago acordando com um brother dele num domingo e bebendo toda a água gelada da casa. eu realmente nao entendi aquilo. porque eles nao pegaram o toddy? eu lembro também do diogo preocupado em arranjar chiclete antes de sair. fumerinho desdessa época heim? era legal os fins de semana que meus pais viajavam por algum motivo de encontro de casais católicos e gente ficava sozinho em casa. era legal ver meus irmão cozinhando e gritando pela casa simplesmente porque podiam gritar. não que eles ficavam gritando que nem idiota. mas eu lembro do diogo me acordando com o rádio muito alto, e tava tocando É PAU É PEDRA e o digo cantava mais alto do que o rádio É PAU, É ROLA, enquanto o thiago fazia um arroz com milho e ervilha.


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Fotos Fá












agora sim, a minha melhor cueca

Fazer conta com as moedinhas? Ligar a tv e assistir a uma roda de velhos e velhas rirem sem parar. Eles riem de nada, e eles se reúnem pra isso. E chamam de terapia. E as pessoas comentam. E as vezes você tem que concordar com a cabeça. E graças a deus as vezes não. Você tava brincando nao tava? I know. Eu posso rir alto dos seus comentários. Você pode rir alto dos meus parágrafos. E a gente pode queimar todas as folhas escritas e depois comer todas as cinzas fingindo que é farofa que passou da validade, mas a gente nao é louco de jogar fora. Eu posso ficar na dúvida se tranquei a porta ou não. Eu posso ficar com preguiça de ir conferir. Eu posso acordar pra trabalhar e ver que realmente a porta ficou aberta. Eu posso me preocupar com isso, ou não. Decido pelo não. Anunciar os planos é a melhor forma de Deus rir de você. Ou alguma coisa bem parecida com isso. A solidão nao mata, dá idéia. Pode ser do caralho, pode não ser. Não depende de você. As luzes piscaram. O relógio piscou 00:00. Tudo piscou. Mais um final de ano. Mais tudo. Mais porra nenhuma.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

natal

Tiozão com cara de mau. Entra no posto e pega a comanda. Mantém a cara de mau. Um tiozinho bonzinho tromba na base e pede desculpas. O tiozão é tão mau que ignora. Chega perto do balcão. Pede uma empada. Porra tio, você é tão mau e pede uma empada? O mínimo que eu espero de você agora é que coma numa mordida só. Anda até as bebidas. Ele é realmente muito mau, mas pelo jeito ta fazendo conta pra ver quanto vai dar a empada mais a coca. Nossa. Eu não esperava essa continha de você tiozão. Não mesmo. Eu esperava que você nem soubesse contar. Só não me diga que vai atrás de uma sobremesa. Não. Pelo menos isso.


Meninão no bar. Pede uma Heineken. Ajeita a boina. Tá bebendo a Heineken sozinho, mas não larga o celular. Camiseta afetada. Olhar afetado. Ainda não percebeu que a Brahma é mais barata e melhor que a Heineken. Belo trabalho dos marketeiros que anunciam na Champions. Que nada. Ele não gosta de futebol. Gosta de rock inglês, cinema, Berlim, e celular. Não gosta de praia, balada, e cagou pra morte do Leslie Nielsen.


Muleque piranha. Carro rebaixado. Faz barulho a cada acelerada. Todos os seus amigos também. Pagaram 100 conto numa garrafa de vodka. No role é pra mais de 150. Ótimo negócio. Sabadão! Barcelona 5 x 0 Real Madrid. Mas o Mourinho é um puta técnico. E o Goiás Show Ball vai levar a Sulamericana. Todo mundo terminando a facu. O muleque piranha vai comprar uma monografia.


Tiazinha. O telefone toca. Alô. Oi mãe. Alô Fia. Já tá tudo certo pro Natal? Já sim. O Edson tá viajando a trabalho e quando ele chegar a gente já tira os papelzinho do amigo-secreto. Tá certo então. Mas tem que ser amanhã, porque senão vai ficar tarde. É, e é horrível correria no final do ano. O meu papelzinho vamo fazê diferente esse ano. Em vez daquele trabalhão de ir no correio postar aqui pra minas cê olha e me fala, e ninguém mais fica sabendo. Ah não mãe, perde toda graça, não vai ser nenhum esforço te mandar pelo correio.


Domingo. Tiozão, Meninão do bar, Muleque piranha e mais familiares reunidos pra tirar o papelzinho do amigo secreto. Daqui 3 semanas todos estarão em Minas Gerais comendo uma leitoa caipira.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

meu mp3 quebrou

Acordo as três da manhã, fico feliz porque tenho mais umas três horas pra dormir, vou ao banheiro, pego dois bombons na geladeira e volto pro quarto. Deito e minha cabeça começa a brincar comigo, quando me dou conta meu pé direito já começou a balançar, apesar de eu ser canhoto é sempre o direito que balança. Aí fudeu, não durmo mais, penso "Hey Hank, não sei se deus odeia todo mundo, mas certamente ele me odeia". Pelo menos o resto do mundo parece estar dormindo. Não dormir é uma espécie de sinal, o dia não será bom. E realmente não foi, parece que todas as pessoas tiveram a brilhante ideia de começar a gastar toda a primeira parcela de seus décimos-terceiros essa semana. "A massa do pão de queijo acabou, moça". As pessoas geralmente tem ideias brilhantes, sobre como acabar com o bangue bangue que tá rolando no Rio ou como acabar com as "entregas" no final do Brasileirão. Também tem ideias geniais sobre o bolsa família ou sobre a falta de ética no futebol, do Bernardinho ou da Ferrari. "Eu descobri porque a gente bebe tanto. É porque as pessoas ficam falando." Tem pessoas que falam pra caralho, mas tem pessoas que além de falarem pra caralho, adoram falar. São duas coisas difrentes. Essas pessoas parecem que gostam de ouvir o som da própria voz, adoram mostrar suas ideias maravilhosas, parecem que tão sempre te ensinando e nunca deixam você falar. Não rola uma conversa de igual pra igual, é tipo mestre e discípulo. Daqui a pouco aparece alguém na TV dizendo o que eu devo fazer com o meu décimo-terceiro. Tem uma série que um cara fala alguma coisa mais ou menos assim "a gente convive com idiotas desde que nasceu, e sabe de uma coisa? Eles estão ganhando." As pessoas gostam das frases do Bob Marley.