Estive recentemente em um restaurante, desses em que você paga um couver artístico, pois tem alguém tocando algum instrumento enquanto você come.
Neste caso, tratava-se de um restaurante que fica no interior de um shopping, e também neste caso, tratava-se de um músico, tocando seu violão e cantando nobres sucessos da nossa MPB.
Segundo meus rasos conhecimentos musicais, ele tocava e cantava muito bem.
Bom, o interessante disso tudo foi que pude observar algumas situações interessantes acerca deste músico, que me fez pensar na dura vida de quem insiste em ter a arte como meio de vida. Acho isso muito nobre e até os admiro muito por isso.
Como cheguei um pouco tarde neste restaurante, por alguma razão, pude ver com atenção o final da apresentação deste rapaz. A propósito, era um rapaz que aparentava uma idade entre os 27 e 28 anos talvez.
Ele se despediu muito sutilmente entre a penúltima e a última música e ao final desta, que salvo engano era uma do Cláudio Zoli, desligou os equipamentos, desplugou o cabo do violão e tomou um longo gole de uma garrafinha d´agua.
Sem nenhuma ajuda, acomodou seu violão com muito cuidado em um case, e fez o mesmo com sua pequena mesa de som. Depois foi levá-los até os fundos do restaurante, em um lugar onde não pude ver.
Em seguida retirou muito arduamente uma grande e aparentemente pesada caixa de som que estava sobre um pedestal bem maior que ele.
Com todo cuidado enrolou a caixa em um plástico preto e a levou nos braços para o fundo do restaurante.
Ao retornar, foi até a mocinha do caixa, assinou algo que parecia ser uma planilha de freqüência e pegou muito sutilmente uma quantia em dinheiro. Não pude ver exatamente o valor, embora tenha visto uma nota de cem reais que estava por cima.
Colocou as notas no bolso de trás da calça sem conferir e voltou a guardar seus equipamentos.
Um comentário:
"A vizinhança concluiu logo que o major aprendia a tocar violão. Mas que coisa? Um homem tão sério metido nessas malandragens."
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